Daegu Domingo 21:30PM
O caminho até em casa foi em um silêncio absoluto, quebrado apenas pelos meus soluços. Estou chorando de raiva por ter ser sido tão indefeso e pelo Bogum ter feito aquilo. Ainda estou assustado, com medo, mas mais do que qualquer coisa, estou exausto. Quando entramos no carro, sentei no banco perto de uma das janelas e Jungkook sentou próximo a outra janela, deixando um espaço vazio no nosso meio. Ele ainda estava com aquele ódio incontrolável do Bogum expresso no rosto, tentou até mesmo voltar até ele e terminar de quebrar os ossos dele mas eu pedi pra ele ficar comigo, não queria ficar sozinho.
Adam parou o carro em frente a nossa casa e o Jungkook agradeceu e dispensou ele. Jungkook saiu do carro primeiro e deu a volta pra me ajudar a sair. Passei o meu braço pelo seu ombro e me apoiei nele pra levantar e andar até dentro de casa. A dor psicológica se espalhou pelo meu corpo e eu fiquei completamente instável, por sorte ele estava me ajudando.
Sentei no sofá da sala e ele foi até a cozinha pegar um copo d’água pra mim. Poucos segundos depois ele voltou pra sala, me entregou o copo e sentou ao meu lado.
—Obrigado. Se você não tivesse aparecido, eu acho que... — abaixo a cabeça. Sou incapaz de completar essa frase agora. Bebo um pouco de água e ponho o copo no chão, suspirando de frustração.
—Eu não vou deixar ele fazer nada com você — sua voz está tranquila, mostrando que agora está tudo bem.
—Juro que você era o cara que eu menos imaginei aparecer e me ajudar — sorrio de lado. — Depois de tudo, ainda assim você me ajudou.
—Taehyung, eu posso ser um babaca e um idiota como você diz, mas eu jamais deixaria alguém tocar em uma pessoa contra a vontade dela, principalmente em você, que é o filho da mulher que o meu pai ama — ele cruza os braços sobre os joelhos e me encara. — Porra, eu sei que você me odeia mas você está preso comigo nessa casa agora e eu não vou deixar te fazerem mal — desvia o olhar. — Eu não sou um monstro como você acha.
Desde quando ele me aceitou como parte da família? Não me importo com isso agora, afinal, ele foi o cara que salvou a minha dignidade.
—Obrigado, novamente — atraio seu olhar. — Eu não te acho um monstro, Jungkook, só não entendo porque me odeia tanto.. eu te fiz algo que não sei? Se for pela nossa briga, eu peço desculpas mas você mere-
—Que merda, Taehyung, eu não te odeio — resmunga. — Eu só não estava acostumado com a ideia de ter uma nova família. Já pedi desculpas à Yu-Ji por isso mas não pedi pra ti porque sou um orgulhoso de merda — dá uma risada soprada.
—Eu te desculpo. Se está tudo bem com a minha mãe, então é isso que importa — sorrio pequeno prra tentar amenizar o clima.
—Também tem outra coisa — meus olhos encontram os seus outra vez. — Por que não se sente atraído por mim?
Arregalo os olhos desacreditado. Por que sua expressão está tão cabisbaixa? Desde quando ele se importa com isso? Porra, Jungkook, não fode.
—O que? — preciso confirmar se ouvi direito aquela pergunta ridícula.
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Maldito Babaca
RomanceEu moro em Daegu desde que o meu pai foi embora. A única coisa que aquele maldito deixou antes de fugir foi uma doença que me degenera cada dia mais: a depressão. Pra piorar as coisas, o playboy mimadinho da escola cismou comigo e todos os dias faz...