Capítulo 31- Família

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Março, 2016

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Março, 2016

— Aí...

Passei a pela minha testa, descendo da escada. Me encostei na parede, tentando fazer a minha cabeça parar de rodar enquanto a Mia me encarava preocupada.

— Tudo bem?

— Dor de cabeça, só. — Dei um sorriso fraco. — Desce lá na cozinha e pega um remédio pra mim, por favor.

— De novo? — Me encarou. — Quando remédios você já tomou essa semana?

— Eu não sei. — Dei de ombros. — É só a enxaqueca voltando com o estresse.

— Certeza?

— Sim? Porque? — Perguntei confusa, pegando o pano de chão ao meu lado.

— Maya... Você já pensou na possibilidade de estar grávida?

Me virei para ela, e devo ter ficado uns dez segundos a encarando antes de começar a rir, balançando a cabeça.

— Mia, você está doida?

— Sua menstruação está atrasada?

— Porque quer saber?

— Está ou não? — Cruzou os braços.

Suspirei, deixando o pano de lado e coçando a minha cabeça. Eu realmente não precisava da Mia me deixando paranoica.

— Umas duas semanas? Eu não sei, e de qualquer forma, eu estou estressada, é normal que ela atrase quando estou muito estressada. — Expliquei.

Não era mentira. As últimas semanas foram extremamente corridas. Tive que dividir o meu tempo entre Barcelona e Sevilha, além de estudar, trabalhar e cuidar da casa, meus irmãos e da Mia. Rosa como sempre, me ajudava em absolutamente tudo, mas ainda assim, era me estressante.

Nas últimas semanas, meu pai veio para Barcelona e entregou uma missão nas minhas mãos. Convencer os pais de um jogador da base do Betis a deixarem o filho ir para a base do Barcelona. Meu pai no seu tempo livre, tem dessas: roda pela Espanha através de jovens promessas de outros times e leva para o Barcelona. Alguns, ele administra a carreira, e aparentemente, esse garoto era um deles.

Não entendi muito bem o porquê ele queria a minha ajuda, mas fui para Sevilha com ele há duas semanas atrás sem nem saber de quem se tratava. Quando chegamos no CT do Betis, me deparei com um garotinho que deveria ter onze anos, que apesar de pequeno, perguntei ao meu pai do porquê tanto ódio dentro de campo, o que lhe fez rir. Meu pai me contou que ele me chamava Pablo Gavi, tinha onze anos e o Barcelona queria porque queria leva-lo para o La Masia, mas os pais estavam sendo um "empecilho", já que eles não poderiam ir junto para Barcelona.

Foram boas horas conversando com a senhora Aurora e o senhor Pablo — os filhos tem os mesmos nomes — convencendo-os que eu cuidaria dos filhos deles em Barcelona. Eu não sei por qual motivo, mas desde o momento em que vi o Pablo sair do campo e vir aonde eu estava e me abraçar, senti que eu deveria cuidar dele. Ele era tímido e todas as vezes que eu falava com ele, ele desviava o olhar com um sorriso tímido no rosto. Semana passada, os pais dele, ele e sua irmã vieram para Barcelona conhecer as instalações do La Masia. Pablo queria o Barcelona, ele é torcedor e ama o clube, mas, a mãe ainda estava preocupada com o fato de deixa-lo sozinho no La Masia, então, eu tive uma ideia maluca...

cuentos || maya azevedo m.sOnde histórias criam vida. Descubra agora