Iara
Eu pego a minha bolsa e procuro com o olhar pelo Cadu, estou indo embora e não quero arriscar de ele aparecer em minha casa.
"Tudo bem?" mamãe pergunta e assinto rapidamente.
"Eu vou ao banheiro e já volto" invento uma desculpa e saio à procura de Cadu, porém não o encontro, mas vejo um de seus amigos "Oi, você sabe onde o Cadu está?"
"Ele saiu com a Vanessa, não devem voltar" responde firme e desvia o olhar para o cigarro em seus dedos.
"Obrigada" respondo baixinho e suspiro engolindo em seco.
Xingo Cadu mentalmente em diversos nomes existentes e tento me controlar perto da minha mãe para não levantar suspeitas.
Quando chegamos em casa eu vou até o meu quarto e me permito chorar por ser tão fácil nas mãos de Cadu, o sentimento de ter sido usada é horrível. Mas sei que não posso permitir ficar nessa, nunca estive em um relacionamento justamente por não aceitar qualquer tratamento e não irá mudar agora!
Enxugo as lágrimas e respiro fundo, pego um pijama qualquer de calor e entro no banheiro para tomar um rápido banho. Eu me troco no banheiro e volto ao quarto, gelo por ver a minha janela aberta e sinto um frio na espinha. Caminho lentamente até a mesma e sinto de repente o cheiro de Cadu, nego com a cabeça e fecho rudemente o vidro. Arregalo os olhos ao ver a imagem do homem mais velho no reflexo e quando estou prestes a gritar a minha boca é tampada. Eu me debato tentando me soltar e sou levada até a minha cama.
"Quieta ou não te soltarei!" Cadu diz e nego me debatendo, tento chutá-lo e morder a sua mão, mas reprimo um grito quando sou virada bruscamente na cama ficando de barriga pra baixo e o meu corpo todo fica preso contra o do homem mais forte. O meu rosto está esmagado contra o colchão e choro com medo "Quieta, sim?" Cadu sussurra em meu ouvido e me cheira me fazendo encolher "Eu sei o que houve e vim explicar, você não vai fugir de mim!" ele fala firme e sinto o seu aperto suavizando até ele me soltar.
Eu agarro o lençol e me encolho em posição fetal sentindo o medo e desespero tomar conta de mim.
Quem é o Cadu?
"Pare de chorar, Iara. Não irei te machucar, não se não me der motivos..." soluço e tento ficar longe dele, mas é inútil. As suas fortes mãos puxam os meus pés me fazendo deitar de barriga para cima e ele se deita em cima de mim sem me esmagar "Pare de chorar porra, iremos conversar" fala olhando em meus olhos e desce para o meu corpo coberto por um short curto preto e justo, e uma blusa grande que já subiu o suficiente revelando as minhas coxas e uma parte da barriga.
"Eu não quero" falo em um sussurro e limpo o meu rosto, eu me sento na cama e abraço um dos travesseiros.
"Iremos conversar!" Cadu impõe e se senta ao meu lado "Eu precisei levar Vanessa embora, mas claro que nada aconteceu... Nós já ficamos durante um tempo, mas nada sério, ao menos para mim" ele sorri sujo e tenta me tocar, mas me afasto, deixando o homem em minha frente irado.
Cadu então me puxa pelo braço e cola os nossos corpos.
"Você é minha, Iara, eu te toco quando e onde eu quiser!" nego aflita e tento empurrá-lo "Quanto mais dificultar, pior será!" diz sombrio e aperta levemente o meu queixo.
"Eu não quero conversar com você, nem agora ou depois" murmuro e olho em seus olhos escuros intimidantes.
Cadu me olha quieto por alguns segundos e suspira xingando um audível palavrão.
"Eu já falei o que aconteceu, caralho!" diz alto.
"Eu não quero, Cadu, sério. Você é... apenas não dá" falo segurando o choro e ignoro o coração apertado.
Eu o vejo negar com a cabeça e passar a mão no rosto.
"Amanhã..." ele diz e para, mas então xinga novamente ao tatear o bolso da calça preta larga "Amanhã eu passarei aqui no início da noite, vamos sair para algum lugar conversar" nego e limpo o rosto.
"Não tem o que conversar, eu já falei que acabou, Cadu, sério" digo encarando a cama branca, sinto uma das mãos de Cadu em minhas coxas desnudas e o seu corpo inclina de encontro ao meu. Viro o rosto ao perceber a sua intenção, mas Cadu segura o meu queixo e me beija me apertando não me permitindo afastar.
Reluto no começo, mas os meus sentimentos e a maneira que o meu corpo corresponde ao Cadu é assustador. As mãos fortes afastam as minhas coxas e o corpo largo se acomoda entre elas. A boca desesperada passeia pelo meu pescoço deixando-o marcado, suspiro sentindo a minha intimidade esquentar e não reprimo o gemido quando Cadu movimenta os seus quadris contra o meu.
Batidas na porta me faz voltar para a realidade e empurro Cadu.
"Filha, boa noite", mamãe diz e tento controlar a minha respiração.
"Boa noite, te amo" falo rápido e ajeito minha roupa. Olho para Cadu que me encara com seriedade e o seu cabelo está levemente bagunçado o deixando ainda mais sexy "Vai embora" digo baixo e ajeito o meu cabelo.
"Amanhã!" Cadu diz e nego "Eu não estou te dando opção de escolha!" franzo o cenho e engulo em seco me sentindo a cada segundo mais intimidada.
"Não, Cadu, acabou" tento soar firme e cruzo os braços encarando a parede branca.
Estremeço sentindo o olhar do homem obscuro, mas não o dou um segundo olhar. Cadu sai do meu quarto pela janela e solto o ar que estava prendendo. As lágrimas correm livremente pelo meu rosto e tento controlar a minha respiração. As minhas mãos tremem e sinto um forte sentimento de medo, angústia e desespero.
Cadu me faria algum mal?
Eu fico estática durante alguns minutos até tomar coragem e ir até a janela para fechá-la, reprimo um grito ao ver Cadu em cima de uma enorme moto preta. Mesmo de longe o seu olhar me causa medo, ele então liga a moto e sai de maneira brusca.
"Tudo bem, eu fiz o correto" murmuro tentando me convencer disto.
Eu passo a noite em claro e quando o dia amanhece, eu acordo cedo e organizo a minha casa, em seguida estudo algumas matérias dada pelo meu professor. Tento manter a mente ocupada, porém ao olhar no relógio, sinto um frio na espinha por já estar anoitecendo. Ao mesmo tempo que tentarei me manter afastada de Cadu, dentro de mim é certo que ele virá atrás de mim, e eu não o estou evitando para tê-lo aos meus pés, até porque não acredito que tenho este poder sobre ele, mas estou o evitando por saber que ele pode gravemente me machucar emocionalmente.
Olá pessoal, por pouco não consigo postar capítulo hoje, mas como falei para vocês, pode até acontecer de passar de uma semana, mas eu não irei abandonar o livro. E outro detalhe, quero reforçar que esta história caminha para o dark, não chega a ser, mas já aviso que pode ativar gatilhos.
Abordarei um relacionamento abusivo, onde o protagonista está longe de ser homem referência, então leiam com a mente aberta caso goste deste tema. E mesmo a Iara não sendo tão bobinha, terá momentos que não haverá escapatória para ela já que Cadu não facilitará...
Comentem o que estão achando, me ajuda a desenvolver mais depressa a história. Sabem que não apenas comigo, mas para qualquer escritor é importante o feedback, caso contrário pensamos que estamos fazendo o pior e ninguém está gostando, o que causa desânimo na escrita...
De qualquer maneira eu apenas queria ressaltar a informação da minha histórinha tóxica, jamais esqueçam de amar estes homens apenas na ficção, vida real NUNCA!!!
Beijinhos e até <3
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A droga do amor
RomanceEu vou ser mais sincero, eu quero mais dose de amor Ela enlouquece, eu enlouqueço, o ritmo é enlouquecedor Eu quero um gole de vida, seu beijo me excita Ela é a mais linda, agora eu sei dar valor Como pude errar, deixar ela escapar Em segundos me pe...