Capítulo vinte e três

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Iara

Suspiro sentindo os meus pés doerem e me encosto na parede próxima.

"Está tudo bem?" Fernando indaga e assinto.

"Dor nos pés" murmuro baixo e encaro o movimento da festa "Sabe se vai demorar muito?"

"Mais três horinhas, mas se não está se sentindo bem, pode ir, eu lido aqui e com os seus pais" sorrio agradecendo e nego.

"Eu aguento, vou ao banheiro, já volto" digo rápido e caminho até a área dos funcionários "Ai" digo ao sentir um forte impacto contra o meu corpo e um líquido molha os meus pés.

"Porra, foi mal, não te vi" uma voz masculina soa e balanço a cabeça respirando fundo.

"Tudo bem" murmuro e sigo em direção do banheiro, mas sou segurada.

"Espere, posso limpar o seu tênis" o cheiro de cigarro misturado com bebida me faz torcer o nariz e ergo o olhar vendo um homem branco de olhos azuis.

"Não precisa, agora me dê licença!" digo firme pois vejo a sua não intenção em me soltar.

"Por que está assim, eu pedi desculpa!" diz me soltando e suspiro dando alguns passos para longe.

"Tudo bem, eu já disse" falo o olhando e o dou as costas para seguir o meu caminho.

"Qual o seu nome?" eu o escuto gritar, mas ignoro, entro no banheiro, faço xixi e saio para lavar as mãos e me encarar no espelho. Felizmente está tudo no lugar e aproveito para pegar o celular, vejo algumas mensagens e ligações e, minha barriga gela ler o nome do Cadu.

Cadu: Me mande mensagem ou me ligue quando terminar.

Iara: Eu vou para a minha casa, mas podemos nos ver amanhã.

Envio a mensagem, mas não recebo resposta de Cadu, o que me deixa tensa, pois sei que ele viu.

Neste momento eu estou bastante confusa, não sei qual atitude tomar. Mas também estou certa que gostaria de continuar vendo o Carlos, gosto de me entregar a ele, eu sinto atração por ele e gosto dos nossos momentos, mesmo ele me tirando do sério muitas vezes.

Eu volto para o meu local de trabalho e ignoro os olhares do homem que trombei quando estava indo ao banheiro, seja lá o que ele quer, eu não estou interessada.

"Percebeu?" Fernando questiona e olha de canto para o homem.

"Sim, trombei nele quando ia ao banheiro" respondo simples e termino de limpar o balcão.

"Como homem, posso dizer que ele tem interesse em..."

"Não, eu não quero" tenho o Cadu, a minha mente completa e suspiro revirando os olhos com este pensamento, mas, não é mentira.

"Então, posso afastá-lo se quiser, serei o seu namorado nesta noite" Fernando diz, mas antes de respondê-lo o meu celular vibra e leio o nome do Carlos.

"Só um minuto" murmuro e me afasto um pouco "Oi".

"Estou aqui fora" engulo em seco e o xingo mentalmente.

"Carlos, a minha mãe está aqui e não tenho desculpas para dar, a Suelen foi viajar."

"Não minta."

"Não é tão simples e eu estou cansada, não estou afim de ter uma discussão hoje com os meus pais."

"Irei em seu quarto, então. Não passarei mais uma noite sem você" as suas palavras me atingem mais do que deveria e não seguro o sorriso frouxo. Droga!

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora