Capítulo quatro

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Iara

Suspiro sentindo os beijos de Cadu em meu pescoço e aperto a sua blusa larga, gemo baixinho ao sentir uma ardência em meu pescoço e arregalo os olhos ao constatar que ficará marca, na verdade eu devo estar com marcas em todo corpo.

"Cadu, espera" falo tentando empurrá-lo e seguro em suas mãos que alisam a minha bunda e coxas "Pare, devagar, eu estou ficando marcada" digo com a voz falha e recebo então a sua atenção que me olha em transe.

"Qual o problema?" questiona não dando a mínima e suspiro não gostando deste seu lado idiota.

"Preciso ir embora, já são uma e meia da manhã" mudo de assunto e tento me levantar mas sou segurada pelo quadril.

"Não terminamos por aqui" ele fala firme e olha em meus olhos "Você ainda não me deu alívio" franzo o cenho e arregalo os olhos quando entendo a sua fala.

"Não iremos transar" falo rápido e forço o meu corpo a sair de seu colo "Na verdade eu nem mesmo deveria estar aqui" arrumo a minha roupa e passo a mão em meu cabelo liso que bate em minha cintura.

"Você não me deu o que eu quero, Iara" Cadu fala e se levanta parando em minha frente me deixando assustada.

"Eu não estou pronta" digo em um fio de voz e Cadu arqueia a sobrancelha.

"É virgem?" coro mas assinto timidamente.

Cadu desvia o olhar e passa a mão no rosto.

"Vou te levar pra casa" fala nitidamente aborrecido e me sinto mal.

"Não precisa, posso conseguir um carro de aplicativo, não quero te atrapalhar" falo sem olhá-lo e pego a minha bolsa jogada no carpete do chão.

"Iara, me dê o seu número!" o seu pedido me faz olhá-lo de maneira surpresa já que imaginei que ele quisesse me chutar daqui e nunca mais me ver.

"Por que? Você só quer fazer sexo comigo e depois disso me dispensará" falo o olhando e o vejo pegar um cigarro na gaveta e o acender.

"Sim, eu quero te foder, apenas isso. Você não quer que eu te foda?" ridiculamente o meu corpo esquenta e me xingo mentalmente.

"Talvez, mas não quero me sentir usada e é o que vai acontecer na manhã seguinte caso eu me entregue a você" Cadu solta a fumaça e balança a cabeça voltando a se sentar no sofá, a sua postura relaxada como ele fosse dono do mundo, apenas piora a minha linha de raciocino "Tchau" murmuro e o dou as costas caminhando até a saída da casa, mas paro ao ver a porta trancada. Cadu logo aparece e se aproxima me fazendo afastar, escuto o seu riso e mordo o lábio inferior quando a sua boca toca em meu pescoço.

"Irei te dar prazer, muito prazer. Basta dizer que aceita" Cadu tenta me persuadir e suas mãos grandes apertam os meus seios me fazendo suspirar.

Abro a boca para concordar mas o toque do meu celular me tira do transe, rapidamente eu o pego e vejo que é o meu pai.

"Droga, preciso ir" falo nervosa e mando uma mensagem para o papai avisando que estarei em casa dentro de poucos minutos.

"Irei te deixar em casa!" Cadu fala segurando em meu queixo e olha em meus olhos e boca, apenas balanço a cabeça e o deixo me guiar de volta ao seu carro.

O caminho é novamente em silêncio e há apenas o som da música ecoando no veículo. Quando vejo que estamos próximos da minha casa, precisamente um quarteirão, peço para o Cadu parar.

"Obrigada" falo rápido e tiro o cinto de segurança. Olho então para o homem que observa a minha rua e então me olha.

"Qual é a sua casa?" ele pergunta parecendo adivinhar que não quero dizê-lo onde moro.

"Hm, eu vou dormir na minha amiga" falo e tento abrir a porta mas está trancada.

"Não foi o que perguntei, Iara!" diz forte e tira o cinto me fazendo engolir em seco.

"Abre a porta, por favor" peço nervosa e seguro a vontade de chorar.

Por que ele me traz esta sensação de medo e tensão?

"Onde você mora?" pergunta novamente e segura fortemente em meu queixo.

"Não interessa, abre a porta do carro!" finjo ser corajosa neste momento e Cadu sorri sem humor me fazendo sentir um frio na espinha.

"Eu acabo com esta tua marra em segundos, gatinha" ele aperta o meu queixo e arregalo os olhos quando a sua mão grande desce para o meu pescoço "Eu disse que te traria para casa e você me trouxe aqui, onde não é a sua casa. Com quem pensa que está lidando?" ele pergunta passando a boca em meu ouvido direito e sua mão aperta levemente o meu pescoço sem me machucar, mas me assusta.

"Carlos, por favor..."

"Shh, irá responder o que quero ouvir, sim?!"

"Eu vou dormir na minha amiga, não fiz por mal" o seu riso rouco me dá calafrios e ofego assustada.

"Desce" o seu tom rude me faz rapidamente afastar e espero Cadu destravar a porta. Então saio apressadamente do veículo e vou até a casa da Suelen, torço para que ela já esteja aqui mas ninguém atende. Suspiro e olho para trás vendo o carro preto no mesmo lugar.

Eu chamo por mais algumas vezes até que me rendo e caminho até a minha casa. Eu não olho para trás porém sei que Cadu me seguiu e descobriu o meu endereço.

"Isto são horas de chegar, Iara?" papai argumenta sentado no sofá e suspiro o olhando.

"Eu perdi a noção do tempo, papai, me desculpe" murmuro e noto o seu olhar demorar em meu pescoço, ele me fulmina e mamãe entra na frente negando com a cabeça.

"Não me dê este desgosto, Iara" escuto a sua voz grave sussurrar e o vejo sumir no corredor.

"Filha, amanhã conversamos, seriamente!" minha mãe diz e toca em meu pescoço causando uma ardência, "Sabemos que está crescendo e tem total direito de criar a sua própria experiência, mas você teve educação e princípios para querer agir por debaixo dos panos" as suas palavras são como facas em meu peito e balanço a cabeça chorando silenciosamente. Eu não demoro a sumir para o quarto com o forte sentimento de vergonha e medo...

Deixe-me saber o que acharam e até ♡

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora