Capítulo três

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Iara

Eu forço um sorriso para o Allan e, termino de beber o drink em meu copo, o rapaz, amigo de Jairo realmente pensou que teríamos um encontro duplo hoje.

Ele é educado, bonito e inteligente, mas certamente nada acontecerá entre nós...

"Amiga, vamos ao banheiro comigo?" Suelen pergunta em meu ouvido e assinto me levantando, nós caminhamos até o banheiro que fica no fundo do estabelecimento.

"Por que arrumou um encontro às cegas para mim?"

"Ideia do Jairo e bem, você não estava saindo com ninguém e pensei que seria legal conhecer alguém. Mas não contava que o seu novo casinho estivesse aqui" bufo e a encaro firme "Iara, sério que nesta noite você me garante que nada vai acontecer? O Carlos Eduardo te olhava a cada segundo mesmo estando rodeado de mulheres" franzo o cenho com este detalhe e reviro os olhos.

"Somos de realidades diferentes e não sei se eu poderia lidar com um tratamento de apenas uma noite."

"E quem garante que será apenas uma noite?"

"Onde quer chegar, Suelen? Enlouqueceu?" ela dá de ombros e arruma o seu cabelo ruivo.

"Eu apenas quero que você aproveite e se divirta. Se ele vier atrás de você, fique com ele e deixe a vida se encarregar do restante" suspiro e balanço a cabeça.

"Ele é bipolar" murmuro ao me lembrar de suas mudanças de humor no dia do evento, como se o nosso primeiro contato fosse quem ele realmente é, rude e sem educação, mas então Cadu tentou maquiar isto e não pude acreditar nesta falsa bondade dele.

"Será apenas uns beijinhos, claro, se você não se deixar levar..."

"Vamos voltar!" falo firme e me olho no espelho apenas confirmando que não há nada fora do lugar, então saímos do banheiro e caminhamos em direção dos nossos lugares, mas sou puxada quando atravesso o corredor e sinto as minhas costas baterem na parede fria "O que...?" a minha fala morre ao ver Cadu com um sorrisinho idiota nos lábios convidativos "Me solta, seu maluco" falo assustada e tento empurrá-lo, mas Cadu alarga o sorriso e me analisa lentamente me fazendo sentir mais uma vez nua diante dos seus olhos escuros e intensos. Ele se afasta minimamente e desce o olhar para todo o meu corpo me deixando muito sem graça e nervosa "Os meus olhos estão em cima" falo e escuto a sua risada rouca que, droga, é charmosa.

"Não pude desviar os meus olhos de você, Iara... Até mesmo na mansão quando estava com a porra de um uniforme cobrindo todo o seu corpo e o seu rosto livre de maquiagem, você chamou a minha atenção" diz sem receio e engulo em seco não esperando esta confissão "Está afim de sair daqui?" pergunta voltando a se aproximar e minha respiração começa a ficar desregulada.

"Eu não... tenho confiança em você para isso" só então Cadu ergue o olhar para o meu rosto e o sorriso em seus lábios não é mais presente.

"Não irá me dispensar novamente, gatinha. Iremos sair daqui e prometo que irá gostar" fala e segura em meu rosto "Tem a minha palavra que não te tocarei além do que me permitir" o seu hálito fresco de álcool, menta e cigarro, me deixa ainda mais desconcertada "Hm?" pergunta encostando os nossos rostos e suspiro fechando os olhos sentindo dormência em todo o meu corpo.

"Não sei" sussurro incerta e atordoada, os lábios de Cadu passeiam pela minha bochecha direita e o sinto beijar suavemente o canto da minha boca. As suas mãos que descobri serem grandes e firmes, me seguram com força pela cintura como temessem que eu fuja e bom, eu facilmente faria isto...

"Nada me é negado, Iara, nada!" o seu tom rude volta e abro os olhos sendo devorada pelo olhar do homem em minha frente. Eu me sinto uma formiguinha diante de um leão, e é exatamente o que quero dizer. Cadu é três vezes maior que eu e mesmo sendo magro, a sua estatura é larga e obtém visíveis músculos, me fazendo imaginar que ele pratica exercícios físicos. E tudo piora com a sua maneira dominante, ele exala perigo e egocentrismo, como se sem a necessidade de palavras, Cadu mostra apenas com a sua presença que ele tem tudo o que quer e na hora que quer.

"Para onde me levaria?" questiono e ofego quando os seus lábios roçam nos meus que estão entreabertos, mas antes mesmo de o Cadu falar, há uma movimentação que me tira do transe e o empurro, faço menção de sair, mas a mão forte de Cadu segura em meu pulso esquerdo me fazendo gemer de dor "Me solta, está doendo" falo tensa e tento me soltar, mas o homem está sério e não mostra intenção de me deixar ir.

"Vá pegar a sua bolsa, eu te espero do lado de fora!" ordena e nego tentando me soltar, mas Cadu me aperta mais forte e me puxa fazendo os nossos corpos colidir "Você vai fazer o que estou mandando!"

"Não, eu não vou!" rebato olhando em seus olhos e Cadu me aperta respirando fundo como estivesse se controlando. Então ele suaviza o aperto em meu pulso, mas não me solta. Eu simplesmente sou puxada de volta para a mesa com os meus amigos e vejo Cadu pegar a minha bolsa e jogar na mesa quatro notas de cem reais fazendo todos na mesa o olhar como se ele fosse um doido e ele é!

"Estamos de saída!" ele fala e sou puxada até a saída do bar, nem mesmo tenho reação para tudo o que aconteceu.

Vejo um carro preto luxuoso em minha frente e Cadu o destrava abrindo a porta me colocando dentro do mesmo, então ele dá a volta e se acomoda no banco de motorista.

"Não, não é dessa maneira que..."

"Nesta noite o que quero escutar de sua boca são apenas os seus gemidos, Iara" a sua fala me afeta e aperto as minhas pernas em uma inútil tentativa de controlar a excitação que eu não deveria sentir, não por este homem.

Cadu então liga o carro e uma música soa no ambiente que até então era silencioso, suspiro e coloco o cinto de segurança sabendo que a única maneira de me livrar deste momento seria saltando deste carro.

Vejo que estamos indo para a parte nobre da cidade grande e sinto um friozinho na barriga quando percebo que entramos em um condomínio luxuoso, vejo as mansões que apenas vi nos filmes e pareço estar de fato presa em um. Logo o carro é estacionado em uma linda casa branca e espelhada, Cadu então me olha firme e desce do carro. Suspiro e lentamente faço o mesmo, aperto a minha bolsa contra as minhas mãos como ela fosse me salvar.

"É a sua casa?" pergunto e Cadu assente caminhando em direção da enorme porta e o sigo em silêncio, apenas observo onde estou e tento raciocinar o que está acontecendo. Ele nos guia até uma sala que julgo ser de cinema e nos acomodamos no grande e confortável sofá.

"Eu quero você, Iara, quero foder cada pedacinho seu" eu sou novamente surpreendida palas palavras do homem em minha frente e sinto o meu rosto esquentar.

"Eu... não te conheço" falo baixinho e ele se aproxima me puxando para os seus braços, a minha saia subiu alguns centímetros me fazendo corar ainda mais já que as minhas coxas desnudas ganham a atenção de Cadu.

"Gostosa" fala alisando a minha pele e me arrepio segurando no tecido do sofá "Sente direito no meu colo, quero te beijar, Iara" Cadu pede e me segura pela cintura me colocando sentada em suas pernas firmes. As minhas coxas estão separadas e tento ajeitar a minha saia para não mostrar demais, mas acredito que é inútil "Como uma miragem" escuto Cadu sussurrar e nossos olhares fixam um no outro me fazendo sentir novamente frio na barriga, mas antes mesmo de eu tentar fugir, a boca desesperada de Cadu toma a minha em um beijo intenso me fazendo esquecer até mesmo do meu nome. 


Ai, ai, ai, falo nada, deixo para vocês hahah

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A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora