Capítulo treze

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Iara

Eu tento voltar a consciência e empurro o Cadu que novamente está tentando me persuadir.

"Não... Pare!" digo com dificuldade ao sentir a sua boca em meu pescoço e as duas mãos grandes, fortes e experientes tocam em meu corpo como se o pertencesse.

"Você não parece querer que eu pare" ele me provoca e está certo, eu não quero!

"Você é um tremendo idiota" murmuro o empurrando e respiro com dificuldade.

Cadu me olha intensamente e me segura pela cintura, as suas mãos me apertam e o seu rosto afunda em meu pescoço. Estremeço e seguro em seus braços fortes e tatuados para me equilibrar.

"Me deixe passar a noite aqui!" não me parece um pedido, mesmo assim nego. Cadu precisa entender que eu não faço parte das posses dele que ele pode ter quando e onde bem quiser.

"Eu preciso estudar" não é uma total mentira já que realmente preciso estudar novas receitas e preciso descansar devido as aulas de balé.

"Já está tarde e sei que estava se arrumando para dormir, Iara. Você dorme cedo" ele fala com naturalidade e sinto um frio na barriga por ele saber destes detalhes sobre mim.

Como?

"Então como sabe, precisa ir embora, boa noite" falo rápido e Cadu segura em meu rosto com uma de suas mãos tatuadas.

"Só quero ficar aqui, porra, perto de você" diz falsamente manso e o fato de ele não esconder o que sente, quebra todas as minhas barreiras. Seria tão mais simples se ele fosse fingido e mentiroso, mas não, sempre expressa o que quer.

"Tudo bem, mas não me atrapalhe, amanhã acordarei cedo" Cadu dá de ombros e me puxa para um selinho antes de me soltar. Eu o assisto tirar a camisa escura e jogá-la na poltrona em meu quarto, mordo o lábio inferior o admirando e apenas piora quando ele vai até a sacada e se debruça na mesma acendendo um cigarro.

Droga, Cadu!

Balanço a cabeça e tento focar no que preciso fazer... Escolho um pijama simples que consiste em um vestido largo e curto, mas muito confortável, propício para dormir. Em seguida entro no banheiro e fecho a porta, me preparo limpando o rosto de toda a maquiagem, também escovo os dentes para só então entrar no chuveiro.

Eu tomo um rápido banho e antes de me vestir, passo os cosméticos em minha pele, então visto o vestido de pijama e calço a minha pantufa. Penteio o meu cabelo e borrifo em minha pele uma colônia bastante suave de flor branca. Estendo a toalha e saio do banheiro, vejo Cadu agora sentado na ponta da minha cama e ele está encarando nada, mas assim que percebe a minha aproximação a sua atenção está inteiramente em mim me fazendo sentir nua.

Sinto o meu rosto esquentar e abaixo a cabeça em sinal de timidez, rapidamente apago a luz e acendo a luminária deixando o ambiente agradável. Ando até a minha cama e me deito longe de Cadu, mas isto não dura segundos já que o meu corpo é agarrado me fazendo estremecer por inteira.

"Nunca tenho o suficiente de você" eu o escuto sussurrar enquanto me cheira e alisa o meu corpo com suas mãos grandes "Você me enlouquece pra caralho!" diz e sinto a sua ereção em minhas coxas, aperto as minhas pernas e respiro fundo.

Não posso ceder, não posso ceder... respiro como um mantra em minha mente e fecho os olhos.

"Cadu, pare" sussurro segurando as suas mãos espertas que alisam o meu quadril e sobem até os meus seios.

"Estou fazendo carinho, Iara" diz cínico e reviro os olhos segurando a risada "Vira pra mim" nego diante ao seu pedido e ofego quando Cadu usa de sua grande força e me vira na cama me deixando cara a cara com ele "Difícil?" suspiro e bato em seu peito.

"Eu quero dormir" murmuro e arrepio com o seu olhar negro e intenso.

"Tudo bem, me dê um beijo antes!"

"Não está merecendo" rebato e Cadu arqueia a sobrancelha segurando em meu queixo. Ele força a sua boca na minha me fazendo suspirar e cedo ao beijo lento e bom, mas Cadu não se contenta com algo leve e tranquilo, então intensifica o ritmo do beijo devorando a minha boca. Suspiro e arranho a sua nuca e pescoço.

"Continue e irei te foder aqui e agora" diz apertando a minha bunda e arrepio apertando as minhas coxas em sinal de excitação.

"Tem camisinha?" a frase escapa de minha boca e ruborizo diante da reação surpresa de Cadu.

"Porra!" ele rosna erguendo a minha roupa e rio baixo segurando as suas mãos.

"Cadu, estou brincando, preciso dormir e descansar, sério" minto até para mim mesma porque eu adoraria ter mais uma noite quente com o homem bonito e de tirar o fôlego, mas Cadu não está merecendo agrado.

"Amanhã virei aqui dormir com você, ou melhor, todas as noites!" arregalo os olhos e o olho assustada.

"Não, Cadu, estamos apenas ficando e mesmo eu não tendo experiência em relacionamentos, sei que ficantes não têm todo este contato. Você mesmo disse que não gosta que fique em cima de você" falo rápida e Cadu alisa a minha bochecha.

"Eu sei o que estou falando e fazendo, você não é um porre, Iara. Estamos tranquilos, apenas curtindo, sem dor de cabeça" fala neutro e engulo em seco.

"Eu já disse que sou apegada e você não gosta disso, quanto menos..."

"Estou falando que posso lidar com você, Iara!" diz curto e respiro fundo "Você não enche a porra do meu saco, sabe do seu lugar" reviro os olhos com a sua fala idiota e o empurro pelo peito.

"Então você também deve saber do seu lugar."

"Aonde quer chegar?" Cadu me olha sério demonstrando não gostar do caminho que estamos levando.

"Lei da ação e reação, se eu não fico de cima, você também não deve ficar, porque eu lembro muito bem das suas atitudes idiotas me cobrando o que eu não te cobro."

"Não estou entendendo o seu ponto!" diz baixo e sombrio me fazendo pensar em recuar, mas sei que não devo, preciso deixar o Cadu ciente que nem tudo será do jeito ele, eu não sou a sua marionete.

"Você me tratou mal em muitas situações, me perseguiu e agiu como um doente ciumento. Eu faço isso com você? Não!"

"Dá um tempo, fiz nada demais" responde sarcástico e segura em meu queixo "Apenas queria falar com você e não me respondia."

"Basta esperar o meu tempo" ele nega e beija e cheira o meu pescoço me arrepiando.

"Gosto que esteja disponível para mim, Iara, estarei para você" a sua fala me lega desprevenida e ofego sentindo frio na barriga "E é bom que coloque em sua cabeça que está apenas comigo e disponível somente para mim, estou fazendo o mesmo, nenhuma outra tem a minha atenção" desvio o olhar sentindo o coração acelerar e de maneira tímida encosto a minha cabeça no peito forte e cheiroso.

Ficamos em silêncio e fecho os olhos sentindo carícias de Cadu em minhas costas e sua boca beija algumas vezes o meu cabelo em um gesto carinhoso. E ter este tratamento apenas serviu para me deixar ainda mais confusa...

Deixe-me saber o que acharam e até

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora