Cap-18

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— Ja — respondi, piscando para ela.
Ela estava me olhando de um jeito estranho. — O que foi? — perguntei.
Poppy trouxe seu corpo para mais perto. Tão perto que nossos peitos se tocaram e seus lábios quase encostaram na minha boca. Eu podia sentir o cheiro de pasta de dente mentolada em seu hálito.
Molhei os lábios e meu coração começou a bater forte. Os dedos de Poppy deslizaram por meu rosto, meu pescoço e meu peito, até que alcançaram a barra da minha camisa. Eu me mexi na cama, precisando de espaço, mas, antes que eu pudesse de fato me mover, Poppy se aproximou e pressionou a boca sobre a minha. Assim que senti o gosto de seus lábios, me curvei para mais perto, e sua língua avançou para encontrar a minha.
Ela me beijou devagar, mais profundamente que antes. Quando sua mão levantou minha camisa e pousou em meu estômago nu, joguei a cabeça para trás e engoli em seco. Eu podia sentir a mão de Poppy tremendo contra a minha pele. Olhei em seus olhos, e meu coração pulou uma batida.
— Poppymin — sussurrei, correndo minha mão sobre seu braço nu. — O que você está fazendo?
Poppy moveu a mão para cima até atingir meu peito, e minha voz foi estancada pelo nó em minha garganta.
— Rune? — Poppy sussurrou, enquanto descia a cabeça para depositar um só beijo na base do meu pescoço. Meus olhos fecharam quando sua boca morna tocou minha pele. Poppy falou com a boca ainda encostada na minha pele: — Eu... eu quero você...
O tempo parou. Meus olhos se abriram rápido. Poppy foi aos poucos para trás e inclinou a cabeça até que seus olhos verdes encontraram os meus.
— Poppy, não — protestei, balançando a cabeça, mas ela colocou os dedos sobre meus lábios.
— Eu não... — Ela se perdeu por um momento, e então se aprumou e continuou: — ... eu não posso deixá-lo ir sem saber como é estar com você. — Ela fez uma pausa. — Eu te amo, Rune. Tanto. Espero que saiba disso.
Meu coração disparou em um novo tipo de batida, uma que sabia que tinha o amor de sua outra metade. Era mais forte e mais rápida. Era infinitamente mais rápida que a anterior.
— Poppy — sussurrei, chocado com aquelas palavras. Eu sabia que ela me amava, porque eu a amava. Mas era a primeira vez que eu a escutava dizer isso em voz alta.

Ela me ama...
Poppy esperou silenciosamente. Sem saber como responder de outro jeito, deslizei a ponta do nariz por sua bochecha, puxando a cabeça para trás em uma fração de segundo para olhar em seus olhos.
—Jeg elsker deg.
Poppy engoliu em seco e então sorriu.
Eu sorri de volta.
— Eu te amo — traduzi, só para ter certeza de que ela tinha entendido completamente.
O rosto de Poppy ficou novamente sério, e ela se moveu para sentar no meio da cama. Buscando minha mão, ela me puxou para eu sentar de frente para ela. Suas mãos desceram para a barra da minha camisa.
Tomando um fôlego entrecortado, ela tirou a camisa por cima de minha cabeça. Fechei os olhos ao sentir um beijo morno no peito. Abri os olhos novamente para ver Poppy me dar um sorriso tímido. Derreti ao ver o olhar nervoso em seu rosto.
Ela jamais tinha estado tão linda.
Brigando com os nervos, coloquei a mão em seu rosto.
— Nós não temos que fazer isso, Poppy. Só porque vou embora... você não precisa fazer isso por mim. Eu vou voltar; eu garanto. Quero esperar até que você esteja pronta.
— Eu estou pronta, Rune — ela disse, com a voz clara e firme. — Você acha que somos muito jovens...
— Logo faremos dezesseis.
Sorri ao ouvir o fogo em sua voz.
— A maioria das pessoas ainda acha que isso é ser jovem demais.
— Romeu e Julieta tinham mais ou menos a nossa idade — ela argumentou.
Não consegui evitar o riso. Parei de rir quando ela veio para mais perto e passou a mão em meu peito.
— Rune — ela sussurrou —, estou pronta há algum tempo, mas não me importava em esperar porque tínhamos todo o tempo do mundo. Não havia pressa. Agora não podemos nos dar a esse luxo. Nosso tempo, este tempo, é limitado. Temos apenas horas. Eu te amo. Eu te amo mais do que qualquer um acreditaria. E... acho que você sente o mesmo por mim.

Mil beijos de garoto Onde histórias criam vida. Descubra agora