Nova York, 00:36h
169 dias até a grande dataEra tarde da noite, eu tinha meus olhos atentos na cortina da varanda que esvoaçava com o vento fresco da noite. O silêncio causava dúvidas no meu coração, e a minha mente perturbada só sabia se questionar sobre uma coisa: onde está ele?
Um silêncio jamais ouvido por mim estava correndo pelos corredores da mansão Coleman. Eu não vi ele em nenhum momento, e eu estaria mentindo se dissesse que não me importaria com isso. Eu estava me importando e muito com a sua ausência.
Fechei os olhos mais uma vez, tentanto me concentrar em algo que me fizesse cair no sono. Mas algo tentador me despertou mais uma vez, o som das rodas de um carro passando pelas folhas secas derramadas no enorme pátio em frente e casa me acordou.
Me levantei depressa, largando o edredom do outro lado da cama e correndo até a sacada. Me apoiei no corrimão jogando o meu corpo para frente, vendo uma das SUV pretas parando, o carro foi desligado e em poucos segundos Aaron desceu.
Ele cambaleava de um lado para o outro, com sua camiseta social de mangas arregaçadas e botões abertos, que tinha o tecido branco manchado. Observei ele ir direção a porta e assim que perdi ele de vista corri.
Eu desci com pressas as escadas, ignorando quem fosse acordar com meus passos intensos.
— Aaron? — o chamei.
Rodei meus olhos pela sala, não avistando ninguém. Eu observei minha coxa, olhando os pontos que ainda estavam trabalhando em fechar meu corte. Desisti da idéia de correr, mas com passos cautelosos eu fui a procura do seu cheiro.
Eu escutei um ruído, carregado por dor, baixo e rouco. Segui na direção do som, espiando os cantos me certificando se ainda estava sozinha.
Aaron estava lá fora, na área que tinham espreguiçadeiras e ótimos pufs gigantes. Eu parei próximo a porta de vidro aberta observando ele sentado respirando fundo, com seus olhos fechados e a cabeça completamente encostada na parede.
Ele tinha a mão no abdômen, os lábios entre abertos puxando o ar que se tornou tenso para mim. Aaron virou seu rosto então para mim ao perceber minha presença, salivei bruscamente pensando se me aproximava.
— O que foi? — perguntou fraco. — Aconteceu algo? — me observou.
Eu neguei com a cabeça chegando perto, ele virou o rosto novamente me deixando nítido a sua bochecha marcada, vermelha. Na lateral dos seus lábios uma marca de sangue curta. Pelo menos o seu rosto ainda estava intacto. Pensei.
Mas em compensação, o sangue em sua camiseta era vermelho vivo. O cheiro metálico sobrevoou em volta do meu nariz, me fazendo tremer instantaneamente ao vê-lo que ainda respirava dolorosamente.
Me aproximei, parando sobre suas duas pernas abertas e esticando meus braços trêmulos para o seu corpo ensanguentado e machucado.
— Porra! Que merda. — susurrei nervosa.
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Entrevias
Romance𝗗𝗮𝗿𝗸 𝗿𝗼𝗺𝗮𝗻𝗰𝗲 Não era apenas acordo de seis meses, era um homem comprometido a uma mulher desde dos seus dez anos. Não só por uma dívida, mas por mistérios que custavam suas vidas. Como iriam se casar e passar uma vida juntos sem ao meno...