Capítulo onze

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Iara

Suspiro ao sentir o meu corpo inteiro doer enquanto tento me espreguiçar. Os raios solares invadem o quarto bonito e aconchegante de Cadu, memórias de horas atrás rondam pela minha mente fazendo o meu rosto esquentar.

Após ter a minha primeira vez, Cadu não se deu por satisfeito e transamos novamente na sala de cinema, no banheiro e por fim em seu quarto. Não posso explicar como suportei por ser o meu primeiro contato íntimo, mas eu senti prazer depois de um tempo, Cadu realmente me fez sentir bem, muito bem.

Eu o procuro com o olhar, mas estou sozinha aqui. Penso em como será daqui pra frente, se iremos continuar ficando ou se hoje foi o último contato, mas de qualquer maneira não ficarei parada esperando.

Com dificuldade eu me levanto e seguro o lençol branco contra o meu corpo, vejo a minha roupa dobrada no pequeno sofá e como tomamos banho antes de dormir, o que tem quatro horas, eu apenas visto a minha roupa e entro no banheiro para fazer a higiene matinal.

Lavo o rosto e escovo os dentes com o dedo já que não tomarei liberdade de procurar escova, logo termino e prendo o meu cabelo em um coque bagunçado. Noto as marcas em meu pescoço e colo, mas a roupa cobre, felizmente, assim como na minha virilha, coxas e bunda há sinais de Cadu.

Eu me olho uma última vez no espelho e saio do banheiro, calço os meus sapatos e saio do quarto. A casa está em silêncio e penso se Cadu saiu e me deixou aqui sozinha, bufo mas tento me lembrar da saída deste lugar.

"Procurando por mim?" eu reprimo um grito de susto e me viro vendo Cadu sem camisa e usando apenas uma bermuda escura de malha, desvio o olhar tentando não perder a cabeça mais uma vez.

"Procurando a saída" falo rápido e Cadu apenas se aproxima me puxando pela cintura, ele segura em meu rosto e me olha profundamente em silêncio por alguns segundos me deixando sem jeito.

"Arrumei a mesa do café" murmura e toca em minha boca antes de me puxar pela mão direita. Sou guiada até a cozinha também luxuosa, onde tudo é claro e caro, muito caro posso afirmar.

Os meus olhos pairam na mesa de vidro forrada de alimentos deliciosos e olho para Cadu me questionando se ele cozinhou tudo isso.

"Padaria" ele diz sorrindo de canto e puxa uma cadeira para mim.

"Obrigada" digo baixinho e me acomodo, Cadu se senta ao meu lado e me serve com café e suco de laranja. Opto pelo líquido quente e escuro e como algumas torradas com geleia de morango.

Nós tomamos o café da manhã em um silêncio confortável, Cadu está com o notebook aberto respondendo e-mails e sem parecer xereta, eu espio algumas vezes e tomo nota que é sobre trabalhos.

"Vou te deixar em sua casa" ele diz quando eu me levanto e lavo o que sujei.

"Pode me deixar na farmácia?" peço me lembrando que não usamos preservativo e Cadu também não tomou cuidado algum. Apenas o pensamento me deixa nervosa, eu deveria ter sido mais responsável.

Ele balança a cabeça e nos guia até a saída, permanecemos em silêncio e Cadu veste uma blusa preta antes de trancar a casa.

"Está ocupada o restante desta semana?" ele pergunta quando entramos no carro e o olho.

"Apenas alguns dias" respondo simples e ele balança a cabeça.

"Vou viajar final de semana, pode vir pra cá na sexta?" a tal viagem me assombra e aperto as minhas mãos.

"Não posso te dar certeza!" não consigo disfarçar o incomodo por saber quem irá nesta viagem.

"O que há de errado novamente?" dou de ombros e encaro a paisagem.

"Você vai voltar com a sua ex?" escuto o riso irônico e Cadu toca com uma das mãos em minha coxa.

"Não, Iara" reviro os olhos e tiro a sua mão de mim. Cruzo os braços e espero nos aproximarmos de uma farmácia.

"Me deixa aqui, por favor!" peço e Cadu estaciona lentamente, eu tento abrir a porta trancada e olho para ao homem ao meu lado que mexe na carteira e pega algumas notas de cem e me entrega "O que está fazendo?"

"Compre o que precisa, não paramos por aqui. Não me enjoei de você" estremeço com a sua fala e nego.

"Eu tenho o meu próprio dinheiro, Cadu!" digo firme e não espero mais nem um segundo para sair do carro.

Eu caminho até a farmácia e compro a pílula do dia seguinte, então faço uma nota mental em marcar um médico o mais rápido possível.

Eu não demoro na farmácia e quando saio do estabelecimento eu vejo o carro de Cadu, suspiro e caminho até ele. Entro no veículo e vamos em silêncio até a minha casa.

"Nos vemos na sexta?" ele pergunta ao estacionar na esquina e suspiro dando de ombros.

"Talvez" respondo e pego as minhas coisas.

"Deixe a janela aberta caso não queira que eu a quebre!" olho assustada para Cadu que está relaxado e destranca o carro.

"Não ouse!"

"Nós já transamos, Iara" reviro os olhos e abro a porta, mas sou puxada pelo braço e Cadu me beija de maneira rápida e dura me deixando sem fôlego e de pernas bambas "Acabou a enrolação, não há mais o que tentar me afastar, eu já te tive e quero novamente" diz ao quebrar o beijo e acaricia o meu queixo.

"Você é um insensível!" falo antes de sair do carro luxuoso e escuto a risada rouca.

Tento controlar a minha respiração e batimentos antes de entrar em minha casa. Verifico se estou mesmo sozinha e então subo até o meu quarto, separo uma roupa leve e antes de entrar no banheiro para cuidar de mim eu tomo a pílula. Em seguida tomo um bom banho e cuido do meu cabelo e pele, me perfumo e coloco um vestido solto e curto, em meus pés eu calço uma simples sandália preta e arrumo o meu cabelo deixando-o solto. Em meu rosto eu passo levemente blush em minhas bochechas e passo um gloss nos lábios. Borrifo um perfume leve já que estamos no verão.

Eu mando uma mensagem para Suelen e marco de nos encontrar para almoçar, também aviso a minha mãe que estou em casa e vou almoçar fora. Aproveito os minutos livres e marco uma consulta ginecológica.

Apenas o pensamento de continuar a me envolver com Cadu me deixa com muito frio na barriga. E mesmo eu tentando negar, sei que não será tão fácil me livrar dele, tanto por ele não permitir quanto por eu gostar de ficar com ele.

Posso estar colocando mais empecilhos que deveria, mas a minha realidade e a de Cadu são extremas. Ele é a perfeita dominação de trauma, ser a pessoa que pode te destruir por inteira não te dando nunca mais a chance de se recuperar.

Fico perdida nos pensamentos até o meu celular tocar e são mensagens da Suelen.

Iara: Estou chegando.

Envio e saio de casa, o aparelho em minha pequena bolsa vibra algumas vezes, mas ignoro até chegar no restaurante de comida italiana no centro da cidade. Passo o olhar no ambiente e vejo Suelen, caminho até ela e sorrio fraco a cumprimentando antes de me acomodar na cadeira vazia.

"Olá, amiga, não mais inocente" felizmente ela diz baixo e reviro os olhos divertida "O bonitão largou do seu pé como você previu?" arqueia a sobrancelha e dou de ombros.

"Ele me pediu ficar com ele na sexta, final de semana ele vai viajar" murmuro e Suelen ri de canto.

"Amiga, será que vai ficar sério isso?" nego e encaro a mesa decorada.

"Logo ele irá se enjoar, Su, estamos falando do Cadu. Popular entre as mulheres, modelo e milionário, até parece que eu..."

"Ei, não continue! Você pode sim domar o coração de uma pessoa como Cadu."

"Não é por este lado, não estou me diminuindo, apenas... somos de mundo diferentes, esqueceu?!"

"Bobagem, mas agora me conta direito sobre a sua noite romântica" coro e compartilho sem muito detalhes para a minha amiga o primeiro momento íntimo que tive com alguém. 


Deixe-me saber o que estão achando e até <3

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora