Capítulo 7- Parte I

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Ela não dormiu. Talvez tenha havido alguns minutos em que seus olhos exaustos se fecharam em busca de alívio, mas ela rapidamente os abria novamente. Ela viu a cor de suas paredes mudar de preto para roxo, para amarelo e para branco. Não era insônia, ela queria dormir, queria sonhar e repassar repetidamente em sua mente o que havia acontecido. Mas uma frase fez com que todos os bons pensamentos parassem bruscamente: 'Tem certeza de que está pronto para isso?' Ela sabia que não estava.

A parte de trás de sua cabeça e seu pescoço doíam por dormir na jaqueta enrolada de Harry. Ela era orgulhosa demais para deixar a mãe fazer travesseiros novos. Foi só depois de partir que ela se lembrou de que havia esquecido como fazer isso sozinha. Com um pequeno gemido, ela se sentou e olhou pela janela para a manhã ensolarada e brilhante. O medo a inundou. Ela não estava pronta.

"Hora de levantar", anunciou sua mãe em voz alta enquanto abria a porta. "Ah, você está acordado."

"Não consegui dormir", ela bocejou e sentiu seu pescoço esticar e estalar.

"De forma alguma?" A Sra. Weasley entrou na sala e informou a filha com uma sobrancelha levantada.

"De jeito nenhum. Você sabia que o céu fica roxo apenas por cerca de cinco minutos antes de começar a mudar para amarelo?" Ela se levantou e pegou a jaqueta de Harry para sacudi-la, estava horrivelmente amassada agora.


"E vejo que você também não fez nenhum travesseiro." Sua mãe baixou a cabeça e passou as mãos pelo rosto, "Ginny."

"Está tudo bem, mãe. Acabei de esquecer como. Eu deveria relembrar isso de qualquer maneira." Ela foi até o armário para escolher quais roupas teria que trocar esta manhã.

"Ginny, você não precisa ir. Eu não acho que você esteja pronta, não se você ficou acordada a noite toda se preocupando com isso."

"Mãe", ela se virou para encará-la. "Se ninguém me pressionar, nunca estarei pronto. Ron estava certo." Ela engoliu em seco, tentando reprimir a sensação de enjôo que se formava na boca do estômago. Ela não estava pronta, mas não tinha mais escolha. Nisso seu cérebro e seu corpo poderiam concordar. Foram suas emoções incômodas que estavam atrapalhando sua determinação. Era apenas nervosismo, simples nervosismo. Ela os sentiu no primeiro dia de aula, em todos os jogos de Quadribol, e agora, enquanto ela estava retomando sua vida.

Curiosamente, ela nunca sentiu nervosismo no promotor, mas deixou toda a ansiedade para Neville, ele se preocupava melhor do que ela. Ela sorriu ao se lembrar de seu amigo e depois franziu a testa quando o nome dele trouxe à tona uma nova lembrança, de olhos verdes ardentes e ciumentos.

"O que há de errado, amor?"

Ginny voltou sua atenção para sua mãe, com a camisa pendurada nas mãos. Ela não tinha percebido que a havia desligado.

"Nada, desculpa."

"Você não está indo." Sua mãe balançou a cabeça e se aproximou para pegar a camisa de suas mãos. "Não, não, não. Você não está pronto, você não dormiu. Não posso deixar você ir."Ela começou a empurrá-la para a cama. Com um flash de sua varinha, vários travesseiros grandes e fofos apareceram, e com um empurrão final, Ginny tropeçou em sua cama.


"Mãe." Ela se assustou, mas sua mãe estava afofando os travesseiros e puxando o edredom.

"Eu deveria saber que era muito cedo."

"Mãe", ela agarrou suas mãos. "Tem que ser eu. Quem mais você pode enviar?"

"Eu vou pensar em alguma."

Um fantasma seu [HINNY/ TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora