IV

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Rodolffo abriu a porta do seu BMW e  Juliette logo perguntou se  o carro era dele.

- Sim. Faz  3 anos que o meu pai mo ofereceu.

- Onde vamos jantar?  Não é nenhum lugar chic?

- Porque não? 

- Não estou vestida de acordo, nem gosto desses locais.

- Vamos onde quiseres.   A noite é toda nossa.

Rodolffo foi ter a um restaurante no jardim à beira do Rio  Mondego.  Juliette gostou pois já conhecia o local.  Não por ter frequentado o restaurante, mas por ter passeado no jardim.

- Jantamos aqui e depois passamos aí por um barzinho.

- Tu é que sabes, Rodolffo.   As minhas saídas à noite limitavam-se a um café com colegas.

- Nestes anos todos nunca viveste a noite de Coimbra?

- Não.   O meu dinheiro era contado.  Não tinha essa de sair gastando com farra. Se eu gastasse faltava para comida e coisas básicas.

- Ouvindo-te falar assim até parece que estás a criticar quem farreava.

- Não.  Só disse que eu não podia fazer.  Não ponhas palavras na minha boca.

- Está bom, mas hoje não penses nisso.  Vamos divertir-nos.

Já no bar, Juliette aceitou o coquetail que Rodolffo pediu para ela.  Para ele um whisky.

A banda que se apresentava convidava a dançar.

Rodolffo puxou Juliette para o centro e enlaçou-a pela cintura.   Ela por sua vez colocou os braços à volta do pescoço dele.

O clima foi aquecendo, fosse pela música ou pela bebida.  Os dois dançavam juntinhos.  Rodolffo com o rosto na curva do pescoço dela ia deixando um beijo aqui outro ali que faziam o corpo dela todo se arrepiar.

- Rodolffo, pára!

- Não estou a fazer nada.  Estou a dançar.  Vamos para outro local.

- Para onde?  Já é tarde.

- Se eu te quisesse levar para o hotel?

- Não.   Leva-me para casa.

- Eu quero estar contigo.

- Conheceste-me ontem, Rodolffo!

- E daí?  Não gostas de estar comigo?

- Gosto,  mas não vou dormir contigo.

- Está bem.  Como é amanhã,  vemo-nos a que horas?

- De manhã estou ocupada.  Creio que a partir da tarde de amanhã já estarei livre de tudo, talvez regresse a casa.

- Não,  Juliette!  Eu fiquei cá para passar a semana contigo.

- Mas eu já disse à Mariazinha que talvez fosse embora depois de amanhã.

- Vem ficar comigo no hotel.   Aí já temos 3 dias de conhecimento,  já pode.

- És muito parvo.  Donde tiras essas ideias?

- Da vondade de estar contigo.

Rodolffo tinha Juliette presa pela cintura.  Os rostos estavam demasiado perto e ele aproveitou e colou os lábios nos dela.

Juliette passou os braços à volta do pescoço dele e aceitou o beijo que se prolongou quando as línguas se encontram.

Quando se separaram Rodolffo falou-lhe ao ouvido.

- Eu sei que queres tanto como eu.

- Mas não hoje, respondeu ela.

Rodolffo beijou-a de novo e ficaram abraçados um pouco.

Estavam na entrada da casa dela e depois de outro beijo, Rodolffo entrou no carro.  Vendo ela fechar a porta arrancou dali.

A dúvidaOnde histórias criam vida. Descubra agora