Capítulo dezoito

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Cadu

Beijo suavemente o cabelo preso de Iara e aperto o seu corpo contra o meu sentindo melhor o seu cheiro gostoso. Estamos em silêncio desde que entramos no chalé, não quero voltar ao assunto sobre nós porque Iara não aparenta querer ceder e pensar nisso, me incomoda mais do que deveria.

"Está com sono!" não pergunto, afirmo, e Iara assente passando a mão no rosto.

"Comi muito doce e, está começando a escurecer, devemos voltar" fala se levantando do tapete e suspiro a puxando de volta.

"Aqui fecha ás dez, ainda são seis e quarenta e cinco, relaxa" tento convencê-la, mas a mesma nega me olhando.

"Minha mãe reclamou sobre estas minhas saídas, preciso voltar, além do mais, não deveria nem estar aqui com você" diz áspera e franzo o cenho.

"Não quero discutir, Iara, estamos tranquilos aqui, porra!" murmuro me sentando e passo a mão em meu cabelo escuro.

Iara se levanta e faço o mesmo segurando em sua cintura.

"Amanhã podemos nos ver?" tento fingir educação e paciência, e Iara me olha desconfiada.

"Se podemos?" ela ri baixo e desvia o olhar "Estou confusa com tudo isso, muito confusa. Mesmo gostando do que temos, acredito que... é o melhor tirarmos um tempo, sabe?" travo o maxilar e nego segurando mais firme em sua cintura fina.

"Não, eu não sei de porra nenhuma!" rebato e isto a faz me olhar séria, me deixando ciente que fodi ainda mais com tudo.

"Nada mudou, nada!" diz dura e se afasta "Preciso ir, vou pedir um Uber e..."

"Não fode!" eu a interrompo e a puxo novamente para mim "Sabe que não há fodida chances de voltar pra casa sem mim, se quer ir embora eu irei te levar!" Iara suspira assentindo e vira o rosto quando tento beijá-la.

"Melhor irmos" diz me empurrando e pega a sacola de doces agora vazia. Bufo e apenas sigo a mulher até a saída.

"Iara" eu a chamo na tentativa de conversarmos novamente "Iara!" digo mais firme e a seguro pelo braço direito já que finge não me ouvir.

"Carlos!"

"Cadu!" corrijo e a viro para mim, encaro o seu rosto limpo de maquiagem e suspiro fortemente por me sentir a cada segundo mais atraído por esta mulher filha da puta!

"O que foi?" se faz de desentendida e tenta se soltar, mas a seguro mais firme.

"Nos resolvemos?" Iara franze o cenho e nega com a cabeça.

"Nem mesmo conversamos, você parece não saber o que é isso" reviro os olhos e toco no cabelo liso e macio preso em um rabo de cavalo.

"Podemos conversar, estamos aqui ainda..." a mulher em minha frente suspira e me olha nos olhos.

"Me diga então, porque eu já te deixei ciente sobre a gente, além do mais, daqui dois dias você irá viajar."

"E?" arqueio a sobrancelha e Iara dá de ombros.

"Não sou tão bobinha, Carlos. Sei que estará rodeado de mulheres, ou não?" o seu tom muda me deixando ciente que está se irritando, e isto causa uma agitação estranha pra caralho dentro de mim.

"Bom, sim, haverá mulheres, mas..."

"Eu sei, então você vai se divertir como sempre fez e vai continuar com a sua vida e eu com a minha!" diz e joga a sacola em meu peito antes de sair andando em passos duros.

"Que porra... Iara!" vou atrás dela e bufo a segurando novamente "Pare com essa porra de fugir!"

"Estou com pressa!" desconversa e tenta se soltar mas a encosto em uma árvore e prendo o seu corpo com o meu.

"É aniversário de um amigo meu, mas para ser sincero eu nem estou tão animado para ir na viagem. Já tem uns dias que pensei em não ir e ficar aqui para curtir com você" Iara me olha surpresa e abre a boca, mas nenhuma palavra sai.

"Cadu..." ela murmura e continua sem jeito "Não é certo, você está sendo nada legal comigo ultimamente e não posso fechar os olhos para isso".

Porra, irei mesmo levar um fora?

"Eu vou tentar, tá legal?! Sei que falei merda e fui um idiota..."

"Você é um!" reviro os olhos e dou de ombros.

"Eu vou tentar, estou curtindo o nosso lance pra caralho, sério!" finjo mansidão e forço um sorriso, mas Iara estreita os olhos e nega com a cabeça.

"Não sei, estou confusa" bufo irritado e seguro em seu queixo.

"Eu não vou te deixar ir muito longe, sabe disso, sim?"

"Cadu..."

"Cadu é o caralho, Iara! Quer que eu faça o que, me ajoelhe?" digo tentando conter o meu tom, mas porra, Iara não facilita.

"Está vendo, é um tremendo idiota descontrolado!" aperto os olhos e aliso o seu rostinho de boneca.

"Beleza, sou tudo isso e mais umas porra, mas e aí? Estou brincando com você? Não! Eu quero continuar te vendo e boa, nada além disso!"

"Não é tão simples, você além de ser rude e controlador, me assusta com algumas atitudes, não acho legal."

"Não posso mudar o que sou, Iara, sou um fodido, mas não sou mau caráter... Vamos continuar saindo e fica entre nós, não é como você quer?" jogo para ela também e Iara parece pensar "E eu já disse que vou me controlar, tentar" murmuro e beijo suavemente o seu pescoço.

"Precisa fazer por merecer, já relevei muitas atitudes idiotas suas e também palavras ofensivas. Agora, me leva para casa, por favor!" ela se solta voltando a andar em minha frente.

"Porra!" rosno passando a mão no rosto em um gesto nervoso e arremesso a sacola na lixeira vazia próxima de mim, então alcanço a Iara e adentramos no carro.

Eu a olho algumas vezes durante o percurso e a mesma parece pensativa e aflita, e isso apenas me irrita ainda mais!

"Eu não vou na viagem" murmuro e aproveito para dar atenção a mulher já que o sinal está fechado.

Iara apenas balança a cabeça e vira o rosto para janela, suspiro e toco em sua mão esquerda.

"Tem um restaurante maneiro na beira do..."

"Cadu, não vai me comprar com nada disso!" ela me interrompe e dou de ombros.

"Não pode me culpar por tentar, sabe que não vou desistir."

"Mas deveria, o que eu falei é muito sério e não planejo voltar com a minha palavra!" diz duramente e se livra do meu toque. Cerro o maxilar e praguejo mentalmente todos os palavrões existentes!

Volteei, comentem o que estão achando e até ♡

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora