A droga do amor

Capítulo cinco

Iara

Acordo perto do horário de almoço e me arrumo, desço até a cozinha e vejo apenas a minha mãe. Eu a cumprimento me sentindo sem jeito mas mamãe tenta quebrar o clima tenso, e ela também diz que está tudo bem com o papai pois já conversou com ele.

"Filha, gostaria de me dizer mais sobre esse rapaz?" ela me tira dos pensamentos e a olho incerta.

"Hm, ninguém importante mãe, foi um erro e... não se repetirá" ela me olha querendo uma melhor explicação mas não pede, apenas balança a cabeça e muda de assunto. Eu também tento me esquecer do Cadu, mas a cada segundo as imagens de nós dois, a sensação de seus beijos e toques parecem como uma tortura em minha pele, ainda mais as marcas deixadas que ficarão presentes por alguns dias.

No final da tarde eu me arrumo para ir ao balé e mando mensagem para a Suelen pedindo para tomarmos café depois da minha aula, prontamente a minha amiga aceita e isto me tira um sorriso satisfatório.

Perto do meu horário eu me arrumo e saio de casa, tenho a sensação de estar sendo observada mas certamente deve ser ainda a tensão de ontem. Mesmo sabendo que Cadu descobriu o meu endereço, não acredito que ele me seguirá, afinal, eu fui apenas uma das mulheres com quem ele ficou, não há nada além disto.

Olho para trás algumas vezes checando que não há nada e tento ignorar a sensação estranha. Entro no estúdio e cumprimento as poucas meninas que já chegaram, então iniciamos os alongamentos e logo a professora chega para iniciar a aula.

♡

Eu aceno e saio do estúdio, olho ao redor e vejo que as ruas estão tranquilas. Já está anoitecendo e não gosto de andar sozinha neste horário, por isso apresso os meus passos até a cafeteria que marquei com a minha amiga.

Eu chego dentro de dez minutos e a vejo concentrada no celular, me aproximo e me sento em sua frente chamando a sua atenção.

"E aí?" ela pergunta com um sorriso malicioso nos lábios e reviro os olhos.

"Nada demais" falo desviando o olhar e Suelen bate fraco em meu braço "Tudo bem, eu fui para a casa dele e apenas nos beijamos" a minha amiga abafa um grito e tampa a boca.

"Não acredito que não transou com ele" o meu rosto esquenta e balanço a cabeça.

"O meu pai me ligou na hora que..." paro de falar ao corar ridiculamente e a minha amiga gargalha.

"E qual foi a reação do Carlos?" dou de ombros sentindo frio na espinha e me encolho levemente.

"Ele me trouxe pra casa e, eu menti dizendo que ficaria na sua casa, mas você não estava e eu caminhei até a minha. Me desculpa, mas eu não queria que ele soubesse onde eu moro, mas não obtive sucesso..."

"Ele te seguiu?" pergunta arqueando a sobrancelha e assinto "Acha que ele virá atrás de você?"

"Não, claro que não. Foi na verdade alguns minutos que passamos juntos, Suelen, e foi apenas beijos. Homens como o Cadu se contenta apenas com prazeres sexuais, e eu não fiz nada para chamar a atenção dele" desabafo e omito a informação de estar me sentindo vigiada.

Eu e a Suelen passamos cerca de duas horas conversando e comendo, até eu receber uma mensagem da minha mãe e aviso que estou voltando para casa.

Nós pagamos o que consumimos e saímos da cafeteria, dou o primeiro passo na calçada mas sou segurada pela minha amiga.

"Carlos Eduardo está dentro do carro do outro lado da rua" ela sussurra e congelo seguindo o seu olhar. Engulo em seco reconhecendo o veículo luxuoso e Cadu fez questão de não passar desapercebido.

Ele está usando uma camiseta preta e óculos escuros, o que o deixa ainda mais lindo. E como os seus braços estão á mostra, vejo diversos desenhos em sua pele branca.

"Pode ser coincidência, na verdade, com certeza é uma coincidência, Suelen" falo rápido e a puxo para andarmos na direção contrária "E ele nem deve ter nos visto" falo firme e ignoro a sensação de medo dentro de mim.

"Bom, talvez você tenha razão... Não que seja impossível você fisgar alguém como o Cadu, mas é o Cadu, o tipo dele são as falsificadas e você é uma original."

"Comparação ridícula" murmuro rindo e andamos em direção de nossas casas, porém no meio do caminho sinto a mesma sensação de estar sendo observada e começo a olhar para trás a cada dois segundos.

"Podemos entrar em alguma loja para passar o tempo" Suelen diz e nego apenas apertando os passos, porém quando passamos por uma rua deserta, escutamos um barulho de motor de carro e Suelen aperta a minha mão quando se vira "É ele" ela diz e me puxa ficando em minha frente "Eu cuido dele, liga para a polícia ou..."

"Suelen, é apenas um cara" tento soar calma mas é inútil já que o carro preto para no meio da rua e Cadu desce com toda a sua postura arrogante e dominante.

"Entre no carro, Iara!" ele diz em tom de ordenança e engulo em seco negando "Não estou pedindo!"

"Eu não sei o que quer, mas me deixe em paz" murmuro e Suelen segura em minha mão me puxando para nos afastarmos, mas sou segurada com força batendo contra o peitoral rígido e sem esforço algum, Cadu me segura e me coloca em seu carro. Ele é rápido e ágil ao entrar no veículo e sair dirigindo como um louco em questão de segundos "Pare, pare agora!" falo chorando desesperada e olho para Cadu que está neste momento sem óculos.

"Eu quero conversar com você."

"E precisa ser desse jeito?"

"O que há de errado?" pergunta cínico é sorri de canto estacionando o carro em uma rua praticamente vazia já que há um bar aberto, porém há ninguém no mesmo "Eu disse que não terminamos" Cadu diz tirando o cinto de segurança e me olha nos olhos.

"Não há o que terminar, o que aconteceu ontem foi um erro" a minha fala o faz rir mas de uma maneira medonha.

"Você não dita nada aqui, Iara!"

"Se é sobre mim eu tenho o direito de me pronunciar!"

"O que te fez mudar de ideia?" pergunta tocando em meu rosto e suspiro porque tentei ignorar o cheiro gostoso de seu perfume misturado com cigarro, ainda mais sentir o toque de Cadu que faz o meu corpo esquentar.

"Pare, eu realmente não tenho interesse nisto tudo" minto e me livro de seu toque. Forço a porta a abrir mas obviamente está trancada, espero Cadu destrancar mas ele não move um dedo "O que quer?" pergunto em um fio de voz e Cadu ri roucamente me deixando arrepiada por inteira.

"Sabe o que quero!" diz olhando em meus olhos e segura o meu queixo me fazendo encará-lo. Suspiro por sentir reações em meu corpo diante o Cadu, não posso falar que não sou afetada por ele.

"Eu não sou assim" desvio o olhar e o empurro.

"Não irei te forçar, Iara" balanço a cabeça e sinto um frio na espinha.

"É o mínimo, então abra a porta, quero ir embora" falo rápido e vejo pelo canto de olho Cadu colocando o cinto de segurança.

"Eu te deixo em sua casa."

"Não, obrigada, e tem a Suelen que..."

"Ela não me interessa, que se foda!" ele me interrompe e arranca com o carro em direção da minha casa. Isto me deixa aflita por ele saber onde moro, não que eu pense o pior dele, mas é nítido que não é flor que se cheire, em sua testa está escrito garoto problema que arranca o seu coração com as mãos e pisa em cima.

"Obrigada" murmuro quando ele estaciona o carro e o olho "Você é bonito e atraente, mas não é para mim" murmuro sincera e ganho a sua atenção. Ele sorri de canto não parecendo contente, mas não se move.

"Cedo ou tarde entenderá que eu pego o que quero, tudo!" fala rouco e destranca a porta, ofego e rapidamente trato de sair do veículo luxuoso.

Preciso manter distância do Cadu para o bem da minha sanidade.

Boa noite, provavelmente postarei cap entre sex - seg, ao menos uma vez na semana como deixei avisado... Espero que estejam gostando e comentem para me deixar ciente do que estão achando, beijinhos e até ♡