Capítulo 10

20 2 0
                                    


            A viagem foi bem tranquila!

Menti respondendo para Branca e o marido, na verdade eu chorei a viagem toda.

                 Olhava pela janela o verde das matas, as montanhas e pensava em tudo que tinha vivido em minha vida até ali, pensei na dura decisão que tomei.

Lembrava de cada carta que eu escrevia para Branca e mentia sobre minha vida, até que um dia eu abri o jogo e contei para ela toda a verdade, nas outras cartas que ela me escreveu, ela começou a me encorajar para que eu tomasse uma decisão, ela di...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Lembrava de cada carta que eu escrevia para Branca e mentia sobre minha vida, até que um dia eu abri o jogo e contei para ela toda a verdade, nas outras cartas que ela me escreveu, ela começou a me encorajar para que eu tomasse uma decisão, ela disse que eu não poderia viver daquela maneira até envelhecer e morrer e não poderia mesmo!

Pelo visto eu iria morar naquela casinha feia nos fundos da sogra, iria trabalhar a morrer se quisesse comer bem, viver bem, me vestir. Viver!

Nada iria mudar se eu não mudasse, não tem jeito de conseguir resultados diferentes fazendo as mesmas coisas.

Não tem!

A cada carta de Branca eu ia criando mais coragem, mais coragem.

                   A última carta dela estava demorando a chegar, então fui até os correios mandar o telegrama perguntando seu eu poderia ir naquela semana mesmo e ela mandou o outro telegrama dizendo que sim, quase que minha sogra o pega e atrapalha tudo.

A despedida de Pedro é que foi difícil, eu jamais transei com ele daquele jeito, mal ele sabendo que foi a última vez, por isso foi diferente.

                       Meu coração estava moído, estava péssima por causa dos meus filhos, mas sei que eles estavam com meus pais, eles eram muito educados, muito obedientes não seria tarefa difícil meus pais cuidarem deles por um tempo, até que eu arrumasse minha vida aqui no Rio de Janeiro e eles viessem morar comigo.

                           Minha mãe disse que mulher separada não era vista com bons olhos pelo povo, meu pai ficou muito preocupado quando contei a eles meus planos, tudo parecia difícil, cheio de obstáculos para todos os lados.

Eu pensei: Que se dane o que o povo pensa! Que se danem os padrões dessa época! Que se dane tudo!

                   Meus pais me apoiaram depois que me viram chorar bastante no dia que contei a eles tudo que estava vivendo, eles ficaram horrorizados de saber que tive coragem de ter ido até á Rua Guaicurus, várias vezes procurando uma mulher com uma foto 3x4 na mão.

Lembraram de quando ainda estava procurando emprego, por várias vezes mandei meus filhos até á casa deles para almoçar e jantar e minha mãe mandava uma vasilha de comida para mim.

Eles lembraram dessas coisas!

Minha mãe me olhou com tristeza e disse:

-Não foi para isso que te criamos, não era isso que queríamos para você!

Então começaram a me apoiar na decisão de vir para o Rio de Janeiro.

As 4 paredesOnde histórias criam vida. Descubra agora