Capítulo 24 - Em casa

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Erika

Mais uns dias se passaram e finalmente Victor receberá alta. Felizmente, ele teve uma excelente recuperação.

Ultimamente, eu e Roberta estamos muito próximas; acredito que o fato de termos aberto o que pensávamos e sentíamos uma para a outra ajudou a derrubar a barreira que existia entre nós.

Eu não poderia estar mais feliz ao lado dela, na verdade, ao lado deles. Roberta e Victor já são a parte mais importante da minha vida. Durante a recuperação dele, passamos os dias inteiros juntas, conversamos muito, nos conhecemos ainda mais e até dormimos juntas... mas só dormimos mesmo.

Primeiro porque estamos em um hospital, e segundo porque, por mais que eu queira essa mulher de todas as formas possíveis, não quero dar a entender que só estou com ela por conta disso. Vou provar que quero ficar ao lado dela pelo tempo que ela me permitir.

— Finalmente vamos poder voltar pra casa — diz Victor, animado pelo fato de estarmos saindo do hospital.

— Verdade, mas não esqueça que mesmo estando em casa, precisa tomar todos os cuidados necessários para que se recupere totalmente — adverte Roberta.

— Roberta, tudo bem se eu acompanhar vocês até em casa? — pergunto, já pensando que em breve não ficaremos mais tão juntos, como tem sido nos últimos tempos.

— Claro — diz ela e seguimos até sua casa. — Erika, obrigada por tudo que tem feito por nós.

— Foi um prazer — digo, dando um selinho rápido nela, quando vejo que Victor não está olhando.

— Finalmente em casa — ela diz e nós entramos.

Só vim aqui uma vez, mas me traz boas recordações. É muita loucura pensar que pequenos momentos podem significar tanto.

— A pessoa que me auxilia aqui na organização da casa só vai vir a partir de amanhã, então tenho que ir lá no quarto de Victor organizar tudo antes que ele possa ficar de repouso na cama. Fica de olho nele enquanto isso? — pergunta e não posso deixar de achar graça imaginando o que ela acha que Victor poderia aprontar estando só, se bem que ele é bem capaz mesmo.

— Sim, senhora — falo, provocando-a.

Ela revira os olhos, dá um sorrisinho e logo depois sobe para o quarto.

— Está sentindo alguma coisa, garoto?

— Não, já me sinto bem melhor, pronto pra outra — fala Victor, dando um sorriso.

— Nem fala isso — lembro do dia em que ele ficou com febre e depois disse o mesmo.

Esse garoto é inacreditavelmente forte; não é qualquer pessoa que passa pelo que ele vive e continua com essa alegria toda.

— E então, Erika... — ele me encara. — Quais são as suas intenções com a minha mãe? Vocês estão namorando? — pergunta e eu engulo seco.

Apesar de não termos falado nada pra ele ainda, esse garoto é muito esperto; ele pega as coisas muito rápido.

— Bem, não estamos exatamente namorando, ainda estou na fase de conquistá-la — explico e ele continua me encarando.

Deuses, como pode um garoto conseguir intimidar tanto? Acho que ele anda aprendendo isso com Roberta, porque não é possível...

— O que você acha disso tudo? Digo, de ficarmos juntas.

— Você gosta dela?

— Mais do que tudo — sou sincera.

— Ei, e eu? — pergunta, fazendo um bico, o que me faz rir.

— Você também, garoto — reconheço, puxando-o para um abraço.

Minha SalvadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora