𝓔𝓼𝓬𝓪𝓹𝓲𝓼𝓶

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heather


— Merda — minha própria voz invade o lugar escuro. Eu me sento na cama, tateando o colchão em busca do meu celular. Essa merda está tocando insistentemente há uns dez minutos — Merda — repito, assim que o encontro entre os lençóis.

O nome de Finneas brilha na tela do aparelho.

— Mas que merda — resmungo e atendo — Ei, Finn — estou morta de vergonha.

Scottie, está tudo bem? Você está... — ele fez uma pausa curta e suspirou — umas duas horas atrasada — a constatação me fez congelar e eu empurrei minhas pernas para fora da cama. A mulher ao meu lado se mexeu sobre o colchão. Merda.

— Me desculpa, cara — sussurrei, olhando para as minhas pernas no breu. A pele alva reluzia e eu sabia que estava nua. Que maravilha, eu pensei — Não tenho nenhuma desculpa para isso — assumo.

As molas do colchão fazem barulho e eu sei que a mulher está despertando. De canto de olho, eu vejo ela se virar para mim. Na penumbra do quarto, a silhueta do seu corpo está me causando arrepios e as memórias da nossa madrugada dominam meus pensamentos. Merda.

Meu produtor solta uma risada anasalada do outro lado da linha — Eu sei disso, apenas traga seu traseiro para cá — ele pediu. Talvez ele quisesse ordenar, mas era legal demais para dizer isso de uma vez.

A loira se esticou na cama e meus olhos saltaram para os seus peitos desnudos — Sim, estarei aí em alguns minutos, Finn — murmurei.

Agora, Heather dessa vez, sim, uma ordem. Finneas desligou e eu lamentei. Minha mão baixava o celular sem vontade.

— Você estava saindo de fininho? — ela perguntou, enquanto eu me aproximava.

— Não, claro que não — garanto, apoiando minhas mãos no colchão para me inclinar até ela — Mas eu vou ter que ir, estou atrasada para uma reunião — Sydney trancou os olhos aos meus e suspirou, assentindo.

Ela ergueu o corpo e aproximou nossos rostos — Desde que não desapareça depois de transar comigo, está tudo bem — a voz dela era como o carinho de uma pena, mas revirava tudo dentro de mim.

Sorrio.

— Isso não vai acontecer, querida — aviso. Eu me aproveito da nossa proximidade e roubo um beijo rápido antes de me afastar. Preciso sair daqui. Agora, Heather, minha cabeça grita. Os alarmes estão soando e soando.

Sinto o olhar pesado dela me observar enquanto estou vagando pelo quarto em busca das minhas roupas — Você gosta do que vê? — eu pergunto, sem conseguir esconder a malícia na minha voz.

A loira solta uma gargalhada. Ouvir você rir é bom, eu penso — Você tem uma bunda bonita — ela diz, algum tempo depois.

Eu sinto meu rosto esquentar enquanto abotoo minhas calças às pressas. Meu silêncio a incentiva a continuar e Sydney insiste: Você malha ou algo assim? — questiona. Quando me viro para ela mais uma vez, percebo que ela está com os ombros encolhidos. É tentador.

— Eu joguei basquete no colégio — respondo, lutando para esconder meu sorriso. Meus dedos desajeitados tentam desamassar minha camiseta — Eu estou muito ruim? — interrogo. Seus olhos azuis me vasculham e um arrepio percorre todo o meu corpo.

— Você quer a verdade ou a mentira? — sua voz soa brincalhona.

Eu levo as mãos ao meu peito, simulando a dor de uma apunhalada — Não seja tão má — eu peço.

Lights of HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora