"Livro extra da série Barcelona"
Maya sempre foi a mais velha e responsável de um grande grupo de crianças que posteriormente se tornaram adolescentes, e por esse fato, ela possui ótimas histórias para contar!
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Quarta-feira, 27 de Dezembro, 2023
— ALGUÉM TIRA ESSAS CRIANÇAS DE PERTO DESSE ELEVADOR! — Gritei.
Eu sabia que ao consertar o elevador, ele viraria o melhor parque de diversões das crianças. Eles eram obedientes na maior parte do tempo, mas ainda assim, eram crianças que gostavam de brincar, se divertir e deixar a mãe louca.
Principalmente o Arthur. Eu pensava que o Nick era atentado quando criança, mas cada vez que o Arthur cresce mais, percebo que o Nick era fichinha perto dele. Se ele continuar assim, quando ele estiver com seus catorze, quinze anos, eu já estarei de cabelos brancos, ou na pior das hipóteses, internada em uma clínica psiquiátrica.
E ainda existe a possibilidade de estar a sete palmos abaixo da terra.
— Pelo amor de Deus, sai daí!
— Mas tio Gavi...
Segurei uma risada ao ouvir o desespero do Gavi e a lamentação de Arthur. Saí da cozinha secando minha mão no pano de prato, dando de cara com os dois perto do elevador. Alice observava tudo do sofá, querendo rir também.
— De novo, Arthur?
— Mamãe, eu só queria subir. — Explicou.
— Tem a escada. — Apontei. — Suba por ela.
— O elevador é mais legal.
Respirei fundo, massageando minha têmpora.
— Se você ficar preso, saiba que eu não vou te tirar de dentro do elevador, okay? Quando você era pequeno, sempre quis subir a escada sozinho, e agora quer usar o elevador pra quê? Suas perninhas estão boas, não estão?
— Sim. — Deu de ombros.
— Se você entrar no elevador, elas vão ficar ruins igual as do tio Gavi. — Apontei para a perna enfaixada do Gavi. — Quer ficar igual a ele?
— N-não... — Negou, assustado.
— Então pare de brincar no elevador!
Arthur assentiu e saiu correndo em direção à escada, com a Alice atrás dele. Conseguia ouvir eles conversando, ou melhor, a Alice dando uma bronca "eu falei pra você parar, Arthur! A mamãe não gosta" e o Arthur respondendo "eu te amo escada". Olhei para o Gavi, que tinha um olhar curioso para mim.
— O que foi?
— Está certo uma psicóloga assustar o filho assim?
— Não estou aqui como psicóloga, e sim como uma mãe raiz que sabe que se não fizer algo permanente, o filho vai ficar preso dentro do elevador mais cedo do que imagina. — Pisquei, voltando para a cozinha.
Ele veio atrás.
— Não está atrasada?
Olhei no meu Apple Watch vendo que em alguns minutos eu teria que estar saindo de casa.