𒊹︎︎︎ 𝑈𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𒊹︎︎︎ᵃᵒⁿᵉ ᵗᵃᵏᵃⁿᵒᵇᵘ

♥︎𝑆𝐸𝐺𝑈𝑁𝐷𝑂 𝑃𝐴𝑆𝑆𝑂♥︎

•Snow pov•

Comecei a segui-lo pelos corredores até chegarmos a uma máquina de bebidas. Pegamos duas caixinhas de iogurte e procuramos um canto para sentarmos.

Acabamos que por ficando perto do ginásio mesmo, a alguns metros do time de vôlei. Desembrulhei meu sanduíche e peguei um álcool em gel do bolso passando em minhas mãos. Vejo uma mão esticada em minha direção e percebi que é Aone, só depois me toquei que ele também queria passar a solução antisséptica.

Espremi uma gota em suas mãos e o vejo passar na palma da mão e entre seus dedos.

Puxa vida, as mãos dele são incrivelmente grandes.

Então é por isso que alguns alunos disseram que certas partes do corpo dos jogadores são maiores do que o comum. As mãos são bem evidentes.

Afasto imediatamente esses pensamos sacudindo a cabeça.
Quando fui desembrulhar o pacote do sanduíche, me lembrei que estava de máscara.

Essa não... Eu tenho que tirar a máscara, ele vai ver as minhas manchas desse jeito. O que eu faço?!

Acabo que não comendo nada pela vergonha.

O vejo desembrulhar o pacote e dar uma bela abocanhada no sanduíche. Fiquei estática por um segundo assim que comparei o tamanho da mordida.

- Nossa...

- Hum??

- N-não é nada, esquece.

Droga, preciso arranjar algum assunto. Mas ele mal me encara direito. E minha barriga está roncando, esse sanduíche parece estar tão delicioso.

Penso nisso, assim que eu subi meu olhar dei de encontro com seus olhos, uma queimação subiu em meu rosto e abaixei o mesmo novamente. E pelo jeito ele também se sentiu envergonhado, ouvi ele tossir e em seguida abrir o copo de iogurte e beber alguns goles. Assim que abaixou o copinho pode notar que havia um "bigodinho de iogurte" em seus lábios.

Ouvi risadinhas maldosas atrás de mim, e olhei por cima dos ombros para ver o sujeito. A uma boa distância estava um grupo de estudantes do clube de artes. Reconheci três deles da nossa sala.
Mas... Eles precisam rir dessa maneira?

Aone pareceu não entender o que estava acontecendo, e continuou comendo normalmente. As risadas foram entrando no meu cérebro e acabei tendo uma péssima lembrança de alguns anos atrás.

Era uma festinha de crianças e meu irmão havia ido me levar, depois de muito insistir. Eu acabei passando vergonha lá, e certas risadas ainda me atingem.

Volto a realidade pouquíssimos segundos depois e sinto minhas mãos começarem a tremer e meus braços coçarem. Não consigo conter e um fio de lágrima escorre. Enxugo imediatamente a lágrima e pego um lenço de papel e ofereço a ele, que me olha sem compreender.

Droga, ele vai me ver chorando!

Escondo meu rosto com minha outra mão e as lágrimas começaram a cair aos montes. Não quero lembrar daquilo! Não quero mesmo!
Minha respiração fica abafada e não consigo ficar um minuto sequer respirando com essa coisa no meu rosto. Eu preciso tirar!