Minha Salvadora

Capítulo 01 - A garota que me salvou

Hey, pessoas! Esta obra foi escrita há anos e ainda não foi revisada. Portanto, peço que relevem os erros. 

* Meu insta: escritossaficos (link na bio)

Espero que gostem!

Boa leitura ;)

                            *****

Roberta

7 anos atrás

Eu amava meus pais; eles eram tudo para mim. Apesar de sempre me proporcionarem o que havia de melhor neste mundo, todos os bens materiais que eu quisesse, nada disso era mais valioso do que a presença deles em minha vida. Na verdade, eu era tão apegada que nunca consegui sequer imaginar como minha vida seria sem a presença deles. Algo que, infelizmente, tive que enfrentar logo no início da vida adulta, quando morreram em um acidente de avião.

Claramente, fiquei totalmente devastada; a vida quase parecia não ter mais sentido. Porém, eu ainda o tinha, Danilo, o meu namorado, que havia se tornado muito mais do que isso desde a morte dos meus pais. Ele ficou comigo quando a árdua tristeza me abateu, tentava a todo custo me reerguer e me auxiliava a administrar o escritório de advocacia que meus pais deixaram. Ainda não tinha concluído o curso e não fazia ideia do que fazer. No entanto, ele estava lá para mim, mas não por muito tempo...

Em um dia qualquer, me veio a terrível notícia de que ele havia sido sequestrado. O desespero me abateu novamente, mas essa situação do sequestro não durou muito tempo. Instantes depois, encontraram seu corpo morto, baleado. Os criminosos conseguiram o que queriam: fizeram com que ele transferisse boa parte do dinheiro do escritório para uma conta que ninguém conseguiu rastrear. Então a ficha caiu: ele foi morto, simplesmente morto por dinheiro... e eu estava, pela primeira vez na vida, completamente só; não haveria Danilo para me amparar, como foi com a morte de meus pais. Não havia mais ninguém.

Vaguei pelas ruas até o anoitecer da cidade, sem um destino, acabando por começar a atravessar uma ponte. Quando vi, estava parada, encarando o rio que havia embaixo, só pensando em como a vida parecia não ter mais sentido nenhum. Em como toda a cor e toda a vida foram retiradas, restando apenas o vazio e eu.

— Não faz mais sentido, minha vida não faz sentido, nada faz sentido... — penso alto, completamente perdida em meus pensamentos sombrios.

— Talvez não seja para ter sentido mesmo, ou talvez seja para você dar um sentido a isso — escuto alguém falar próximo a mim. Olho para o lado e vejo que se trata de uma garota de no máximo uns 15 anos.

— Você não sabe do que está falando, não sabe pelo que passei. E mesmo se soubesse, não conseguiria compreender, não passa de uma pirralha que ainda não sabe nada da vida — digo, colocando para fora toda a raiva que sentia. Ela desvia o olhar e passa a observar o horizonte. Posso ver um sorriso fraco se formar em sua face.

— Você tem razão, eu não sei a sua história... — ela fala, ainda olhando para o firmamento. Continuo a encará-la, como se por algum motivo não pudesse perdê-la de vista. — Sabe, quando se passa por vários lares durante a vida, você pode conhecer muitos tipos de pessoas e perceber o quanto muitas delas não são boas. Qual seria o sentido, o motivo de existirem pessoas que agridem outras? — ela questiona, olhando rapidamente para mim e depois voltando a olhar o horizonte.

Não consigo pensar em nada para lhe falar. Fiquei completamente em choque. Essa garota, tão jovem, havia sido agredida?

— Às vezes, as coisas que nos acontecem não têm sentido, não adianta ficar pensando muito sobre isso. Porém, existem outras coisas às quais nós mesmas podemos atribuir um sentido, como a nossa razão de viver, por exemplo. Você não acha? — ela volta a olhar para mim.