"Livro extra da série Barcelona"
Maya sempre foi a mais velha e responsável de um grande grupo de crianças que posteriormente se tornaram adolescentes, e por esse fato, ela possui ótimas histórias para contar!
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Novembro, 2012
Da mesma forma que eu posso contar nos dedos quantas vezes meus pais cumpriram o que prometeram, eu também posso contar nos dedos quantas vezes eu acordei em um sábado. Provavelmente, a última vez que isso aconteceu, foi no último sábado antes do Matteo nascer, ou seja, há doze anos atrás.
— Maya!
Me curvei, segurando a Manu que pulou em cima de mim. Manu não era pesada, mas ainda assim, alguns quilos em cima de você de repente causam algumas dores. A segurei pela cintura para que ela não caísse para trás, virando minha cabeça e vendo que eram sete e meia da manhã.
Sete e meia da manhã de um sábado... Repito: de um sábado.
— Bom dia, Manu. — Murmurei. — Porque está acordada tão cedo?
— Parque! — Disse animada. — Hoje é dia de parque, esqueceu?
— Não, não esqueci. — Me sentei na cama, tirando o cabelo do meu rosto. — Mas, não vamos agora, é só mais tarde, depois do almoço.
— Porque? — Fez um beicinho.
— Porque é o horário que a Carmen marcou. — Coloquei seu cabelo atrás da orelha. — Os meninos já acordaram?
Antes que a Manu me respondesse, escutei um grito do quarto do Matteo junto com a risada estridente do Nick. Manu olhou para mim assustada, enquanto eu apenas revirei os olhos e levantei da cama, com ela atrás de mim.
— Moleque, eu vou te matar e não estou nem brincando!
Encostei no batente da porta do quarto com a Manu ao meu lado vendo a brincadeira de lutinha entre os dois. Eles sabem que eu odeio esse tipo de brincadeira, porque sempre acaba no Matteo tendo seu ego ferido ou o Nick chorando porque levou um soco forte demais.
— Se alguém se machucar, eu não quero ouvir um piu no meu ouvido, fui clara?
— Ele que veio me acordar. — Matteo empurrou o Nick. — Inferno, olha a hora!
— É, pois é... — Forcei um sorriso. — Vem, Nick, desce daí antes que você abra seu bocão e comesse a chorar.
— Eu não tenho bocão. — Me olhou emburrado.
— Tem sim!
Olhei para a Manu querendo rir, mas como eu tinha que evitar que aquela casa diariamente virasse um ringue de luta, forcei para fazer um olhar de repreensão. Manu me deu um sorriso sapeca e saiu correndo pelo corredor, com o Nick atrás dela.
— Bom dia... — Disse rindo, entrando no quarto do Matteo. — Que horas chegou ontem? — Sentei em sua cama.
— Uma e meia. — Passou a mão pelo cabelo. — Porque?
— Não vi você chegar, por isso.
— Você estava capotada, fui no seu quarto pra avisar que eu tinha chegado são e salvo, mas você estava dormindo e eu não quis te acordar. — Explicou.