Capítulo 13 - Frustrações

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Roberta

Não poderia ter acabado de forma pior. Obviamente que eu a desejo, mas não poderia falar o real motivo para ela de ter recusado, que são inúmeros por sinal.

Além da situação delicada de ser sua chefe, tem a questão das mentiras; não posso me envolver com ela quando não contei toda a verdade sobre o nosso passado. Mas o principal motivo mesmo é que não queria ser só mais uma pra ela.

Eu sei que ela sente atração por mim, já percebi isso há um tempo. A questão é que, por mais que eu tente negar, eu sinto muito mais do que isso por ela. Além do nosso passado, teve o fato de vê-la tratar meu filho de forma tão carinhosa. Isso me fez ver que sinto algo realmente forte, vai muito além do sexual.

Quando nos beijamos, eu tive certeza: eu a amo. Por mais difícil que seja admitir, eu a amo com uma intensidade que jamais amei. Acredito que nem o Danilo, que foi tão importante pra mim, despertava isso que estou sentindo agora.

Por isso, eu simplesmente não aguentaria termos um momento mais íntimo pra depois ver indiferença em seus olhos. Sei muito bem que ela não se apega a ninguém. Não quero me magoar dessa maneira... talvez o melhor seja mantermos um relacionamento estritamente profissional. Afinal, o meu objetivo sempre foi ajudá-la. Esse é o melhor a ser feito.

Saio do trabalho mais cedo. Já não estou mais com cabeça para nada e não quero correr o risco de encontrar Erika ainda hoje. Preciso colocar a minha cabeça no lugar pra quando nos encontrarmos novamente, poder permanecer centrada e não acabar cedendo a essas vontades.

— Oi, mãe! Chegou cedo hoje — Victor constata, vindo me beijar assim que chego.

— Pois é — dou-lhe um beijo de volta.

— Hum... — ele solta, me encarando — Aconteceu alguma coisa, não foi? Senta aqui — aponta, se sentando no sofá e indicando o lugar ao seu lado.

Vou até lá e me acomodo.

— Coisas do trabalho, sabe como é — digo, me referindo a todas as vezes que chego um pouco mais estressada por conta do trabalho.

Ele sempre percebe e acabamos conversando sobre, claro que não com todos os detalhes; tem assuntos que não são pertinentes a uma criança.

— Deixa adivinhar, foi aquele seu arqui-inimigo de novo? — questiona e não consigo segurar a risada do jeito que ele costuma chamar Geraldo.

— Sabe que ele não é um inimigo, talvez no máximo um rival — respondo e ele dá de ombros. — Mas ele foi lá hoje mesmo, irritante como sempre — ele ri.

— Mas deu tudo certo?

— Deu sim, acabamos com ele — ele levanta a mão pra que eu bata e assim faço.

Nunca me canso da sua fofura.

— Você disse "acabamos", quem estava com você?

— Erika — ele dá um sorriso.

— Então ela te ajudou a acabar com ele! — acho graça da sua empolgação.

— Não só ajudou, ela quem acabou com ele mesmo — ele faz uma cara de surpreso.

— Ela é incrível! — diz, impressionado.

— É, ela é — confirmo, me lembrando dos acontecimentos posteriores.

— O que foi? Aconteceu mais alguma coisa? Vocês brigaram? — ele pergunta, ficando preocupado.

— Calma, não foi nada demais — tento acalmá-lo.

— O que você fez, mãe? — questiona, me deixando surpresa.

— Desde quando virou o mais novo defensor dela?

Minha SalvadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora