capítulo cinco: Misericórdia

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Mercy - Shawn Mendes

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Mercy - Shawn Mendes

Por favor, tenha piedade de mim
Acalme-se com meu coração
Mesmo que você não queira me machucar
Você continua me destruindo
Você poderia, por favor, ter misericórdia, misericórdia do meu coração?

Las Vegas, 17:36h
178 dias até a grande data


Você quer vê-lo?

Não.

Aaron foi quem reconheceu seu corpo, eu queria saber se ele havia visto meu pai alguma vez na vida pessoalmente. Mas eu estava sem forças para falar.

E ele foi velado em Las Vegas, eu recebi abraços e lamentações de muitas pessoas na capela. A cerimônia foi quieta o tempo todo, eu vi o quanto os homens que trabalhavam para a família pareciam tristes em relação ao seu finado chefe.

Apesar de seu passado sujo, ele era alguém bom.

A cerimônia foi rápida, como eu havia pedido. Não teve discurso, muito menos o apoio da minha mãe que nem consegui ver pois me tiraram do hospital a pressas.

Estávamos na saída do cemitério, eu escondia meus olhos cansados com um óculos escuro. Paramos em frente aos portões altos que foram fechados assim que todos que compareciam ao sepultamento saíram.

— Espero que saiba governar assim como seu pai. — um dos meus tios dizem, seus filhos reclamam de suas palavras.

Eu me viro para traz ao terminar de abraçar sua filha caçula de quinze anos. Reviro meus olhos, a exaustão me consome e eu sinto que se estivesse uma arma eu iria matá-lo agora.

— Não se preocupe com isso, meu pai me fez uma mulher de classe e sabedoria, pois sabia que essa hora iria chegar. — eu digo com a voz baixa.

Eu tinha classe e a sabedoria, mas a força e coragem ele nunca me ensinou a ter.

Eu não estava bem para discutir com velhos que se acham mais sábios, havia acabado de sair de um enterro.

Mas eu não imaginava que iria ser tão cedo tudo isso. Abaixo minha cabeça momentaneamente, descansando minhas mãos no bolso da jaqueta jeans preta. Meu cabelo voa para os lados com o vento frio que corria pelo corredor de prédios e estabelecimentos.

— Eu espero que tenha essa classe dentro da família Coleman. — ele murmurou.

Eu cemi-cerrei meus olhos mesmo ele não podendo ver, ele abriu um sorriso que me causou ódio.

— Você terá todo o nosso apoio. — meu primo diz.

Eu balancei a cabeça e apenas aceitei o abraço que recebi dele, e entre seus ombros eu avistei Aaron que olhava a situação de longe. Com as mãos dentro do bolso de sua calça, ao lado de todos os seus seguranças que olhavam para os lados aos poucos, eu vi o seu olhar sobre mim enquanto a fumaça do cigarro que saiu entre os seus lábios sobrevoava o seu redor.

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