Capítulo dezessete

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Iara

Estamos há alguns minutos em silêncio enquanto Cadu me aperta contra si, ele beija suavemente o meu pescoço me fazendo arfar e mesmo tentando me afastar, eu não quero e é inútil devido a minha força comparada a dele, mas me lembro da aula e preciso sair daqui.

"Cadu, eu vou me atrasar" murmuro segurando em seu peito forte coberto por uma camiseta preta simples com alguns desenhos branco.

"Uhum" ele diz baixo e esfrega suavemente o nariz em meu pescoço me deixando quente, então o seu rosto encosta no meu na intenção de me beijar, mas viro o rosto negando "Iara..."

"Não, nada em minha palavra mudou!" tento soar firme e Cadu me aperta praguejando um palavrão.

"Não pode agir assim, estávamos legal, porra!" ele segura o meu queixo me fazendo olhá-lo pela primeira vez no dia e ofego.

Um idiota lindo, muito lindo!

"Preciso ir, não posso me atrasar!" desvio o olhar para a rua deserta e tento sair, mas Cadu nega me segurando e abre a porta de seu carro.

"Eu te levo."

"Não, eu não..."

"Entre na merda do carro, Iara!" diz ríspido e me empurra levemente para dentro do veículo luxuoso. Suspiro quando a porta é fechada e sinto o cheiro de Cadu, como se estivesse me abraçando e envolvendo todo o meu corpo. Ele logo entra e se acomoda dando partida no carro até a escola "Estarei aqui quando sair, reservei um lugar para esta tarde" diz me pegando de surpresa e engulo em seco.

"Eu marquei de sair com os meus amigos, você não pode fazer as coisas sobre mim sem me dizer antes, não sabe se poderei ou não ir!" Cadu revira os olhos e me olha.

"Não vai sair com ninguém além de mim, não hoje!" fala cheio de si e a minha vontade é de socar esse rostinho perfeito.

"Você não manda em mim, pare de agir assim, eu já te falei."

"Não estou mandando, estou te comunicando o que iremos fazer, agora vá para a aula para não se atrasar. Estarei aqui na saída e iremos para onde eu disse, já está reservado não tem o que fazer!" ele me olha de maneira cínica e nego com a cabeça.

"Apenas irei porque você reservou, mas que seja a última vez, além disso, temos nem o que conversar, ontem eu já dei o meu aval sobre..."

"A sua aula, Iara!" Carlos diz me interrompendo e aponta para a porta de entrada.

"Sabe que não pode fugir deste assunto para sempre!" rebato e pego as minhas coisas, então me preparo para abrir a porta, mas sou puxada e Cadu segura o meu rosto me dando um demorado selinho. Suspiro e seguro em seu peito tentando afastá-lo, mas o desejo e o meu corpo traidor não resistem e cedo me entregando a um beijo forte e intenso, que me deixa totalmente vulnerável.

Carlos me suga como quisesse tudo de mim, ele ser intenso não é uma novidade, mas tem momentos que me assusta.

"Hm..." digo entre o beijo e o empurro fortemente "Pare, não é pra me beijar" falo ofegante e tento fazer a pose de brava "Tchau" digo rápido e fujo o quanto antes ao notar o seu olhar feroz sobre mim. As minhas pernas parecem gelatina e em meu estômago sinto como um iceberg estivesse passeando de tanto nervosismo.

Balanço a cabeça e ando até a minha sala de aula, tento focar a minha atenção e até mesmo esqueço de avisar a Suelen e o Jairo sobre o furacão Cadu.

"Ei Iara, hoje nós vamos no Dulce Dama, você vem?" Érica, uma das alunas me para no fim da aula e sorrio fraco.

"Eu adoraria, mas já tenho algo, obrigada pelo convite" ela assente dando de ombros e se aproxima do pessoal, eu apenas pego a minha bolsa e ando até a saída.

"Aquele lá não é o Carlos Eduardo, o Cadu?" escuto uma das meninas sussurrar e olho pra frente vendo o carro do Cadu chamando muita atenção, sem contar que ele está encostado no mesmo.

Suspiro e caminho rápido até ele e sou agarrada pela cintura.

"Não, pare, já há burburinhos" falo e me sinto mole ao ficar tão perto dele.

"Foda-se!" responde e segura em meu queixo, percebo a sua intenção e viro o rosto, então me afasto e entro em seu carro. Escuto o Cadu xingar, mas de nada adiantará, eu não voltei atrás com a minha palavra e Cadu obviamente também não mudará o seu jeito arrogante de ser.

Logo ele adentra no veículo e ficamos em silêncio, percebo que estamos indo em direção do bosque e imagino que Cadu palmejou algo bastante privado e longe, o que não deveria me surpreender vindo dele.

Eu fico observando a linda paisagem e pisco encantada quando vejo lindas casinhas e comércios, nunca imaginei ter tudo isso por aqui.

"Uau" sussurro e sinto o olhar de Cadu em mim.

"Gostou?" pergunta e assinto sorrindo.

"Tem confeitarias também" digo animada como uma criancinha e ele assente alternando o olhar em mim e na estrada "Eu não sabia deste lugar..."

"Irei te mostrar, passaremos a tarde" fala simples e dirige até encontrar uma vaga apropriada. O local é muito lindo, aconchegante e livre de multidão, há algumas famílias, mas nada em excesso.

Logo descemos do carro e Cadu agarra a minha mão nos levando em cada canto daqui. Eu me sinto muito feliz e encantada com tudo, ainda mais nas confeitarias com diversos doces diferentes e os quais estou estudando sobre.

Nós fazemos os nossos pedidos e Cadu os pega os levando até uma das casinhas que me lembra da branca de neve, muito bonitinha. Mas há também banheiro, quarto, sala e cozinha, como um chalé.

"Pareço estar em um desenho" murmuro sorrindo e me acomodo no tapete da sala, assisto Cadu fechar a porta e então se aproxima colocando as sacolas na mesinha de centro. Ele se senta ao meu lado e toca suavemente em meu cabelo colocando os fios soltos atrás da minha orelha, então ele se curva e me cheira antes de beijar suavemente o meu pescoço.

"Coma, pegue o quiser" ele diz rouco em meu ouvido e suspiro apertando as minhas coxas.

Droga!

"Cadu, não começa, o que aconteceu ontem não foi passado a borracha."

"Estamos aqui, juntos!" ele retruca e suspiro me afastando de seu toque.

"Porque do contrário você terminaria de quebrar o vidro da minha sacada e atrairia atenção dos meus pais, já imaginou a confusão?"

"Bastasse me deixar entrar, nada daquilo aconteceria" diz se fazendo de vítima e nego com a cabeça.

"Você é um estúpido e não vai mudar, sei disso" murmuro e abro uma das sacolas vendo os diversos doces ali, fico indecisa em qual pegar, mas escolho uma tortinha de limão. Dou uma pequena mordida e suspiro em satisfação, Cadu pega a bebida gelada e bebe alguns goles, me oferece e nego saboreando o doce.

Não seguro o sorriso quando Cadu distribui beijos em meu pescoço me provocando cócegas, me encolho e tento me afastar, mas sou segurada pela cintura.

"Carlos!" falo controlando o riso e ele me deita no tapete ficando por cima de mim. A minha barriga gela e coração acelera quando os nossos olhares se encontram, Cadu se aproxima encostando os nossos lábios e o permito me beijar.

Por hora, acho que posso esquecer o episódio de ontem, apenas por hora... 


2/2

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora