Sebastian
— Quando você voltar, vamos resolver essa merda de uma vez por todas. Eu consegui
descobrir onde a garota da foto mora, só falta ter acesso aos extratos de transferência do seu
pai para ver se bate com os dados dela.
— Excelente notícia, Augusto. Tenha cuidado para que o velho não descubra nada —
sussurrei baixo.
Estávamos conversando em inglês, por causa da Carolina, que estava tomando banho há
alguns minutos.
Augusto me ligou, e, como previ, era para compartilhar uma informação que não podia cair
no conhecimento de ninguém, mesmo que soubesse que minha gatinha não abriria o bico, nem
atrapalharia em nada. Eu só não queria trazê-la para o meio de uma confusão que estava longe de
ter fim.
— Ele nem sonha que estamos investigando tudo isso, chefe.
— É melhor que continue no escuro mesmo, assim, quando tivermos todas as cartas na
mesa, vamos dar xeque-mate. — Caminhei até a varanda do quarto. — Só espero que não seja o
que estamos pensando… Você conseguiu mais informações além disso?
— Tem um funcionário antigo do seu pai, que inclusive foi demitido meses atrás… Ele me
disse que acredita que o velho teve alguma coisa com essa garota.
Engoli em seco.
— Um caso? Um romance? Porra, Augusto! Meu pai tem idade para ser avô dessa garota!
— Concordo com você, chefe. O homem não me disse se era algo com namoro ou apenas casual, só indo pessoalmente até a menina para tirar essa história a limpo. O mais importante é
que você pense sobre o que vai fazer caso isso seja comprovado, que seu pai teve um
envolvimento com essa garota.
— Assédio sexual, porra! Ele vai ter que responder por isso…
— Depende, a garota é quem tem que dizer algo sobre isso, Sebastian.
— Nem vem com essa porra, Augusto! Estamos falando de uma garota que podia ser neta
do meu pai e, conhecendo-o como conheço, ele pode muito bem ter usado do poder que tinha
como empregador da garota para manipulá-la.
— De qualquer forma, depois de conversarmos com ela e sabermos como foi que tudo
aconteceu, poderemos tomar as medidas cabíveis — argumentou. — E outra, o funcionário
falou que já os viu várias vezes juntos, com conversinhas, gracinhas no meio do dia, assim como
muitos outros comentavam por aí que havia algo entre eles, que não parecia ser nada
envolvendo amizade. Aí vem o ponto principal; por que ela foi embora?
— Só sei que meu pai fez alguma coisa errada e a prova está no desvio de dinheiro que fez
em grande quantidade…
Apertei o punho com força.
— Continue investigando isso, Augusto. Dentro de alguns dias, estou de volta à fazenda
para te ajudar. Até lá, cuide de tudo em meu lugar — pedi.
— Não precisa se preocupar, vá aproveitar com sua gatinha… Como estão as coisas por aí?
— Tudo dentro do planejado.
Melhor do que a encomenda.
A viagem para a capital era mais comercial do que um passeio, mas acabou se tornando um
por ter trazido junto minha gata felina. Eu vim para resolver algumas questões burocráticas
referentes à produção do café, assim como para encontros com o contador da fazenda, em busca
de mais informações sobre a administração do meu pai.
Não me surpreendeu.
Marcos Ward estava comandando tudo da forma mais errada possível, pagamentos
atrasados, entre outras coisas que eu precisava resolver antes que se tornasse uma bola de neve
grande e impossível de consertar. Eu tinha cada vez mais certeza de que precisaria ficar mais
tempo por ali, consertando as merdas do meu pai, até que pudesse retomar minha vida nos
Estados Unidos.
Tempo.
O tempo estava passando.
E como se fazer isso fosse fácil.Não era só mais o cafezal ou meu pai.
Tinha Carolina.
Minha gatinha.
Eu estava terrivelmente de quatro pela garota, capaz e disposto a beijar o chão que ela
pisava. Carolina dava um sabor novo aos meus dias, me fazia sorrir, dar altas gargalhadas, e ao
seu lado eu me sentia como se fosse um adolescente descobrindo o amor, coisa que nunca sentira
por ninguém. Só ela tivera esse dom.
Eu não a amava, é claro.
Só que isso era questão de tempo.
Toda vez que eu olhava para ela, tinha plena certeza de que podia me apaixonar pela
primeira vez na vida.
Primeira vez.
Carolina despertou em mim um lado o qual eu desconhecia, o instinto de proteção, cuidado
e possessividade. Eu amava estar ao seu lado, fazê-la ficar irritadinha, quando ficava feliz com
coisas tão simples, como comer, comprar besteiras na rua, entre tantas outras pequenas coisas
que a faziam ser feliz de um modo tão simples.
Ela era humilde.
E para ser feliz precisava de tão pouco.
Era isso que me atraía nela.
— Aproveite a viagem, chefe.
— Até logo, Augusto!
Enviei a ligação e guardei o celular no bolso.
Assim que eu voltasse à fazenda, iria reorganizar o quadro de funcionários, pagar tudo que
estava atrasado e colocar as coisas de volta no eixo.
Pulso firme.
Minutos depois, senti as mãos me acolherem por trás, um toque que me fez sorrir.— Hum, parece que alguém terminou o banho — falei me virando.
— Sim. E você? Estava falando com alguém?
— Sim. — Agarrei-a pela cintura e beijei seus lábios.
— Não entendi uma palavra sequer, meu lado fofoqueira ficou cheio de curiosidade.
— Posso dar aulas de inglês para minha gatinha, se quiser. — Beijei sua testa, contendo-
me para não desfazer o laço do roupão que usava.
— Hum, vai ser bom aprender um novo idioma, apesar de que não vai ser muito útil para
mim…
— Conhecimento é ouro, gatinha. É sempre bom aprender mais e mais. Quem sabe, eu te
leve para conhecer minha casa nos Estados Unidos. — Sorri largo. — Quero muito que conheça
meu filho.
— E correr o risco de ver sua ex-esposa? Não quero, não!
— Estamos bem resolvidos, Carolina. Ela tem a vida dela e eu, a minha. Não precisa se
preocupar quanto a isso.
— Aham. Entendi.
— É melhor terminar de se arrumar, em duas horas vamos sair para jantar. — Acariciei seu
rosto com os dedos. — E vai ser muito especial…
— Pode me dizer por quê?
— Em comemoração a nossa primeira vez. A primeira de muitas.
— Ai, já estou nervosa… — Fez um bico fofo com os lábios.
— Não fique, amor. Eu vou ser bem cuidadoso e carinhoso, até que se acostume comigo, aí
sim o negócio vai pegar fogo. Estou ansioso para comê-la do jeito que venho sonhando…
— Tem sonhado com essas coisas, barão?
— Quase todas as noites. Para ser mais exato, desde que nos beijamos.
— E como consegue manter o controle enquanto me proporciona prazer?
— Consigo, porque eu sinto prazer com isso. É uma delícia chupar sua bocetinha, mamar
seus peitos…
— Boca-suja.
— Que você adora — completei rindo. — Vá logo se arrumar, ou posso adiar o jantar e ir
logo atacar minha deliciosa sobremesa.
— E se for isso que eu quero?— Tem certeza? Olha, posso considerar essa outra opção…
— É o que quero, Sebastian. — Afastou-se, surpreendendo-me ao abrir o laço do roupão. — Eu quero muito.
Porra!
Como recusar?
Como dizer não?
— Essa é sua última palavra?
— Sim!
— Vá até a cama e me espere. Não vou demorar muito, baby…
Carolina assentiu com a cabeça e assim obedeceu.
Levei pouco menos de um minuto para me desfazer das roupas, deixando-as em qualquer
lugar, assim como descartei os sapatos, ficando apenas com a boxer.
Caralho!
Parecia que essa era a minha primeira vez, e realmente era. Eu nunca fodi ninguém com
paciência, carinho, ou estava apaixonado o suficiente para fazer amor.
Eu ia amar a Carolina, lentamente, apaixonadamente.
— Não sabe a emoção que estou sentindo por saber que a farei minha — sussurrei rouco,
vendo minha gata deitada na cama, os cabelos espalhados na fronha, e nua.
Sem nada.
Completamente exposta e à minha espera.
Tão linda.
Tão unicamente minha.
— Sebastian…
— Estou aqui, amor. Não precisa ficar com vergonha, entendeu? Eu até queria fazer as
coisas com calma, levá-la para um jantar à luz de velas, e tudo mais, só que você escolheu
apressar tudo. Bom… Só me resta partir para o segundo plano.
— E qual seria este segundo plano?
Caminhei até a cama, pegando seu pé, deixando um beijo demorado.
— Vou idolatrá-la, amor. Pedacinho por pedacinho… — Aos poucos, fui ficando por cima
para beijar seus lábios, antes de descer beijando seus seios, dando atenção a um por um. —
Meus. Meu lugar favorito do mundo é aqui. — Rosnei, possesso.
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Os trigêmeos perdidos
Fiksi PenggemarSebastian Ward passou metade da sua vida em solo americano. Herdeiro do império do café, o bilionário é um dos homens mais renomados e conceituados do mundo. Aos quarenta e três anos, tudo que Ward quer é continuar expandindo seus negócios, não impo...