16. nada, não...

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O odiozinho que Dahyun vinha sentindo não era lá tão constante assim, certas vezes ela até se esquecia que Sana havia dito que aquele beijo (e tudo mais) não significou NADA. Por quê? Aquela mulher era de longe a coisa mais adorável, divertida, presente e carinhosa que já viu. Mesmo quando não precisavam cumprir com uma vírgula do contrato. No entanto, elas ainda estavam vivendo e cultivando um NAMORO DE MENTIRINHA e continuariam daquele jeito até que tivessem coragem o suficiente de falar sobre o assunto.

No meio disso tudo, a coreana se lembrava da questão financeira envolvida ali e o que saiu da boca da Minatozaki voltava a ecoar em sua mente e ela se irritava profundamente porque era a maior TROUXA de todas e queria muito (muito mesmo) que o envolvimento delas fosse real. Só que jamais admitiria isso depois do que ouviu da outra. Jamais. Se o sentimento fosse recíproco: a japonesa teria que deixar muito claro através de PALAVRAS, pois a menina Kim detestava coisas mal resolvidas e Sana estava tendo a proeza de tirá-la do sério como ninguém.

Pouco tempo depois da última aula que teve no dia que tudo aconteceu, Dahyun se dirigiu à biblioteca da universidade. Já tinha finalizado a música de Sana no dia anterior e não tinha nenhum trabalho ou atividade acadêmica para entregar no dia seguinte, Mina e Momo estavam ensaiando para alguma apresentação e Jihyo queria ficar sozinha, então parecia um ótimo momento para se perder nas páginas de um livro qualquer na companhia de seus fones de ouvido como antes. Não queria ter que pensar no que sentia, só queria ser capaz de relaxar e se manter centrada diante do ocorrido.

Eis que Sana aparece ali, quase duas horas mais tarde. Ela carregava uma mochila nas costas e sacolinhas que faziam muito barulho nas mãos, cumprimentou a bibliotecária para lá de mal humorada com um sorriso radiante – essa que não tardou a corresponder no instante em que a ruiva pegou algo de dentro das sacolas para dar para ela, mudou completamente. Parecia outra pessoa de tão simpática, conversaram por algum tempo. Curioso. A princípio, Dahyun também fitou a Minatozaki de cara fechada. Mas, quando menos percebeu estava sorrindo de volta para ela que nem boba. Como odiava isso, não era possível alguém ser assim. Não era.

— Sentiu saudades, Dahyunie?

Sana tinha deixado as sacolas que trazia sobre a mesa e sua mochila na cadeira vizinha, inclinando-se para abraçar os ombros de Dahyun por trás. Tirou um dos fones da morena para sussurrar perto do seu ouvido e perpassou o nariz na sua pele, juntando os lábios à bochecha dela antes de trazê-la para um beijo de língua com uma mão firmando seu maxilar e outra guiando sua nuca. Quando se separaram, deu um daqueles seus sorrisinhos graciosos que iam do contorno da boca e chegavam aos olhos perfeitamente desenhados.


Beleza tinha que ter limite


A coreana deixou o livro que segurava despencar na mesa durante aquele beijo, mas nenhuma reclamação foi dirigida a elas já que a bibliotecária fingiu não ver a cena e as outras duas pessoas que estavam há algumas mesas dali nem se deram conta, menos ainda o rapaz desesperado indo e vindo entre corredores focado na sua missão de caçar todos os livros que tivessem disponíveis de certas disciplinas que havia ficado com nota vermelha por falta de estudo e, bom, álcool e festas demais. Dahyun trocou alguns olhares com Sana que, sorriu, arrumou seu cabelo, deixou um beijinho na sua testa e se afastou.

— Acho que já tenho a minha resposta. — Ela concluiu com aquele seu arzinho fofo e sedutor, as maçãs do rosto um pouco mais rosadas que o normal. — A propósito, vim pra cá porque não tô conseguindo me concentrar muito bem hoje. Aí pensei que talvez a biblioteca pudesse me ajudar. M-mas, qualquer coisa é só me falar que eu vou embora. Não quero te atrapalhar.

Namorada de Mentirinha - SAIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora