13 - Joe Goldberg

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Espirro o desengordurante no fogão e passo o perfex, arrastando uma parte da sujeira, balanço o perfex dentro da pia,  passo novamente e mais uma vez até estar brilhando, ou quase isso

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Espirro o desengordurante no fogão e passo o perfex, arrastando uma parte da sujeira, balanço o perfex dentro da pia,  passo novamente e mais uma vez até estar brilhando, ou quase isso.

Meus próximos alvos são as bancadas de metal. Limpo uma após a outra com esmero e atenção. Eu amo cozinhar, amo muito e gosto que meu ambiente de trabalho esteja limpo, quando estou aqui na cozinha costumo ir limpando os utensílios e bancadas, assim como quando sou que fecho a confeitaria ou o buffet limpo tudo com um cuidado que beira o perfeccionismo, e exijo o mesmo dos meus funcionários, tanto aqui quanto lá.

Nunca que eu confiaria em comer algo de um lugar com cozinha suja ou bagunçada. Alimentação é algo delicado, quero que as pessoas sintam prazer em comer algo preparado por min ou por meus funcionários, não que tenham intoxicação alimentar.

Percebo a aproximação de alguém, porém não me dou ao trabalho de olhar, acreditando ser Eliane, a única outra pessoa presente aqui.

— Já terminou, Eli?

Ela não responde e me viro,  paralisando ao encontrar um metro e oitenta de músculos e cabelo loiro ao invés de um metro e sessenta e sete de curvas e cabelos pretos.

Gustavo orri diante da minha reação, ou da falta dela.

O corpo está casualmente inclinado e apoiado contra o batente, os braços estão cruzados e ele sorri daquele jeitinho de quem vai me destruir.

— Boa noite, Beatriz.

— A confeitaria tá fechada — exponho o óbvio.

— É, eu vi — olha o relógio — Fiquei uma hora sentado no carro lá fora esperando fechar e mais trinta minutos sentando ali na mesa te esperando sair e me ver. Demorou muito e fiquei impaciente.

— Eu tranquei a porta.

— Não, não trancou. Trocou a plaquinha de aberto para fechado, mas não trancou.

Repasso o momento em minha cabeça, percebendo que de fato não tranquei.

— Devo me assustar? Você é o meu Joe Goldberg?

Ele ri, entendendo a referência.

— Não, não sou.

— Então o que você quer? — Volto novamente minha atenção para a limpeza do balcão.

— Você.

Paraliso.

De repente não sei mais como se respira, o coração bate tão forte que temo que não aguente a pressão. Meu corpo inteiro gela, minha mente entra em curto circuito. Não consigo reagir. Por segundos, talvez minutos, não consigo falar uma palavra sequer.

— Eu quero você, Bia — repete, agora mais perto.

— Pelo amor de Deus, Gustavo, não fala um absurdo desses!

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