12. estresse

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— Sana, me ajuda aqui! — Dahyun pediu com certa impaciência, só queria voltar para o seu quarto. — Não tô conseguindo abrir a porta!

Em silêncio, Sana deixou a cama e foi até ela. Dahyun deu espaço a japonesa, então Sana tentou girar a chave na fechadura algumas vezes. Não conseguiu, estava emperrada. Coisa que nunca tinha acontecido antes. Mas, é claro que aconteceria justamente no dia que a coreana estava ali. CLARO. Ela suspirou, descontente. Talvez, conseguissem resolver tirando a chave do miolo para que assim pudessem encaixar de volta. Precisava ter muito cuidado para não piorar a situação, a secretaria já estava fechada àquela hora e todo e qualquer problema no campus tinha que ser reportado lá para que a universidade resolvesse, não podiam simplesmente chamar um chaveiro de fora.

— Vou tentAARH... — Sana viu um inseto horrendo passar diante dos seus olhos e puxou a chave com tudo do miolo, correndo em pânico para longe da porta. — UM BICHO, CUIDADO!

— Calma. — Dahyun pegou o inseto na mão e foi até a janela colocá-lo para fora, como se fosse a coisa mais simples do mundo. — É só um grilo.

Por um instante, Minatozaki assistiu aquela cena boquiaberta. Nunca tinha presenciado coisa parecida. Apesar da chatice, Dahyun era uma garota surpreendente. Não ter medo de insetos era uma qualidade e tanto.

— Cadê a chave?

— Aqui.

Sana a levantou, percebendo que o objeto estava partido no meio. Droga, essa era a pior coisa que podia acontecer. Dahyun correu até seu encontro, desacreditada. Não, não, não. Não era possível que ficaram presas até o dia seguinte no quarto da ruiva.

— Você quebrou ela!?

— Foi um acidente, você viu...

— Meu deus! — Kim esperneou, pondo ambas as mãos no rosto. — Você só precisava fazer uma coisa, Minatozaki!

— Não fala como se a culpa fosse minha, foi você que mexeu na porta primeiro!

— Tá insinuando o quê?!

— Nada não, Kim. — Ela foi sarcástica. — Só acho curioso a fechadura nunca ter dado problema até você aparecer.

— Não fui eu que puxei a chave de lá feito uma doida só por que viu um grilo de nada!

— Eu tenho fobia de inseto!

— Ah, coitadinha!

— Tô falando sério, é horrível!

— E eu com isso?! — Ela gritou, irritada. Sua cabeça começou a doer. — Eu sabia que não devia ter vindo pra cá, eu sabia!

— Dahyun... — O semblante da japonesa mudou abruptamente e ela chegou muito perto, a fim de checar alguma coisa no rosto da morena. Segurou a cabeça dela com todo o cuidado do mundo. — Seu nariz.

— O que é que tem?

— Tá sangrando.


*Dias antes*


Quando finalmente deu as caras no lugar marcado, Dahyun recebeu um daqueles sorrisinhos questionáveis de Chaeyoung. Era noite e ela estava encostada numa árvore do campus de braços cruzados. Dahyun então tirou os fones de ouvido, esperando que Chaeyoung dissesse algo primeiro.

— Olha só, se não á a minha cristã homofóbica favorita. — A baixinha foi irônica, medindo-a com o olhar. — Quem diria que logo você cruzaria o caminho da Sana, Dahyun. O mundo é cheio de surpresas. Me tira uma dúvida aqui, a baboseira de ir pro inferno não te assusta mais ou você nunca acreditou nisso?

Namorada de Mentirinha - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora