Noche Que Nos Conocimos - Lauren Intersexual

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Nova York, State Island

Lauren Jauregui's point of view

O frio fazia meu corpo tremer enquanto eu tentava me esquentar e falhava miseravelmente.

Talvez um copo bem quente de café poderia me ajudar naquela manhã de sábado, então eu precisaria correr para chegar antes que as pessoas tivessem a mesma ideia que eu.

Cheguei na cafeteria Welborn e me sacudi, tirando a geada que caiu levemente no tapete.

-Bom dia Saint. -Digo sorrindo para o rapaz no balcão.

-Bom dia Srta. Jauregui, seja bem-vinda de volta. -Dou um sorriso e caminho para minha costumeira mesa com sofá ladeado.

Pedi o meu cappuccino com chantilly duplo e canela como sempre e um croissant com creme de avelã.

Abri meu notebook e voltei a escrever o livro que eu iria lançar ainda aquele ano.

Notificações começaram a surgir na lateral do notebook e eu cliquei ali para entender porque tantas.

Era minha mãe enviando links de reportagens no México. Lugar onde eu cresci.

Na página da reportagem, tinha uma mulher segurando um microfone e a informação é que era uma jornalista que estava cobrindo um assalto à mão armada em um banco internacional e foi feita de refém. Ao tentar se soltar, acabou sendo ferida pelo bandido que morreu em trocação de tiros com os policiais.

Camila Cabello.

Meu celular começou a tocar e eu olhei para o mesmo vendo a foto de Sandra.

-Oi. -Atendi continuando a olhar a página de notícias.

-Você viu o que aconteceu com a Camila? -Ela pergunta um pouco alto.

-É, minha mãe me enviou a página do noticiário. Que coisa! Ela está bem? Faz anos que não nos vemos. -Murmuro.

-Eu ainda não sei o estado dela, mas eu vou procurar saber com a tia Sinu. -Resmungo. -Você saiu cedo de casa hoje, está tudo bem?

-Sim, precisava de um momento para criar. -Encaro a foto de Camila. -Quando tiver notícias sobre ela, me diz. -Escuto-a confirmar e me despeço.

Camila. Minha amiga de infância. Fazem exatos vinte anos que não nos vemos e eu não fazia ideia de como ela estava.

Espero que ela fique melhor, logo.

...

-É estranho te ver aqui. -Taylor diz me olhando de cima à baixo.

-Eu sei que eu sou extremamente obcecada pelo meu trabalho. Mas logo vou ter uma folguinha e vou poder comparecer mais aos jantares de família. -Murmuro entrando em casa e ela me segue.

-Sabe alguma coisa da Camila filha? -Minha mãe pergunta montando a mesa.

-O básico. A Sandra não aparece em casa faz uns três dias. Não sei se ela foi visitar a Camila, acho difícil já que ela não tem uma boa relação com os pais, mas pela Camila... -Dou de ombros e me sento na mesa.

-Vou ligar para Alejandro, ele é administrador do hospital que Camila está internada. Ele com certeza irá me dar notícias. -Assenti e olhei para Taylor.

-E você? Está namorando? -Ela faz uma careta e larga o celular.

-Eca. É você quem gosta disso. Já disse que não gosto de afeto, muito menos sexual. -Nego e olho para mamãe que ri.

-Você parece comigo quando eu era mais jovem.

-Por isso você não pega ninguém? Uau, está explicado. -Faço uma careta e ela ri fazendo mamãe a seguir.

Several Shots 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora