Capítulo vinte e sete

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Iara

Eu caminho até o corredor e vejo Cadu perto das escadas. Respiro fundo e paro em sua frente, sou puxada pela cintura e fecho os olhos apreciando as suas carícias em meu corpo. A sua boca raspa provocativa em meu pescoço me fazendo estremecer por completa.

"Carlos, espera" sussurro com dificuldade em afastá-lo e ignorar as sensações provocadas em meu corpo "Carlos!" digo mais firme e o empurro pelo peito, ele me olha ferozmente e engulo em seco sentindo o meu coração bater em minha boca "Eu... não posso aceitar" falo de uma vez e Cadu franze o cenho confuso, porém me assusta negando e segurando o meu rosto.

"Iara, eu abri o jogo para você, não estou te enganando, caralho!" fala desesperado e suspiro lutando contra o choro e dor no peito.

"Eu sei" falo em um fio de voz e as lágrimas caem descontroladamente pelas minha bochechas "Como eu posso dizer sim para isto? Você vai se casar com outra mulher, Carlos, por favor, não seja egoísta comigo" aperto a sua camisa a amassando em sinal de raiva e Cadu desce as suas mãos para a minha cintura segurando-a fortemente.

"Linda, não será real. Eu não encostarei na Vanessa nunca mais, nem em outra pessoa além de você, porra, você sabe disto!"

"Eu sei!" reafirmo porque confio em suas palavras, mas é demais aceitar o que me pede "Eu não ficarei feliz ou confortável, sério" lentamente eu o solto e limpo o meu rosto.

"Iara, você não pode me deixar, eu não permito isto! Me diga que irá me esperar, vai me deixar falar com você e te ver, sim?" fala rápido e vejo um Cadu aflito e desesperado, ele não chora mas a dor em minha alma está refletindo em seus olhos escuros.

"Eu... não posso te prometer nada agora, não posso pensar em nada" falo sincera e suspiro ao sentir sua boca distribuir leves beijos pelo o meu rosto e pescoço.

"Me deixe te ter mais uma vez nesta noite, por favor" ele me aperta contra o seu corpo e suspiro fechando os olhos. Cadu me segura em seus braços e apenas confio para onde está me levando.

Escuto o barulho de trinco e abro os olhos vendo que estamos no quarto de hóspedes, Carlos logo toma a minha atenção para um beijo forte e duro. Ele nos deita na cama e em questão de segundos estamos nus, mesmo não sendo a minha primeira vez, estou sentindo como fosse, pois há algo diferente entre nós neste momento.

"Está tomando remédio?" Carlos pergunta quando estou desnorteada pois uma de suas mãos acaricia o meu ponto sensível enquanto a outra desliza o seu membro duro e pesado em meu núcleo molhado.

"Sim... Mas se quiser usar camisinha tudo bem" digo fraca e procuro com o olhar a carteira dele, quando a vejo e tento alcançá-la, Carlos a tira de mim deixando-a no chão.

"Não, nunca usamos, Iara" fala se inclinando e dá atenção aos meus seios cheios e doloridos, faço uma careta porque Cadu não é o cara gentil, e não estou reclamando porque é prazeroso ter alguém venerando ou perdendo o controle com o seu corpo. Gosto deste lado bruto dele.

"Devagar, estão... doloridos" falo entre suspiro e Cadu me olha firme.

"Não é pelo seu ciclo menstrual."

"O que? O que você sabe sobre o meu..."

"Iara, você é minha por inteira. Eu conheço cada pedacinho do seu corpo" fala sério e beija os meus lábios "Está sentindo algo diferente?" penso em negar, mas mentir para o Cadu é suicídio. Ele sabe, sempre sabe...

"Hoje eu, não estava me sentindo bem, mas foi só hoje, olha, Cadu, eu sei onde está querendo chegar e pare, não há nada acontecendo!" falo nervosa porque uma gravidez não pode acontecer agora, claro que almejo ser mãe e ter a minha família, mas não estou vivendo em um momento propício para isto.

"Irá me dizer se sentir algo, Iara, não está sozinha" acho doce as suas palavras e assinto o puxando para um beijo.

Irei aproveitar esta noite que o Cadu está apenas comigo, sendo apenas meu. Amanhã poderei acordar arrependida, mas com a consciência tranquila.

Não quero ficar pensando no depois, logo os dias difíceis chegarão e inevitavelmente irei sofrer, pois estou perdidamente apaixonada pelo Carlos Eduardo Montenegro.

"Caralho, Iara!" Cadu rosna ao me penetrar e suspiro sentindo os seus movimentos bruscos e desesperados me causando dor e prazer, céus, isto é tão bom!

"Hm" tento reprimir um alto gemido já que a Suelen está no quarto ao lado.

"Gostosa" Cadu diz devorando a minha pele deixando marcas de chupão, mordida e tapas pelo meu corpo. Mesmo eu sendo negra, ele consegue me deixar facilmente marcada nestes momentos.

Reviro os olhos quando os seus dedos me estimulam e me contorço sentindo um prazer forte em meu ventre e logo gozo. Cadu geme alto me apertando e sinto jatos fortes de seu prazer me inundar, suspiro ainda excitada e Carlos sorri de canto me deixando saber que esta noite está longe de terminar.

Nós fizemos amor a noite inteira, até eu não aguentar ficar com os olhos abertos, pois Cadu é insaciável e acredito que ele aguentaria mais, muito mais.

Na manhã seguinte, eu acordo em meu quarto e Suelen me deixa saber que o Carlos me trouxe. Tento ignorar o olhar de advertência dela, mas é inevitável.

"O que?" murmuro baixo e Suelen se aproxima com uma expressão séria.

"Vocês voltaram?" nego e a minha amiga me olha apreensiva "Por isso ele não queria ir embora, mas eu o expulsei por causa dos seus pais" passo a mão no rosto e pego o celular vendo mensagens do Carlos.

"Eu preciso de um banho, depois conversamos."

"Sim, você precisa" me analisa e reviro os olhos sabendo que estou uma bagunça.

"Cala a boca" falo rindo e entro no banheiro para fazer a higiene matinal "Droga" murmuro ao me ver toda marcada e melada, Cadu pegou nada leve e a ardência em minha pele e intimidade comprovam isto.

Sem delongas eu me livro da camisa de Carlos e entro no chuveiro. Tomo o meu tempo e me higienizo, após, eu me enrolo no roupão, penteio o cabelo e volto ao quarto para me trocar.

"Amiga, não pode se esquecer da sua viagem" Suelen me relembra e assinto sabendo que preciso começar a arrumar as malas.

Eu não sei a data precisa que o Cadu irá se... casar, mas espero que aconteça quando eu estiver longe.

Suspiro irritada com o pensamento e engulo em seco, os meus olhos queimam e seguro o bobo choro.

Droga, Iara. Se recomponha!

Suspiro e encaro a minha amiga que já me olha de uma maneira apreensiva.

"Quer que eu ligue para a polícia?" rio sem humor e nego me sentando na cama.

"Eu gosto do Carlos, muito."

"Eu sei disso, e ele gosta de você" murmura e revira os olhos "Vai assisti-lo se casar com outra?"

"É a vida e problemas dele, familiares ainda por cima."

"Vocês complicam tanto..."

"Não, ele fará a escolha dele e respeitarei."

"Nenhum dos dois serão felizes assim, Iara. Sabemos que o Cadu não vai te deixar em paz, nenhum seguirão em frente" bufo sabendo que há um ponto verdadeiro em suas palavras, mas o que posso fazer? Força-lo?

"Não há nada que me cabe fazer, sinto muito" finjo não estar chateada e me levanto "Podemos sair um pouco? Além do mais, preciso passar na farmácia" digo rápido e Suelen assente se levantando. Nós nos arrumamos rapidamente e logo saímos de casa, é o que preciso, me distrair totalmente e não pensar no Carlos Eduardo Montenegro.

Deixe-me saber o que acharam e até ♡

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora