capítulo dez: esse não sou eu

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Black Out Days - Phantogram

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Black Out Days - Phantogram

estou ouvindo vozes e elas estão assombrando minha mente

Los Angeles, 17:58h
dez anos atrás

A luz do sol é fraca, eu posso ver o misto de cores laranja e vermelho colorir o céu que ferveu em azul desde que o calor tocou o país esta manhã. Eu saio da piscina forçando minhas mãos na borda de concreto, deixando a água escorrer pelo meu peitoral nu.

Com pressa e vontade de ver as visitas irem embora eu corro quase escorregando na área externa de casa ao escutar o silêncio. Bato os pés freneticamente na grama aparada não me importando com a coceira que isso causava enquanto corria ao lado do enorme paredão da mansão em que morava. Com o fôlego insistindo em descanso eu me apoiei no pilar de mais de três metros, tentando esconder meu corpo e esticando somente o pescoço para observar a família Morelli ir embora.

Adam Martin Morelli estava indo embora ao lado da sua filha e esposa.

A menina mais baixa que eu tinha os cachos definidos caídos em seu ombro, o cabelo de cor castanha ainda brilhava pela pequena quantidade de luz que ainda restava. Ela tinha cuturnos pretos em seus pés, o que era essencial para deixá-la mais alta. Em suas coxas terminava um vestido cor cinza fumaça, mas uma jaqueta jeans desfiada escondia seus ombros bem posturados.

Ela estava linda e havia completado seus doze anos a cinco dias atrás. Eu ainda estava esperando meu aniversário que aconteceria em um mês para completar meus dezoito anos.

Maya Morelli era o nome dela, era o nome da primeira menina a qual eu tive contato. A menina a qual meu pai havia prometido que iria se casar comigo em uma década.

Pode parecer doentio, talvez eu era alguém doente, mas isso não me fez diminuir o meu amor por ela. A nossa diferença de idade era apenas um número que não competia com a nossa vida turbulenta, e apesar de vivermos em caminhos diferentes, estávamos andando a cada dia em uma estrada que um dia só iria caber nos dois.

Ela não era tão diferente, Maya era mais do que apenas uma garotinha entrando na adolescência e seus pais não sabiam disso.

— Te achei! — meu irmão disse.

Eu pulei de susto me afastando dele que riu baixo, ele vestia um shorts largo de academia e tinha uma camiseta jogada em seu ombro. Bruce era o irmão mais velho com seus vinte e dois anos e além de mim ainda tínhamos Emersyn que tinha treze anos.

— Que merda, Bruce. — sussurrei baixo, rapidamente me certifiquei que ninguém havia me visto.

Era tarde demais e quando olhei novamente para o lado, Maya havia entrado no carro, aparentemente por ordens do seu pai que falava com o meu pai.

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