Sakusa foi chamado para um treino e jogar profissionalmente para o campeonato de primavera. Muitos jogadores estavam presentes, mas algo o incomodava desde o dia em que falou para sua irmã que iria ficar uma semana fora.
Ele sabe muito bem que Snow sabe se virar bem sem a companhia de muitos, mas foi consumido por uma vontade de saber se ela estava bem. Era o horário de almoço e então ele ouve seu celular tocar. Ele vê quem está ligando e se surpreende por ver o nome de sua irmã na tela.
— Quem é?
Ele se assusta pela presença inusitada de uma das suas dores de cabeça: Atsumu Miya.
— Não é ninguém. — ele imediatamente recua e ignora a chamada. E seu celular começa a tocar novamente alguns segundos depois.
— Se fosse ninguém, quem estaria te ligando?. — Seu primo, Komori, aparece com a bandeja de comida.
— É a minha irmã tá bom!
— A Snow? Você voltou a ter contato com ela? — Komori pergunta, feliz.
— Omi-kun, você tem uma irmã? E nunca me falou sobre ela?! — Atsumu pareceu estar embasbacado. — Como ela é? Ela é bonita?
— Não te interessa em saber como ela é. Ela...não é grande coisa.
Por algum motivo, sentiu um aperto no peito por falar isso. E Komori, vendo que algo incomodou o primo, tenta o confortar.
— Como ela está? Minha mãe me disse que ela estava morando com a vovó. E que bom que vocês fizeram as pazes. Fico muito feliz com isso.
— Estamos suportando um ao outro.
Ele finalmente teve a deixa de atender a ligação, se levantou e começou a andar para um canto mais vazio.
— O que foi?! Fala logo.
— Omi-san! Érr... Você está bem?
— ... Ligou só para perguntar isso?
— Não seja tão insensível! Agradeça por eu me preocupar com você. Aliás, você esqueceu a caixinha de lenços.
— Por isso eu estava dando falta de algo. Eu compro outra por aqui mesmo, tá?
— Ok.
...
— Snow.
— Sim?
— ... Pode me fazer um favor?
— Uhm sim.
— ... Me liga mais vezes. Por favor.
— ... Tá bom. Tem certeza?
— Sim.
— Então tá. Tchau omi-san! Treine direito!
A chamada se encerrou, e antes mesmo dele a responder, ele falou consigo mesmo.
— Eu... tô com saudades.
Neste momento, sua dor de cabeça (atsumu) surge.
— Saudades hein. Eu sabia que lá no fundo você tinha sentimentos!
— Sai de perto de mim.
No outro lado da linha telefônica, Snow sutilmente desliga o celular e se deita na cama no quarto de Sakusa.
Ela começou a observar as medalhas que ele havia ganhado penduradas em um gancho, e até então percebeu que Sakusa não se gabava por títulos e nem compartilhava emoções eufóricas com outros. Mas numa coisa ela concorda nele, sua aversão por deixar algo incompleto. O bendito perfeccionismo.
Acabou soltando um sorriso de lado por tal afirmação mental e se senta da cama olhando pela janela o sol começando a se revelar por de trás das nuvens.
Ouviu passos se aproximarem e olhou para a porta, sendo pega por sua mãe por estar sentada na cama do irmão.
— Se seu irmão souber que você esteve aqui ele vai ter um surto psicótico. E aguente ele higienizando tudo.
— Mas eu nem saí de casa pra trazer germes.
— Mas conhece ele, seu irmão vai infernizar você.
— Eu sei, eu sei...
Antes que a mais velha saísse de sua vista, Snow se levanta e segue ela até a cozinha, por algum motivo se sentiu tentada a ver o que ela estaria fazendo aquela hora.
Quando a viu ir até o fogão, viu também uma panela aberta e sentiu um cheiro familiar.
O cheiro está muito bom.
Logo assim que chegou perto o suficiente para a mãe notar a presença de Snow, a fitou por breves segundos e abriu um sorriso ao ver o olhar curioso da filha.
— Quer experimentar? — ela perguntou, tirando Snow de um leve transe.
— Eu.. quero sim.
Snow se aproximou ainda mais da mais velha, ficando ao seu lado e podendo ver o que estava sendo feito dentro da panela, um líquido grosso de cor avermelhada estava sendo mexida com a ajuda de uma colher grande. O cheiro doce invadiu as narinas da garota e teve de perguntar naquele momento.
— É doce?
— Sim, vi uma receita de geleia de morango e quis fazer.
A mãe pega uma pequena colher e mexe na geleia grossa, pegando uma pequena quantidade para que possa ser experimentada. Snow pega sutilmente a colher para não deixar derramar e leva o doce a boca.
— Hmm... Está delicioso. Parabéns.
A mais velha a vê dar um sorriso meigo, e fica um tanto surpresa quanto a isso, já que raramente a via dar um sorriso para ela. No fundo de seu ser, desejou mais do que nunca que Snow fosse mais próxima da família, mas vendo que ela já está começando a dar alguns passos para tal, ficou muito feliz. E para não perder a oportunidade do momento entre mãe e filha, ela lhe pediu para pegar a colher maior e mexer até pegar no ponto. E ela obedeceu, começando a remexer para todos os cantos da panela para não grudar o doce mas beiradas.
Sentiu algo envolver sua barriga, foi quando percebeu que sua mãe havia colocado nela o avental para não sujar a roupa.
— Obrigada, mãe.
Snow por algum motivo bem aparente gostou de te-la chamado de mãe num momento bem tranquilo e sem repreensão. E apesar do seu passado com a família, também está gostando da maneira que eles estão a tratando, mas o que foi feito está feito, nada podia mudar o jeito que eles a trataram a alguns anos atrás, mas sentiu a baita diferença e esforço que eles estavam fazendo, mesmo sendo bem difícil ter de terem ido até a casa dos avós para pedir pessoalmente que voltasse para casa, e como Snow é um pouco dada aos sentimentos dos outros, não resistiu em ter de apenas aceitar o fato de que sua família a queria de volta na casa, não apenas para ouvir sua voz, mas sentir a sua presença naquele quarto que antes estava vazio e pegando poeira, os deixou mais dispostos a mudar de atitude.
O doce havia ficado pronto, puseram em um recipiente de vidro e deixaram esfriar. A companhia uma da outra lhes proporcionaram um certo apego, onde uma ia, a outra ia atrás curiosa para ver o que estaria fazendo.
Snow foi para seu quarto enquanto a mais velha assistia a suas novelas na tv e passou algum tempo olhando pela janela, contemplando a vista.
Que saudade.. Omi-san.
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𒊹︎︎︎ 𝑈𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𒊹︎︎︎ᵃᵒⁿᵉ ᵗᵃᵏᵃⁿᵒᵇᵘ
RomanceSnow, uma jovem estudante apreciadora da natureza e de personalidade amigável, começa sua rotina como todos fazem, porém, o improvável acontece. Aone, um jogador de vôlei do colégio Date Teach. Sua rotina escolar foi alterada assim que reconheceu a...