Capítulo vinte e um

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Iara

Abro os olhos lentamente e suspiro ao mexer minimamente o meu corpo e senti-lo dolorido. Vejo Cadu dormindo serenamente em cima de mim e sei que para conseguir me levantar, terei que acordá-lo.

Eu não me arrependo do momento que tivemos minutos atrás, mas fico pensativa se isto não dificultará em nossa estranha relação. Não quero que o Cadu pense que voltamos à estaca zero e passei por cima de suas atitudes estúpidas.

Eu fico perdida em pensamentos até sentir as mãos de Cadu alisarem o meu corpo e suspiro baixo ao sentir beijos em meu pescoço, ficamos neste clima até escutar o celular do Cadu tocar e, aproveito para me levantar. Sem perca de tempo eu vou ao banheiro e faço a minha higiene matinal, em seguida volto ao quarto e coloco a minha roupa.

Escuto em silêncio o Cadu conversar no telefone e rapidamente entendo que é sobre trabalho, vejo a sua expressão de irritação ao negar a viagem. Dou de ombros e pego o meu celular, respondo algumas mensagens e fico olhando as redes sociais para passar o tempo.

"Vamos descer... Iara!" Cadu me tira dos pensamentos e o olho "Vamos tomar café" ele estende a mão direita e lentamente a seguro, o meu corpo bate contra o seu e recebo um beijo lento e demorado. O gosto de menta de seu hálito fresco me faz suspirar e sorrio fraco o afastando.

"Vamos logo, preciso ir para casa" falo pensando na minha mãe que me mandou mensagem perguntando se eu estava com o tal homem e, não quero omitir mais para ela e nem para o papai.

Cadu nos guia até a mesa de jantar que está farta de alimentos deliciosos, a minha boca saliva e olho para Cadu que sorri divertido.

"Acertei?" apenas assinto e nos acomodamos na cadeira "Quando irá cozinhar para mim?" a sua pergunta me pega desprevenida e dou de ombros.

"Não sei..." murmuro sincera e bebo alguns goles do suco de laranja.

"Pode ser hoje?" mordo o lábio inferior e suspiro negando.

"Eu tenho aula e preciso estudar, além do mais, escutei que você tem uma viagem marcada, sim?"

"É na cidade vizinha, será rápido e, iria comentar com você para ir comigo" franzo o cenho e nego.

"Não entendo..."

"O que não entende?"

"Não tem sentido eu ir com você, Carlos!"

"É na praia e como será apenas sessões fotográficas, teríamos tempo para aproveitar."

"Olha, eu não posso viajar assim tão de repente, além do mais, imagino os lugares que você frequenta e não posso pagar."

"Qual o problema? Eu posso ir conversar com os seus pais, não vejo problema, e você não terá custos, porra!"

"Carlos, não acho uma boa ideia. Nós não estamos juntos e os meus pais não permitiriam que..."

"O que? Como não estamos juntos, isto aqui é o caralho de uma miragem?" me interrompe rispidamente e suspiro o encarando.

"Qual a surpresa? O que tivemos horas atrás não mudou nada, e eu deixei claro quando..."

"Não há apenas você aqui, Iara, não pode decidir sozinha algo que não inclui apenas você."

"Eu posso decidir o meu lado, tudo sobre mim eu tenho total direito!"

"Mas eu não concordo! Se me abominasse tanto e não quisesse me ver mais, não estaria aqui!" suspiro sabendo que tem razão e de fato estou fazendo tudo errado.

"Está certo..." murmuro me levantando e pego o copo que sujei, vou em direção da pia mas sou segurada.

"Você não vai sair daqui, não agora. Termine de tomar o café e então iremos conversar!"

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora