21.

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Observei os aposentos de Remus com curiosidade, nunca pensei que entraria aqui, mas é exatamente como esperava.

As paredes eram um tom de marrom mais claro assim como o piso, no chão tinha um carpete vermelho que lembrava as cores da Grifinória, a sala se fazia como um pequeno escritório, com um sofá de três lugares, uma estante do chão ao teto lotado de livros e uma mesa grande cheia de cadernos, sua pena e mais livros.

Sorri com a familiaridade do lugar observando Sirius se jogar no sofá preguiçoso como se o quarto fosse dele.

- Confortável? - Remus perguntou irônico e Sirius lhe soprou um beijo.

- Como você está Sirius?- me sentei ao seu lado sendo recebido por um abraço de urso.

- Bom, a velha Bella não conseguiu acabar comigo, mas fez um estrago. - o moreno sorriu sarcástico levantando a blusa e mostrando uma cicatriz escura que cortava seu abdômen até a altura do peito - Felizmente eu sou duro na queda.

- Vaso ruim não costuma quebrar Siri. - Remus retrucou se sentando conosco.

Senti meu peito doer quando Remus fez menção de rir, mas foi tomado por uma tosse violenta e um gemido de dor.

Ele age tão naturalmente que me esqueço que  acabou de passar pela pior noite do mês e sozinho.

Não consegui me impedir de pensar em Draco, e a culpa duplicou de tamanho. Queria muito vê-lo, pelo menos para cuidar um pouco, mas não vou deixar meu padrinho agora.

- Querem um chá?- o loiro perguntou rouco como se não fosse nada e se levantou indo para outro cômodo do aposento.

- Ele não mudou nada ... - Sirius resmunga me apertando um pouco mais forte - Ele vai acabar se matando se continuar fingindo que a lua cheia não afeta mais.

- Acho que bom senso e cuidado com a própria saúde não é algo que define os marotos. - sorri suavemente e Sirius riu.

- Acho que não. - ele me soltou apenas para pegar meu rosto entre as mãos e me observar melhor - Eu estou orgulhoso, Harry.

Aquela frase vindo dele sempre me atingiria com força. Um calor reconfortante irradiou por todo meu corpo me fazendo sorrir que nem criança no natal.

- Você lutou muito bem, e nos livrou daquele careca sem nariz e sozinho. James estaria subindo pelas paredes agora. - sorri e Sirius passou os dedos pelos meus cabelos.

Abri a boca na intensão de agradecer e brincar com ele de volta mas a porta do quarto me interrompeu.

Snape entrou apressado, seu rosto demonstrando o máximo de reação que eu já vi desde que eu o conheço. Observando o cômodo, seus olhos se fixaram em mim e Sirius, a aflição sendo rapidamente substituída por desdém.

- Pulguento. - ele resmungou antes de me encarar.

- Como vai Sevinho? - Sirius cumprimentou abrindo um sorriso sarcástico.

- Não tem permissão de usar meu primeiro nome, ainda mais de maneira tão ridícula.

- Severus?- Remus perguntou surpreso saindo da pequena cozinha com duas xícaras de chá nas mãos.

- Remus preciso da sua ajuda. - Snape pediu numa calmaria inédita e vi o senuo de Sirius franzir diante da intimidade dos dois.

Não que eu não esteja surpreso também.

- O que está acontecendo?- o moreno questiona emburrado e Severus bufa.

- Algo maior do que seus cabelos Black. Fique calado por um instante. - Snape diz sarcástico como sempre.

Seus Olhos Cor De LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora