A droga do amor

Capítulo vinte e oito

Iara

Semanas depois

Encaro o enorme trânsito em minha frente e perto as minhas mãos em sinal de nervosismo. Suelen está ao meu lado no táxi me acompanhando na viagem.

Os meus pensamentos sem pedir permissão vagam em Carlos e isto faz o meu coração doer um pouco mais.

Após a nossa última noite, eu não o permiti se aproximar, ainda mais sabendo da data do seu casamento com a Vanessa que fez questão de expor em todos os cantos possíveis.

Eles irão se casar no Domingo e felizmente não estarei na cidade, Carlos insistiu em me ver, mas obtive sucesso em evitá-lo, ainda mais agora que não estou na cidade e ele não tem ideia.

"Será que vai demorar três horas para chegarmos no hotel?" Suelen pergunta e inicia uma conversa com o taxista, suspiro bebendo alguns goles do suco de laranja e faço uma careta ao sentir enjoo.

Estas sensações me deixaram desesperada, mas fiz recentemente exames, não há anda além de sintomas de estresse. Cadu também me abordou sobre e o enviei o resultado dos testes e exames que fiz. Agora cada um irá para o seu lado, como deve ser...

"De novo?" Suelen me tira dos pensamentos e suspiro assentindo "Amiga, eu falei que você deveria ir em outra clínica..."

"Suelen, eu apenas preciso me cuidar, apenas isso. Além do mais eu fiz tudo o que precisava ser feito e não há nada, por favor!" ela revira os olhos e levanta as mãos.

"Está bem, falarei mais nada, faça o que quiser" murmura dando de ombros e pega o celular, bufo ao ver a primeira notícia que é um post da Vanessa.

Suelen a segue para se manter informada, mesmo eu a dizendo que não é necessário, não quero saber de mais nada sobre o Carlos.

Ficamos alguns minutos em silêncio e fecho os olhos na tentativa de descansar, mas o meu celular vibra e espio vendo a ligação de Cadu.

"Atende, você está o ignorando há dias..." penso sobre e cedo ao pedido de Suelen.

"Estou ouvindo" murmuro com o coração acelerado e encaro os meus pés cobertos por um tênis preto.

"Onde você está? Vim até a sua casa e não há ninguém!" Cadu diz irritado e engulo em seco.

"Por que? Eu já disse para parar de me procurar, não há nada entre nós!"

"Eu já disse que não permitirei que se afaste de mim, Iara!"

"Isto já aconteceu, eu não quero que me procure!"

"Nada do que diga me fará pensar o contrário!" rebate e suspiro sabendo que de nada adiantará bater nesta tecla.

"Acabou, Carlos, e não me ligue mais, do contrário irei te bloquear" falo firme e encerro a ligação. Ignoro o olhar de Suelen sobre mim e engulo o choro preso em minha garganta.

O restante do caminho até o hotel é silencioso, assim que chegamos eu tomo um banho para relaxar e visto uma roupa confortável. Espero Suelen se arrumar e ficamos na sala bastante aconchegante assistindo um filme clichê.

"O que quer comer?" ela me pergunta e dou de ombros "Posso escolher?"

"Sim, com exceção de comida japonesa" murmuro sentindo o meu estômago embrulhar só em imaginar.

A minha atenção é desviada para o meu celular que vibra em meu colo, suspiro lendo o nome do Cadu que me manda mensagem.

Cadu: Onde você está, Iara?