Seus Olhos Cor De Luar

3.

– Preciso ir no banheiro. – avisei assim que a aula acabou e saímos pela porta.

– Não precisa me avisar cada passo seu cara.– Ron resmungou com a cara levemente rotorcida antes de sair com Hermione.

Esperei alguns minutos, disfarçando que estava procurando alguma coisa quando vi pelo canto do olho Malfoy sair pela porta apresado.

Aumentei a capa de invisibilidade que eu tinha encolhido para esconder no meu roupão e comecei a seguir o loiro mais silenciosamente do que da primeira vez, mas o caminho que ele fez, foi em direção a biblioteca.

Chato...

O loiro se sentou suspirando tirando um livro pesado de couro e colocou sobre a mesa. "Animais Fantásticos: seres metamorfos" Eu tenho um desses, mas desde quando Malfoy se interessava por animais fantásticos? Ainda me lembrava com carinho do dia em que Bicusso o atacou.

Malfoy se debruçou sobre o livro abrindo-o em uma página muito específica.

O livro era obviamente dele, era coberto de anotações e rabiscos mas eu não conseguia ler na distância que eu estava.

Observei enquanto ele lia atentamente, algumas vezes murmurando uma coisa e outra mas nada de interessante. Madame Pince veio avisá-lo que seria melhor fazer uma pausa na leitura me desconcentrando de encarar seu belo rosto concentrado e desconcentrando Draco de seu livro.

Quanto tempo tínhamos ficado ali?

Malfoy suspirou recolhendo suas coisas e se levantando olhando atentamente para o sol que sumia no horizonte deixando seu rosto com um brilho alaranjado realssando seus olhos cinza.

Me senti corar embaixo da capa constatando o quanto ele ficava bonito nessa iluminação mesmo com o rosto abatido e as olheiras nos olhos...

Estava quase desistindo de incriminá-lo quando ele saiu muito apressado da biblioteca, com o livro torto caindo de dentro da bolsa. Me abaixei discretamente pegando o livro e escondendo dentro da capa junto comigo antes de começar a correr atrás dele.

Como de esperado, ele seguiu em direção às masmorras, mas não foi para o dormitório da Sonserina. Ele continuou correndo afobado e meio torto até estar na frente de um quadro pequeno com uma cobra albina de olhos verdes desenhado. Me aproximei mais de seu corpo quando ouvi que sussurrava uma senha. Uma  pequena porta se abriu e o loiro entrou apressado e felizmente eu entrei antes que ela se fechasse.

Era um cômodo pequeno, com uma cama de solteiro com um lençol simplesmente verde escuro, um sofá escuro quase preto com almofadas com o brasão da casa, uma lareira de pedras negras assim como as paredes e chão parcialmete cobertao por um carpete azul escuro, no canto do quarto tinha uma porta escura no que eu supus ser um banheiro e um pequeno espaço de cozinha. Parecia muito com os aposentos dos professores na escola.

Malfoy tem um quarto próprio agora? Isso é o que acontece quando seu pai é Lucius Malfoy.

O loiro empurrou suas coisas em cima do sofá junto com seu manto. Ele começou a andar de um lado para o outro parecendo estar extremamente agitado com alguma coisa. Afoxou a gravata no pescoço e passou as mãos pelos cabelos puxando-os levemente para trás. Minha mente se recusava a aceitar que parte de mim tinha acabado de achar Draco Malfoy extremamente atraente naquele momento.