capítulo vinte e um: razão

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Hell Is Round The Corner - Tricky

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Hell Is Round The Corner - Tricky

A luta constante garante minha insanidade
Passar a ignorância garante a luta
da minha família
Estamos com fome, cuidado
com nosso apetite
Tambores distantes trazem a
notícia de uma morte esta noite

Nova York, 21:28h
132 dias até a grande data

A chuva cheira amargo no lado de fora, constantemente cai sobre a rua e é reflexo para as luzes quentes de postes e placas de estabelecimentos. O nome Casa de Cristal se derrama em um vermelho sangue no chão molhado, desmanchado em seguida por meus breves passos após parar para observar a fachada do local.

A rua programada para atrair os cidadãos para o ambiente caótico está derrotada hoje, a movimentação é pequena, relaxante. Me faz pensar em qual momento eu pedi tanto assim para que algo estivesse ao meu favor.

Acompanhado de Augusto que já não usa mais o seu chapéu e ajeitava seu cabelo, empurro as portas de vidro recebendo o calor intrigante da cor vermelha que ilumina a pequena recepção. O segurança posto ao lado da segunda porta é o mesmo desde que pisei aqui pela última vez a quatro meses atrás, seus olhos atentos ainda correm por nossos corpos analisando a estrutura das nossas roupas capacitadas para esconderem armas.

— Ela está por aqui? — questiono o segurança que se coloca em posição de alerta, sua mão corre até o bolso do colete por cima da camiseta social. Ele assente com a cabeça, desviando o olhar para Augusto que para ao meu lado. — Diga que quero vê-la, imediatamente. — exigo, atingindo as paredes com meu tom sério e mais alto.

Em decorrência eu passo pela porta adentrando no ambiente calorento. A animação de Augusro coça minhas orelhas quando ele ri satisfeito pelo território novo, ele massageia a mão, atiçando, como se quisesse acender fogo.

Os cubículos de vidro cobrem mulheres peladas, as mesmas interpretam seus personagens sobre a claustrofobia das transparentes quatro paredes espalhadas pelo local. Em cima de uma passarela, com calcinhas, pequenos trapos sobre algo que acham que ainda devem esconder como se não fossem prostitutas, algumas mulheres dançam. Outras, quebram os sentidos, realizam um fetiche sadomasoquista quando empinam de quatro no chão com correntes segurando seus pescoços.

Diante as pernas abertas de homens que deliram com o ao vivo e a cores, as amígdalas de algumas aguentam a pressão da estrutura de alguns caras que se não estivessem diante uma mulher acorrentada, iria matar elas de prazer por sexo.

A dança violenta contorna sobre os cantos, nada é mais capaz de roubar a cena do que o estereótipo de luxúria que existe nas prostitutas e os clientes. O ambiente cheira doce, algo que diante a pessoa que cordena isso, é extremamente calculado para arrancar a cada minuto dinheiro dos frustrados.

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