9.

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*Draco POV

A porta do meu quarto se abriu revelando uma cabeleira loira saltitando para dentro. Luna deixou sua cesta em cima do sofá e me abraçou forte.

Ainda não era muito fã de abraços, mas os dela eu não conseguiria fugir então era mais fácil aceitar.

- Você tá bem?- ela perguntou preocupada se sentando do meu lado vendo os vários livros abertos na cama.

- Na medida do possível.- murmurei a contra gosto.

Luna sorriu levemente se levantando e pegando uma maçã verde de dentro da cesta e me oferecendo.

- Fiquei surpresa quando você me chamou. Você sempre disse que não podia vir no meio do dia...- a loira começou me olhando desconfiada - Aconteceu alguma coisa?

Como eu explicaria que é o segundo dia em que eu ia para a minha sessão de estudos na biblioteca e encontrei Potter me encarando pelas duas horas que eu fiquei lá?

- Eu pareço cansado? - perguntei resgatando minha conversa de ontem com Potter.

Luna piscou algumas vezes surpresa antes de começar a analisar meu rosto com cuidado tirando alguns fios de cabelo que caiam na livres minha testa sem qualquer ordem.

- Você tem olheiras.- ela disse depois de um tempo - Por que?

- Potter.- resmunguei levemente irritado.

Luna piscou surpresa antes de abrir um sorrisinho inocente para mim.

- Você e o Harry conversam agora?- ela perguntou agitando as sobrancelhas pra mim.

- O idiota veio puxar papo comigo ontem todo simpático.- disse curioso pela atitude da loira - E hoje ele se sentou quase na mesma mesa e ficou me encarando.

- Vai ver ele só quer fazer amizade.- ela cantarolou com um sorrisinho.

- Um pouco tarde você não acha?

- Ah vamos Dray.- ela choramingou se jogando com os braços na minha cama - Harry provavelmente só estava sendo gentil, você quase não tem amigos, não pode ser um ermitão pra sempre.

Sorri para ela pensando se ela estava certa.

Eu e Potter amigos? Um arrepio desagradável passou pelo meu corpo. Por que isso soava tão errado?

Senti algo fofo bater na minha cabeça e olhei para Luna que segurava uma alfomafada mirando novamente na minha cabeça. Rimos enquanto embracavamos em uma guerra de travesseiros ouvindo ela rir que nem criança.

Paramos quando a minha lareira explodiu em chamas e a voz do meu pai soou pelo quarto.

- O que é tão engraçado filho?- meu pai perguntou suspirando com a voz abafada.

Luna travou com o travesseiro próximo a minha cabeça quando viu meu pai no fogo. Mesmo com a imagem meio disforme conseguia ver que nos encarava com as sobrancelhas erguidas em questão.

- Desculpe estar... Interrompendo. - ele diz com certo desconforto - Não sabia que tinha uma namorada, filho.

Ele disse a última palavra com certa acusação cruzando os braços e comprimindo os olhos para mim.

- Não pai!- me apressei em dizer me afastando apressadamente da loira ainda deitada observando tudo - Luna é minha amiga só, ela sabe.

- Você contou?- meu pai perguntou surpreso.

- Eu descobri senhor. E estou ajudando ele a manter o controle na lua cheia. - Luna disse educaca e firme se sentando ao meu lado.

- Senhorita Lovegood pode nos dar licença? - meu pai perguntou e Luna assentiu me dando um joinha enquanto se trancava no banheiro.

- Como vocês estão?- perguntei me sentando na frente da lareira.

- Sua mãe está se coçando para redecorar a casa mas fora isso estamos bem. O nosso maior foco é você. - ele me ofereceu um sorriso cansado - Fico feliz que você tenha amigos para te ajudar nesse momento. Eu queria poder ter impedid-

- Pai, não tinha como você saber...- o tranquilizei - Não foi culpa de ninguém além de Greyback.

Meu pai sempre se culparia, ele acha que destruiu a minha vida mas não foi culpa dele.

Eu estava terminando de trancar os cofres da família em Gringotes, depois da pena não podíamos esbanjar em nada e como eles não podiam sair de casa eu fiquei responsável por tranca-los. Mas repentinamente, o beco diagonal ficou vazio, isso era impossível de acontecer. Fiquei com medo começando a andar sem rumo com a impressão de estar sendo seguido.

Em um beco pequeno, dois comensais me atacaram e me levaram até aqule maldito. Ele me mordeu, não me machucou muito além disso, desse que carregar esse fardo para sempre seria punição o suficiente, que era para minha família ficar esperta, por que minha mãe seria a próxima.

O meu tratamento depois do ataque foi completamente sigiloso a pedido do meu pai, usamos todo o dinheiro dinheiro que tínhamos no momento para pagar o mais sigiloso dos tratamentos. Meu pai se culpa por que ele recebeu cartas de ameaças de Greyback mas não ligou e insistiu para mim ir naquele dia.

- Draco...

- Pai eu não te culpo e nem te odeio. - suspirei tentando relaxa-lo - E eu não tenho "amigos". Luna é um caso aparte.

Um sorriso curto surgiu no seu rosto me olhando com carinho.

- Você poderia fazer alguns amigos filho. - ele disse suavemente - Sabe que não precisa ser mais aquela pessoa, quem sabe você não me trás um herdeiro?

Corei fortemente e olhei para meu pai surpreso com o salto que aquela conversa tomou.

- Preciso mesmo?- perguntei com desânimo, os dois se uniram para me chamar de anti social?

- A questão do herdeiro talvez. Eu e sua mãe temos uma aposta interessante e espero vencê-la. - Ele sorriu e consegui ouvir um ruído baixo da minha mãe - Apesar de ela ter certeza de que vai ganhar.

- Posso saber que aposta é essa?- perguntei com sarcasmo, o tédio desses dois estava chegando em outros níveis. Não me trazendo um irmão tá ótimo.

- Talvez outro dia. Estou feliz que você está bem Draco. - Meu pai disse me tom de despedida com um sorriso carinhoso- Eu e a sua mãe estamos com saudades. Nos vemos nas férias.

Sua imagem sumiu sem esperar que eu me despedisse não me surpreendendo nem um pouco. Ele odiava isso.

Ouvi a porta ranger e Luna saiu do banheiro se sentando do meu lado com um sorrisinho vitorioso nos lábios.

- Viu? Até seu pai acha que você precisa de amigos.

- Isso não significa que eu tenho que ser amigo de Potter.- resmunguei emburrado e Luna riu.

- Bom, ele é um começo. E você sabe que Grifinórios são teimosos, se algu- ela se corrigiu no meio da frase - ele. Se ele bota alguma coisa na cabeça ninguém consegue tirar.

Olhei para ela arqueando uma sobrancelha curioso. Ela ia dizer alguém. Alguém quem? Quem colocaria na cabeça dele que eu preciso de amigos?

E por que, caralhos, ele iria quer isso?

Seus Olhos Cor De LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora