Capítulo seis

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Cadu

Assopro a fumaça do cigarro enquanto os meus olhos percorrem pela mulher de cabelos longos e mechas claras que tem chamado a minha atenção nos últimos dias.

Observar Iara se tornou o meu passatempo favorito, aprendi sobre cada passo dela, onde vai, com quem vai e, saber sobre estes pequenos detalhes estão me deixando ainda mais vidrado nela.

Perseguir alguém não é algo que eu faço com frequência, na verdade nunca segui ninguém, mas Iara despertou o meu interesse e a sua rejeição apenas desafiou o meu lado insistente. Sei que ela corresponde mas algo a impede, e não irei sossegar se existe reciprocidade.

Em alguns momentos eu permito que a Iara me veja, porém na maioria das vezes ela está distraída e nem mesmo sabe que a sigo por todos os lados na cidade.

Hoje sei que ela tem evento para ir e coincidentemente estarei lá também. A empresa de sua família é extremamente conhecida e muito bem avaliada, do contrário não estaria em nosso meio.

Eu sou interrompido dos pensamentos com o meu celular tocando e vejo que é a Vanessa, ignoro a sua ligação já que mais tarde terei de vê-la de qualquer maneira.

Eu volto o olhar para Iara que sai da escola de confeitaria e a sigo lentamente, e diferentemente das outras vezes, buzino chamando a atenção da mulher ao meu lado e Iara me olha assustada.

"Eu te deixo em casa" falo abaixando o vidro e ela nega agradecendo baixinho. Os meus olhos fodidos percorrem pelo corpo gostoso coberto por uma blusa branca lisa que marcam os seus grandes e há a porra de uma calça jeans colada contornando as curvas deliciosas de Iara. Em seus pés pequenos há um tênis branco e a mulher parece querer correr para fugir de mim, o que me faz rir baixo "Iara!" insisto e ela suspira parando de andar "Irá chover" talvez não agora, mas o tempo está fechado.

"Como me encontrou?" pergunta e dou de ombros fazendo a minha expressão mais cínica "Eu já falei para me deixar em paz, Cadu" tenta soar firme mas o nervosismo é nítido em sua voz e movimentos corporais.

"É apenas uma carona" falo inocentemente e a mulher suspira cedendo. Iara entra no carro trazendo o seu cheiro floral que traz reação toda para o meu pau "Tudo bem?" ela me olha assustada e dou de ombros ligando o carro.

"Desde quando é educado?"

"Com você, sempre" murmuro e Iara revira os olhos colocando o cinto de segurança. Sorrio fraco e acelero indo em direção de um café afastado da cidade, Iara está paralisada desde que percebeu que não estávamos indo para a sua casa.

"Pode voltar agora, Cadu!" ela fala olhando ao redor e nego tirando o cinto.

"Você me deve isso."

"Não te devo nada."

"Quer me pagar de outra maneira?" ela abre a boca de maneira tímida e bate levemente em meu peito.

"Eu tenho compromisso, não posso me atrasar."

"Apenas um café" Iara me lança um olhar sério, mas sabe que não mudarei de ideia.

Adentramos no local pouco iluminado, mas aconchegante, nos acomodamos em uma das cadeiras vazias e não demoramos a fazer os pedidos. Então olho para Iara que digita algo em seu celular e então o bloqueia o colocando na mesa.

"Precisava ser em um lugar tão afastado?"

"Gosto de privacidade, além do mais, da próxima eu te deixo escolher."

"Não haverá próxima" ela fala séria e passa a mão em seu cabelo longo e liso, que eu sei que é extremamente cheiroso, porra, Iara é cheirosa por inteira.

"Por que está relutando tanto se também sente desejo por mim?" pergunto e a mulher suspira balançando a cabeça.

"Você é desapegado e eu sou apegada, preciso dizer algo a mais?" coço a nuca com as suas palavras e analiso o rostinho delicado e bonito.

"Estou de novo aqui, insistindo..."

"Mas isso é ate eu te dar o que quer, Carlos."

"Cadu!" eu a corrijo e toco em sua mão direita, hoje as suas unhas estão pequenas e pintadas de uma cor clara "Não quer tentar? Porque eu não irei desistir" falo a verdade e Iara solta as nossas mãos.

"Eu não estou pronta, além do mais, você é um desconhecido, e não adianta querer me levar na conversa, sei que depois de uma noite irá se afastar e eu quem irei sofrer."

"Você pensa demais, isto tudo pode não acontecer" atraio a sua atenção e me curvo segurando em seu queixo "É só não ficar em cima de mim que podemos fazer funcionar, estou atraído pra caralho por você" abro o jogo sem esconder o meu desejo.

"Não sei, Cadu..." murmura e reprime os lábios "Podemos... deixar acontecer, sem planejar nada. Apenas quando sentir vontade, não sei" assinto e a encaro.

"Podemos fazer assim" digo baixo e desvio o olhar para os nossos cafés sendo colocados na mesa, não demoramos já que Iara me relembra a cada cinco segundos de seu compromisso. Perto do anoitecer eu a deixo em sua casa e relaxo vendo a mulher tentar abrir a porta trancada.

"Abre" ela pede e me olha, eu a chamo com a mão direita e Iara se aproxima. Seguro em seu queixo e sorrio de canto a vendo tímida com nossa aproximação.

"Nem mesmo parece que dias atrás estava molinha em meus braços" ela me acerta no peito e rio divertido "Um beijo, por enquanto um beijo" peço e não a dou tempo, apenas devoro a sua boca da maneira que desejo.

Eu a puxo para o meu colo e aliso o seu corpo gostoso com as minhas mãos, Iara se movimenta em cima do meu membro e arfo por saber que ela não fez de propósito. Porra, depois de tantas mulheres experientes e safadas que passaram por minhas mãos, estou enlouquecido com uma menina ingênua e doce, mesmo Iara não aparentando ser desta maneira, ela é fodidamente inocente comparada a mim e as mulheres que conheci.

"Dorme comigo á noite" a minha fala não soa como um pedido e Iara desgruda os nossos lábios negando com a cabeça.

"Irei trabalhar" responde e segura o meu queixo me dando um demorado selinho, encaro os seus lábios inchados por minha causa e desfiro um forte tapa em sua bunda grande marcada pelo jeans "Carlos!" reclama e a seguro contra mim.

"Cadu, eu já falei!" digo firme e a dou um último beijo antes de soltá-la, mas não posso evitar e a puxo pelo cabelo sentindo o cheiro limpo e de shampoo em seus fios capilares "Carlos Eduardo, me solta!" Iara fala brava por eu puxar o seu cabelo e rio baixo.

"Terá momentos que você vai gostar" ela arregala os olhos e abre a porta do carro saindo apressadamente.

Balanço a cabeça em diversão e suspiro a esperando entrar em segurança em sua casa para só então eu ir embora.

Dirijo até o meu apartamento e vou direto ao banheiro para tomar banho, eu me arrumo em poucos minutos e então vou até o salão nobre que acontecerá o evento dos amigos dos meus pais. Desço da moto e guardo o capacete, então ando lentamente até a entrada no evento e sorrio sujo ao ver Iara ao longe.

Ela está segurando algumas caixas e a sua roupa é toda preta, na blusa há um logo da empresa de seus pais mas nem mesmo de uniforme ela deixa de chamar atenção. O seu cabelo está perfeitamente preso em um rabo de cavalo que eu faria questão de enrola-los em minhas mãos enquanto soco fundo em sua fenda.

Porra, preciso me controlar antes que coloque tudo a perder nesta noite!

Comentem o que estão achando e até ♡

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora