Enquanto A Noite é uma Criança [HINNY/ TRADUÇÃO]

Capítulo 7

VII. Todas as palavras foram ditas.

E a profecia se cumpriu, mas eu simplesmente não consigo decidir para onde ir

Sim, foi um dia e tanto e eu deveria dormir, mas amanhã vou acordar e saberei

Que tenho começar de novo, embora eu não saiba como começar,

tenho que começar de novo

E é difícil

Harry agarrou o porteiro enquanto ele corria pelo corredor central com lâmpadas novas nas mãos. Enquanto o homem olhava impacientemente, uma das lâmpadas escorregou de seu alcance. Harry pegou-o antes que caísse no chão.

"Onde estamos?" ele perguntou ao homem, entregando-lhe a lâmpada.

"Com licença?" — disse o homem, tentando equilibrar a lâmpada nova com todo o resto.

"Onde estamos?" Harry repetiu impacientemente. "Que país?"

"Finlândia", disse o homem, e tirando o braço do aperto de Harry, continuou pelo corredor.

Finlândia. O que ele estava fazendo na Finlândia? Ginny podia estar viva e ele estava perdendo tempo num trem na Finlândia. Ele se levantou com a intenção de desaparatar, mas depois se conteve. Ele sentou-se novamente.

Ele teve que pensar sobre isso. Ele soltou um suspiro e passou a mão pelos cabelos novamente. Ele não poderia simplesmente reagir; ele estava reagindo há cinco anos e veja onde isso o levou. Maldita Finlândia, pelo amor de Merlin. Ele se forçou a respirar fundo mais algumas vezes, para se acalmar. O porteiro voltou pelo corredor e Harry o agarrou novamente.

"Sim?" o porteiro retrucou.

"Onde estamos na Finlândia?"

"Estamos a pouco mais de quarenta quilómetros de Helsínquia", disse o homem.

"Obrigado."

Quarenta quilômetros. Isso serviria. Ele precisava pensar e, de repente, sentiu-se tão cheio de uma energia desconhecida que teve certeza de que não conseguiria pensar ali sentado naquele trem. Ele tirou a mochila do compartimento de armazenamento e enfiou a revista dentro. Ele precisava caminhar.

O porteiro estava voltando pelo corredor e lançou a Harry um olhar como se esperasse ser agarrado novamente, mas Harry apenas acenou para ele. O porteiro retribuiu o aceno e continuou pelo corredor, e quando chegou ao fim e se virou para examinar o carro, o jovem com a cicatriz já havia desaparecido.

Harry aparatou na floresta e começou a andar. Edwiges desceu imediatamente por entre as árvores e pousou em seu ombro, esfregando o rosto afetuosamente em sua barba. Distraidamente, ele estendeu a mão para acariciar suas penas, tentando pensar. Mas no momento pensar era muito difícil. No momento tudo o que ele podia fazer era sentir. Todos os sentimentos que havia negado e reprimido durante cinco anos começaram a inundá-lo, e ele descobriu que era impossível ignorá-los e considerar suas escolhas racionalmente. Suas mãos tremiam e sua garganta inchava. Num momento ele estava tonto de esperança; eles estavam vivos, eles estavam vivos, o pensamento girava em seu cérebro. No momento seguinte ele estava fervendo de raiva; cinco anos desperdiçados, cinco anos vagando, mortos por dentro, enquanto Ron e Hermione se apaixonavam e Gina namorava outros homens. Cinco anos em que ele poderia ter sido amante de Ginny, marido de Ginny. Ou ele ficou dominado pela tristeza, pensando no que poderia tê-los feito passar ao partir. Mas mesmo que o odiassem, poderiam estar vivos, pensou ele, e a esperança brilhou novamente.