34. dançando no escuro

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♫ burn it up hot, baby - hot hot hot whoo woo ♫

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Assim que Sana vendou seus olhos, Dahyun foi beijada docemente por ela e conduzida a ficar de pé. A cada passo, um nervosismo diferente. Cada movimento, um desejo contido. No corpo da aniversariante, somente uma camisa xadrez cinza - que cobria pouco abaixo do seu quadril, deixando o restante de suas pernas à mostra; meias soquete e uma calcinha lilás. Ela ouviu a namorada se distanciar, abrir o armário e ligar suas caixinhas bluetooth, colocando uma playlist recheada de... Músicas sugestivas. Dentre elas: God is a Woman da Ariana Grande, Mood Lamp das Girls' Generation, Thirsty do Taemin e Cruel do Jackson Wang. Por um breve momento, todas as preocupações e incertezas desapareceram e só existiam elas no mundo. Dançando no escuro, num universo inteiro de sensações.

Dahyun quase podia ver os movimentos em sua mente, o corpo quente de Sana contra o seu lhe arrepiando toda a espinha. No começo, parecia que a Minatozaki só tinha a tirado para dançar inocentemente. Então, suas mãos e movimentos ganharam intensidade conforme a ambientação musical as envolvia feito uma bela névoa sonora, confundindo cada um dos sentidos de Dahyun e levando as coisas para outro patamar.

Resultado?

Sana passou a enchê-la de apertos e tapas na bunda, arranhadas nas costas, nuca, abdômen. O estômago da menina Kim gelou de tal maneira que suas pernas, antes tão equilibradas no piso, perderam força, ritmo, dando ênfase num pulsar que não vinha diretamente do seu coração, mas centralizava emoções análogas. Íntimas, baixas, ardentes.

Quando os lábios da japonesa não estavam nos dela, eles se moviam muito vagarosamente pela sua garganta, lambendo, chupando e mordendo toda a região do pescoço. Kim teve vontade de tirar aquela venda idiota diversas vezes, mas se manteve firme. De olhos fechados. E, como uma dança previamente ensaiada, seu corpo soube exatamente o que fazer, envolvendo ora ombros, braços, cabelos, ora cintura, seios e até a bunda da mais alta.

Gostaria muito de ver até onde aquilo iria, já que estavam fazendo "greve" por pura petulância da Minatozaki que simplesmente INVENTOU aquela palhaçada no dia em que começaram a namorar de verdade, a desafiando à (grr!) tirar a prova de quem era a mais dependente sexual ali, só para vê-la subir pelas paredes e implorar quando era NÍTIDO que Sana era, sempre foi e sempre seria ridiculamente mais dependente do que ela, mas tão persistente e teimosa quanto.

— S-Sana... — O chamado veio feito um suspiro, porque a ruiva começou a desabotoar a camisa de Dahyun, a calando com um beijo embriagado de volúpia. Assim que conseguiu abrir a peça, a abraçou fazendo a maciez do tecido de cetim do seu robe entrar em contato com a pele desnuda da coreana. — Eu pensei... Pensei que--

Tsc, tsc. Não é pra pensar, Kim. É pra sentir. — Foi o que ela sussurrou no ouvido da namorada, passando a língua na orelha dela. — Eu quero te sentir, você não quer me sentir?

— E aquela... Aquela palhaçada lá, hm?

— Não faço ideia do que tá falando. — Sana riu, cheirando o cangote dela. Seus dedos perdidos nos cabelos da morena, seus corpos prensados um no outro, respirações fora de compasso. — De qualquer maneira, não tô fazendo nada de mais...

— "Nada de mais" se esfregando em mim desse jeito? Pondo essas músicas aí de fundo? Tirando minha roupa?

— É só uma dança, que mente suja você tem. Eu não tenho culpa se não se aguenta um segundo tão pertinho de mim ou que tá sem sutiã. Pensa na minha surpresa, só queria ajeitar os botões e tan! Me deparo com nudez--

Namorada de Mentirinha - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora