Quatro meses tinham passado desde a chegada de Rodolffo, mas ela notava que ele não estava bem.
Apesar de nunca se queixar ela por diversas vezes encontrou-o pensativo e de olhos fechados.
- O que tens? Eu sei que algo se passa. Diz-me.
- Promete não te zangares. Eu estou feliz contigo, mas não estou feliz longe do meu País.
- Eu já tinha percebido. E não me zango. É perfeitamente normal. O que queres fazer?
- Nada. Eu propus-me a vir e aqui vou ficar contigo. Talvez com o passar do tempo, melhore. Só passaram quatro meses, é muito pouco. Como foi contigo?
- Adaptei-me muito bem, mas tinha muitas saudades dos meus pais e do sol.
- É, o sol faz uma diferença doida.
- Vamos lá nas férias.
- Não te preocupes , amor. Vai passar e eu estou feliz contigo.
Uns dias apôs esta conversa Rodolffo estava a almoçar na cantina do hospital. Juliette veio um pouco mais tarde, já ele tinha práticamente acabado.
- Demoraste.
- Tive que ver uma paciente de urgência. Já terminaste?
- Já. Hoje não tenho muita fome. Mais tarde faço um lanche, mas agora preciso ir.
- Vai lá. Até já.
Rodolffo saiu e só depois Juliette verificou que ele tinha esquecido o telemóvel sobre a mesa.
Guardou-o no bolso. Depois iria entregá-lo.
Estava a terminar o café quando o mesmo tocou. Olhou para o ecrã e verificou que era da Clínica de Portugal onde ele trabalhou.
- Oh gente! O que se passa? Vou atender.
Ao perceber a voz de mulher, do outro lado disseram. Desculpe, pensei que este número era do doutor Rodolffo?
- É sim. Ele esqueceu-se dele comigo. Vou entregar-lho mais tarde. Posso transmitir-lhe alguma informação?
- Não. Diga apenas que o nosso prazo está acabando. Preciso da resposta final dele. Diga só isso.
- Posso saber do que se trata? Sou a companheira dele.
- Diga apenas isso. Ele vai entender e se quiser que conte ele mesmo. Obrigado.
- De nada.
Juliette ficou inquieta. Tinham prometido não ter segredos, mas pelos vistos da parte dele havia alguns. Bateu à porta da sala dele e entrou.
- Ligou o teu ex director. O que se passa, Rodolffo? Desculpa ter atendido.
- Não tem importância. O que ele disse?
- Nada. Só que precisava da tua resposta final. Que resposta, Rodolffo? Que segredos escondes?
- Podemos conversar em casa, mais tarde? Não é nada demais, só uma opção que eu tomei e ele não aceitou. Deu-me um prazo, mas conversamos depois, pode ser?
- Já não gostei, mas nada posso fazer senão esperar. Vou para a minha sala.
Ia a sair quando ele me puxou para um beijo.
- Não fiques brava. Amo-te.
- Não estou. Também te amo.

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A dúvida
Fiksi PenggemarDuvida que possa esperar? Duvida que possa partir e recomeçar? Fica então "A dúvida"