Capítulo 62

32 1 0
                                    

AMANDA

_Minha proposta ainda esta em pé - Enzo sorri ao entrar na cozinha, ao qual me esgueirei na expectativa de ninguém me ver.

Talves eu estivesse evitando o mundo, ou talvez fosse apenas Maluma.

_Fale baixo - sussurro e pego um pão, incerta entre olha o corredor e correr pela manteiga.

Enzo da um silvo alto e me assusta. _A sua garota não está aqui men - ele grita assustando-me.

Derrubo o pão e meu mundo parece ter sido tirado dos meus pais. Vendo minha cara de pânico ele sorri ainda mais.

_Calma mamãe cardigã, não há ninguém em casa, com exceção dos seus pirralhos e da sua babá, no caso eu - ele se auto identifica - então vamos tentar agir como pessoas civilizadas que não rouba pães e envenena seus seguranças.

_Maluco - cuspo endireitando minha coluna. Pego meu pão e olho com pesar. Teria que fazer outro.

_Regra dos três segundos, isso indica que ainda está apto para comer - roubando o pai que eu estava indo jogar fora, Enzo abre a geladeira e bebe o leite da garrafa.

Oi?

_Você parece um selvagem!

Ele sorri diabólico para mim e pisca.

_Pensando em fugir para longe do seu homem?

_Ele não é meu - fazer um novo pão agora e subir antes que ele volte.

_Não foi o que ele disse para Daniela e três mulheres que pediram seu número.

Daniela pediu o número dele?

_Aí está! - ele aponta para as rugas na minha testa - Você se importa! Mas pode acalmar seu pobre coração, Daniela quer ver o demo... Aiii!!

_Que linguagem! - grito ao lhe dar um tapa.

_Hey! É a verdade, se tinha amor ali virou ódio a muito tempo, não sei se percebeu - ele ironizou - Maluma tem um jeito especial de ferrar com as pessoas.

Que novidade.

_E aí?

_E aí o que? - murmuro passando a manteiga no meu pão.

_Pergunta de milhões. Você vai embora? Acendera a chama da paixão novamente? - quando volto meus olhos para Enzo encontro-o apoiado no balcão com sua cabeça amparada por suas duas mãos. Gracioso, para um soldado de quase 30 anos.

_Cuide da sua vida - mostro a língua e volto para o quarto de Miguel.

Passei o restante do dia pensativa e cansada. Ainda não tinha recuperado meu ritmo e nem minha tranquilidade e eu sentia falta... de Maluma. Deveria ser simples? Voltar e fingir que nada acontece? Deveria ser difícil? Ignorar e nunca mais querer vê-lo de novo? Ser adulto é um limiar entre submergir da água e afundar a cada decisão.

Isso é viver.

Quando você luta para se manter na superfície é porque você conhece o risco de se afogar. Todos nós desconhecemos o que se esconde no fundo do oceano, ninguém quer ficar a deriva no mar. É muito mais seguro permanecer em uma ilha isolada numa rotina chata do que se aventurar e sobreviver a deriva? É uma pergunta? É uma resposta?

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora