Capítulo 27

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3 meses depois

                       Branca e Raimundo pareciam meus anjos da guarda, eu os amava como se fossem de minha família, tinha muito a dever a eles, principalmente á Branca se não fosse ela eu nunca teria chegado ao Rio de Janeiro.

Ela era minha melhor amiga desde criança.

                  Eles me chamaram para passar o final de semana com eles e os filhos na casa de praia em Cabo Frio onde finalmente tinham acabado de pagar as prestações.

Eu disse que não daria pra ir, pois estava atolada com as encomendas de bolos e não queria deixar minha mãe trabalhar sozinha, mas eles insistiram tanto e quando Branca me pedia alguma coisa eu não conseguia negar, então minha mãe disse que João Batista a ajudaria, pois ele já era um pequeno mestre confeiteiro, resolvi ir.

                       Chegamos lá ainda era cedo, Branca disse que era para eu entrar e ir arrumando as coisas lá dentro, enquanto entrava com as minhas malas escutei um barulho de carro, corri lá fora e vi o carro de Raimundo ao longe.

Achei estranho, não entendi o que houve para eles terem ido embora e me deixado sozinha lá na casa.

                 Quando entrei na sala lá estava Mariano.

MARIANO!

Senti meu coração disparar, minhas pernas bambas.

Corri de encontro a ele e o abracei fortemente lhe beijando todo seu rosto e suas mãos deslizavam sobre mim enquanto ele me beijava, depois ele me segurava pela minha cintura fina e dizia que nunca mais iria embora, nunca mais iria me deixar.

Eu o apertava em meus braços para ter certeza que tudo era real, que não era mais um sonho ou um pensamento daqueles que sempre tinha em qualquer lugar quando eu me encontrava sozinha.

-Mariano, eu sofri tanto! Achei que nunca mais iria te ver novamente!

-Eu também achava que nunca mais iria te ver novamente.

Na verdade a intenção era essa, mas o que eu sentia sempre foi mais forte do que eu planejava.

Ele me despiu e tudo foi maravilhoso, para mim como se fosse a primeira vez.

-Mariano! Eu te agradeço a oportunidade.

-Como assim?

A vida é feita de oportunidades.

Oportunidade de amar e ser amado

Gostar e ser gostado

Querer e ser querido.

É feita de oportunidades

A de te abraçar e sentir que eu não estou mais sozinha

A de encostar no seu ombro, encostar no seu peito e escutar seu coração batendo.

A de sentir o seu calor, isso significa que você está perto, bem perto.

A oportunidade de nunca sentir saudade.

A saudade significa que a pessoa que você ama está longe, então o melhor é não sentir saudade.

A vida é feita de oportunidades

A de ser escolhida por você,

Você tinha o poder de escolha em suas mãos e me escolheu obedecendo seu coração

Ah! O coração faz o que quer e bem entende.

Ele é sem controle, cheio de vontades, involuntário.

Totalmente sem controle.

A vida é feita de oportunidades

Abraçar e ser abraçado

Beijar e ser beijado

É feita de oportunidades

Oh! Se é!

Passamos aquele final de semana juntos se amando demais e estamos juntos e se amando até hoje.

FIM

Theodora Sheldon fala sobre sua obra

Agror, agrura, amargor, amargura, azedume, acerbidade, aflição, desconsolo, dor/angústia, exacerbar, frágua, tribulação, tristeza, aspereza, acrimônia , aridez, brusquidão, crescido, desabrimento, desagrado, escabrosidade, inclemência, rigidez ,rispidez ,rudeza, severidade, dissabor, contrariedade, descontentamento ,desgosto mais...

               As quatro paredes fala sobre o amor e sua agrura entre quatro pessoas, Geórgia e Mariano, Pedro e Débora.

Quatro corações como se vivessem entre quatro paredes vivendo o mal do amor.

Geórgia amava Pedro que amava Débora que não o correspondia e Mariano amava Geórgia que o correspondia com um sentimento que não era amor, gostava dele, mas não era amor.

E na vida infelizmente, as vezes acontece assim. Quem nós queremos muito não nos quer e quem a gente não quer é que nos corresponde.

O coração de Geórgia foi o mais sensato ao fazê-la perceber que mesmo que não retribuísse seu amor por Mariano ainda sim era bom recebê-lo, ou seja, através dela eu quis mostrar que é bom ser amado, é bom "ser gostado", é bom "ser querido" por alguém, quis mostrar que o caminho alternativo as vezes vale mais a pena do que o pretendido a ser trilhado.

                 Pensei em fazer uma tragédia no final, Mariano mataria Geórgia, mas a protagonista da história havia sofrido tanto, tinha uma vida tão difícil que resolvi deixá-la ser feliz. E Mariano a amava tanto que merecia ser feliz ao lado dela, ele não merecia ir pra cadeia.

Os dois não mereciam serem vítimas de Pedro e Débora, indiretamente os dois seriam os grandes culpados pela tragédia de Geórgia e Mariano.

                  Outro trecho que achei interessante foi baseado em uma história real onde mesmo depois de ser humilhada e pisada pelo seu amado, ainda sim Geórgia se dispôs a prestar ajuda a ele, não conseguiu lhe dar as costas.

Sendo que na verdade a humilhação foi mesmo a de Pedro que depois de desprezar o amor de Geórgia, na hora do sufoco restava somente ela para lhe dar auxílio.

Débora queria somente os benefícios que Pedro lhe podia oferecer e isso também foi humilhante para Pedro.

                  Espero que tenham gostado da história e conheçam meus outros trabalhos:

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Abraço!

As 4 paredesOnde histórias criam vida. Descubra agora