Capítulo 8

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            Lembro o dia que eu fui à casa da dona Maria Helena lavar e passar as roupas, nessa casa que morava a Terezinha a pequena menina que me dava sobremesas e sucos escondidos.

Naquele dia eu estava tão cansada, quando fui colocar a roupa no varal foi que percebi que as toalhas não estavam muito bem lavadas, tinha uma mancha de batom em uma delas, eu tinha que ter esquentado a água com sabão e ter deixado essa toalha de molho, quando dona Maria Helena passou pela área de trás da mansão viu essa bendita toalha no varal, foi até mim me puxou pelo braço e disse:

-Eu estou te pagando muito bem, então faça o seu serviço direito!

Se quer moleza arranje um pudim para se assentar!

O que pensa que veio fazer aqui?

Passear?

Eu jamais usaria uma toalha imunda dessa.

                 Ela pegou a toalha a dobrou ao meio e veio para tentar me bater com ela.

Eu segurei o braço daquela mulher com toda força que eu tinha, me veio uma força do sobrenatural, eu senti meu coração bater acelerado, segurei o braço dela torcendo ele para trás, arranquei a toalha de sua mão e a joguei no chão e pisei na toalha e sapateei em cima dela olhei dentro dos olhos da dona Maria Helena dizendo:

-Está vendo essa toalha? Está?

Sua maldita!

                        Eu vou fazer com a senhora a mesma coisa que fiz com essa toalha!

Eu ia pegar aquela mulher pelos cabelos e aquele quintal iria ser pequeno para o que eu pretendia fazer, mas respirei fundo, bem fundo, não podia deixar que aquela força sobrenatural, aquela raiva me dominasse, pensei nos meus filhos, pensei nos meus planos, senti umas lágrimas descerem no meu rosto, peguei minha bolsa e fui embora, nunca mais vi dona Maria Helena e sua toalha. 

As 4 paredesOnde histórias criam vida. Descubra agora