Minha Salvadora

Capítulo 28 - Juan

Roberta

Eu sabia que Geraldo tinha toda aquela rivalidade hostil com meus pais, assim como tem comigo, mas nunca imaginei que ele pudesse chegar a esse ponto, sequer passou pela minha cabeça que ele pudesse ser um assassino.

A única coisa que me conforta é saber que o responsável por toda essa operação é o Juan. Ele tem toda a minha confiança, sei que nunca se deixaria comprar ou desistiria de um caso. Ele vai até o fim nisso e espero que tenha sucesso; não vejo a hora de ver Geraldo atrás das grades, pagando por tudo o que fez.

— Você está bem? — pergunto para Erika, que não falou muito desde que saímos da reunião.

— Quem devia estar perguntando isso era eu, mas achei que seria uma pergunta sem sentido, dadas as circunstâncias. — fala, e eu assinto.

— Pois é, não tem como estar completamente bem em descobrir tudo isso, mas fico feliz em pensar que finalmente a verdade está vindo à tona. Tenho certeza de que Juan vai conseguir deter Geraldo.

— É, Juan parece ser confiável. — ela diz, parecendo sincera, mas posso sentir algo em sua voz.

— O que foi, Erika? — questiono.

— Nada, por que? — claramente percebo que está querendo disfarçar alguma coisa.

— Não esqueça que já consigo notar quando mente. — ela me encara. — Além de que combinamos de não escondermos mais o que estamos sentindo uma para outra. Lembra da confusão da última vez? — ela suspira.

— De onde vocês se conhecem? Digo, você e o Juan. — pergunta, em um tom que não consigo distinguir.

— Estudamos juntos na faculdade; ele foi muito importante naqueles anos que se sucederam, sempre foi um bom amigo.

— Amigo? Qual é, Roberta, eu pude ver que vocês já foram muito mais do que isso. — ela solta, finalmente me fazendo entender do que isso se trata.

— Está assim por ciúmes? — questiono, quase rindo.

— Eu não estou com ciúmes, só estou curiosa... — diz, e acho que nem ela acredita no que acabou de falar.

— Sei... já namoramos, se é isso que quer saber. — ela me encara.

— Por que terminaram? — pergunta, e realmente parece curiosa a respeito.

— Nossas vidas seguiram caminhos diferentes. Eu precisava focar no escritório, e logo depois na maternidade. Ele assumiu algumas operações em outros lugares. Sempre mantivemos contato, foi ele quem descobriu a sua localização, inclusive, e me ajudou muito assim que adotei o Victor. — falo, me lembrando do quanto ele foi importante naquela época.

— Acho que devo um agradecimento a ele então. — ela diz, mas sem muito ânimo.

Chegamos em casa e o tempo passa muito rápido. Quando dou por mim, já havia anoitecido e Juan já estava chegando como combinamos por mensagem.

Como de costume, ele sempre se hospeda conosco quando está na cidade. Acredito que Erika não vá se importar, já que ela também está aqui comigo. Não tem porque ter ciúmes.

— Pode entrar, Juan, já conhece tudo. — digo, e ele entra com sua mala, que não passa despercebida por Erika. Tento ler a sua expressão, mas não consigo. — Ele vai passar um tempo com a gente, tudo bem por você?

Ela passa um tempo olhando para ele, logo depois passa a me olhar.

— Claro, é a sua casa, Roberta, pode trazer quem quiser. Não precisa da minha permissão. — ela não diz em um tom irritado, mas percebo algo em seu olhar. Será que ela está chateada?