Rodolffo estava feliz em Vila Real. A vida era mais simples, a população diferia muito da de Viseu. Nas aldeias limítrofes abundava a agricultura e criação de gado bovino e caprino.
Na clínica aparecia todo o tipo de doentes. Ricos que podiam pagar e outros com menos posses que estavam cobertos por sistemas de saúde.
A vida era simples mas cheia de coisas agradáveis.
Rodolffo visitava os pais sempre que podia. Por vezes eram eles a ir a Vila Real.
A mãe de Rodolffo aproveitava toda a ocasião para para falar de Ana a Rodolffo.
- Porque está arrependida, porque foi um deslize e outras patacoadas.
- Mãe, se é para estares com essa conversa de cada vez que nos vemos é melhor não vires. Da Ana eu quero distância.
- Não queria morrer sem conhecer um netinho ou netinha.
- Isso não vai acontecer tão cedo. De momento chega-me o meu trabalho. Fui trouxa uma vez, não serei mais.
- Ainda pensas na menina de Coimbra?
- Não penso em ninguém.
Cinco anos passaram desde a formatura. Juliette estava verdadeiramente integrada na sociedade Londrina. Hoje decorria uma homenagem. Vários trabalhadores emigrantes iam ser homeneageados por serviços prestados.
Juliette seria a homenageada do Royal hospital. Foi indicada pela direcção do hospital e votada pela população.
A cerimónia tinha cobertura televisiva.
Rodolffo assistia a televisão quando surgiu a notícia. O nome dela despertou-lhe a curiosidade.
Quando o repórter a entrevistou o coração de Rodolffo bateu mais forte.- Como é trabalhar em Londres?
Ju - É óptimo. O local e as pessoas são maravilhosas.
- Como decidiu vir trabalhar para cá?
Ju - Foi a oportunidade. As condições são muito melhores.
- E a família?
Ju - Neste momento não tenho esses problemas. Os meus pais faleceram depois de eu vir. Não tenho ninguém que me prenda a Portugal.
- E namorados? Já arranjou algum namorado inglês?
Ju - Neste momento o meu foco é o trabalho. O amor passou ao lado há anos. - Juliette segurava na mão direita o pingente do fio que tinha ao pescoço.
- Não quer enviar uma mensagem para ninguém?
Ju - Não. Deixemos tudo como está.
- Obrigado e esperamos que continue connosco.
- Rodolffo reparou que Juliette ainda usava o fio que ele lhe ofereceu. Segurou no dele e recordou o dia em que lho ofereceu.
Ficou satisfeito pelo facto dela se ter dado bem. Mesmo constatando que o telefone dele ainda estava bloqueado e as redes sociais sem actividade resolveu deixar uma mensagem.
" Parabéns pelo sucesso. Estou feliz que tudo correu bem contigo. Espero dizer-to pessoalmente um dia. Vi a reportagem na TV. Fiquei feliz por ti. Beijo"

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A dúvida
FanfictionDuvida que possa esperar? Duvida que possa partir e recomeçar? Fica então "A dúvida"