"A felicidade aparece quando você menos espera."
Após perder tudo do dia pra noite, Natalie Johnson em uma noite de tempestade na Geórgia acaba batendo na porta de um completo desconhecido, que por obra do destino, iria mudar sua vida para sempre.
E...
Te encontro no cemitério Onde você jaz, onde você está agora De barriga pra cima, coração gelado, não mais ao meu lado... meet you at the graveyard – Cleffy
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Sabe quando gira uma chave no seu cérebro e você começa a viver no piloto automático?
Você não pensa, só faz.
É um modo de sobrevivência, você come, acena quando falam com você, faz o que precisa fazer, mas não está ali.
É como se a sua alma saísse do corpo e ele continuasse a funcionar, a viver, sobreviver.
Pois é.
A minha chave virou noite passada, no segundo em que o cirurgião do meu pai informou que ele não resistiu.
Ele não resistiu.
Não resistiu.
As palavras ainda ecoam pela minha cabeça, sem parar, o tempo todo.
Eu não chorei, não consegui, minha mãe desabou em lágrimas nos braços de Parker, Maggie abraçou o marido, e Amy se jogou em mim, ela me abraçou enquanto chorava sem parar, e eu só estava lá, meu corpo estava lá confortando minha irmã enquanto minha alma saia do corpo e a chave virava.
Eu queria chorar, colocar para fora essa tristeza, não parecer uma sociopata sem sentimentos, mas eu não consigo, eu tentei forçar as lágrimas a saírem, mas elas não saem.
— Natalie...
Acordo do transe quando a mão de Jacob toca meu braço com suavidade. Como se ele estivesse com medo de me quebrar caso não o faça desse jeito.
Eu desliguei de novo, pisco duas vezes e olho em volta, certo, estou na cozinha, o que estava fazendo mesmo?
Ah, claro, os biscoitos.
Retomo a tarefa de tirar os biscoitos amanteigados da forma e colocá-los em uma travessa.
— Você pode descansar um pouco, ninguém vai ficar com raiva se não levar os biscoitos, amor. — ele diz, Jacob sabe que eu não dormi. Mas ninguém dormiu, todo mundo virou a noite, é muita coisa para organizar, dormir apenas atrapalharia.
Coloco meu melhor sorriso e me viro para ele.
— Minhas tias amam os biscoitos, eu preciso levá-los, não tenho tempo para descansar. — respondo, ainda mantendo o sorriso falso.
As faíscas de preocupação nos olhos de Jacob me atingem, eu sei, sei que ele está preocupado, que eu estou parecendo uma louca, mas eu preciso tomar as rédeas, alguém precisa fazer isso.
— Estou bem. — afirmo a mentira, lhe dou um beijo rápido nos lábios e me afasto voltando a minha tarefa.
Ele não acredita, mas não diz mais nada. Agradeço mentalmente por isso.
