Capítulo 18

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                Estava me preparando para assistir televisão na casa da minha vizinha no apartamento ao lado, ela era a única no prédio que tinha televisão, nós estávamos ansiosas esperando as válvulas esquentarem, enquanto chiava, fazia um barulho estranho atrás, a tela da tv ia aparecendo a imagem aos pouquinhos para enfim ver a novela, quando alguém chama lá embaixo por mim.

                Estava me preparando para assistir televisão na casa da minha vizinha no apartamento ao lado, ela era a única no prédio que tinha televisão, nós estávamos ansiosas esperando as válvulas esquentarem, enquanto chiava, fazia um barulh...

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Era o correio com um telegrama.

Meu coração disparou, quando o correio parava na porta da gente com um envelope de telegrama, não era coisa boa que tinha lá dentro.

E não foi mesmo, o telegrama avisava sobre a morte de meu pai.

                    Voltei a Belo Horizonte de repente e sem querer.

Quando o ônibus chegou á rodoviária de manhã, assim que desci dele tudo veio a minha mente como um filme.

Cheguei á casa de minha mãe e lá estavam meus filhos que vieram correndo me abraçar, essa foi a melhor parte do dia.

Eu os abracei como se fosse lhes quebrar os ossos, chorei muito ao vê-los.

Mais tarde.

                       Não aguentei presenciar o velório no Hospital da Santa Casa e fiquei quase o tempo todo lá fora na calçada, Pedro veio até mim e me abraçou para me consolar, mas na verdade não era um abraço de consolo, ele me apertava em seus braços, me embrulhava, ainda por cima disse baixinho em meu ouvido que me amava e que era bom me ver.

Ele ainda era motorista de táxi e me chamou para ir até o carro para esclarecer umas coisas, eu disse que não era hora de esclarecer nada, aliás, era tarde demais para esclarecimentos, ele passava as mãos em meus cabelos enquanto olhava fundo em meus olhos.

Minhas pernas tremeram!

                   Minha mãe estava inconsolável, nada a fazia parar de chorar, ela não se aguentava em pé, eu senti que deveria ficar em Belo Horizonte por alguns dias.

Eu ficava junto de minha mãe o tempo todo, nós dormimos juntas todo dia, conversamos bastante. Ela precisava de mim, precisava de amor e carinho naquele momento. E eu também precisava e estar junto dos meus filhos estava me fazendo muito bem.

                   Fui até o mercadinho perto de casa comprar um quilo de sabão em barra e saquinhos de leite, no caminho de volta passei em frente minha antiga casa e vi a Débora saindo de lá com os cabelos molhados

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                   Fui até o mercadinho perto de casa comprar um quilo de sabão em barra e saquinhos de leite, no caminho de volta passei em frente minha antiga casa e vi a Débora saindo de lá com os cabelos molhados.

                   Fui até o mercadinho perto de casa comprar um quilo de sabão em barra e saquinhos de leite, no caminho de volta passei em frente minha antiga casa e vi a Débora saindo de lá com os cabelos molhados

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Andei depressa e entrei na casa da minha mãe, como se estivesse visto uma assombração e realmente tinha visto.

Contei a minha mãe e ela me disse que aquela mulher, desde que fui embora, sempre ia lá, ficar com o Pedro.

-Mas mãe, a senhora disse que a casa estava como casa abandonada, um horror e que Pedro estava sozinho e sofrendo por tudo que estava acontecendo.

-A casa está um horror mesmo, minha filha, essa tal mulher procura o Pedro quando precisa de dinheiro, dona Alice quando era viva, expulsava essa tal mulher da casa, mas ela sempre voltava atrás do Pedro.

Dona Alice me contou que eles moraram juntos em um barraco no morro perto do bairro da Lagoinha, então Pedro chegou mais cedo lá no barraco e lá estava a mulher com um rapazinho, Pedro deu uma surra no moleque, colocou as roupas nas sacolas e veio embora.

Mas pelo que vejo essa mulherzinha faz esse Pedro de fantoche dela, ela procura ele, pega a grana e vai embora, Pedro anda atrás dela igual a um cachorro, sempre isso, os dois nessa malandragem, nessa safadeza!

Disse minha mãe.

                         Nessa hora me deu vontade de ir até o Pedro e dar um monte de tapas na cara dele, chutar seus "cocos"...

Que raiva, quase caí na lábia dele no dia do velório, que ódio, cretino!

Mas é bom! Bom para eu aprender e esquecer esse pilantra, tenho que parar de pensar nele!

Voltei para o Rio de Janeiro, determinada e mais forte.

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