14 - Malditos hormônios do período fértil!

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— CHEGUEI!!!!

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— CHEGUEI!!!!

Saio da cozinha com Letícia em meu encalço.

— Chegamos, você quis dizer — meu genro corrige e sorrio. Abraço os dois bem apertado, matando um pouquinho da saudade.

Eles voltaram ontem a noite, após doze dias naquele paraíso, que eu ainda não tive o prazer de conhecer.

— A benção, Mainha.

— Deus te abençoe, meu amor.

— Iaí, aproveitaram alguma praia deserta pra transar ao ar livre?

Ninguém se surpreende por essa ser a primeira pergunta de Letty.

— Não, safada!

— Safada não, apenas alguém que sabe aproveitar a vida — ergo a sobrancelha e ela dá risada. — Okay, safada também.

Balanço a cabeça rindo.

— Guga não chegou?

Minha respiração perde o compasso e meu corpo inteiro fica tenso. Preciso me esforçar muito para disfarçar minha reação.

Ele não entrou mais em contato comigo desde aquele dia, meus sentimentos quanto a isso são conflitantes. Sinto alívio, mas também pesar. As palavras dele e também as de Eliane fincam rodando na minha cabeça, o peso em meu peito ficou ainda maior porque naquele dia, quando cheguei ao trabalho, Eli perguntou se eu tinha tomado uma decisão. Não contei sobre ele ter ido atrás de mim, mas falei que não queria nada com ele, expus meu ponto de vista e sua resposta foi:

— Quando ficou tão careta, Bia? Sabe que isso aí é o preconceito falando por você,  não sabe? Além do mais, ele tá te pedindo diversão, não casamento, quer curtir com você e vejo nos teus olhos que quer curtir com ele também. O que tem de tão errado nisso? — Abri a boca para responder e ela ergueu um dedo. — Não vem falar de diferença de idade, isso não pareceu um problema durante aquele beijo, também nem tente usar como desculpa a amizade dele com Hellen.

— Mas...

— Trinta e seis anos, Bia — me interrompeu novamente —, tu tem apenas trinta e seis anos. Está há vinte vivendo o prol da maternidade, que tal agora viver pra você? Vai ser mesmo tão ruim assim ter um momento de diversão com um gostoso daquele? Tua filha cresceu e tá criando asas, que tal começar a viver pra valer agora? Quer mesmo chegar ao leito de morte e ficar pensando em tudo o que poderia ter feito diferente? Vá viver.

— Queria que fosse tão fácil assim — murmuro tirando a torta de frango do forno.

— Achei que não viria — a voz animada de Hellen tem efeito paralisante em meu corpo, porque eu sei com quem está falando.

De repente, preciso me esforçar mais para respirar. O movimento, normalmente natural e ritmado, se torna difícil, meu peito está pesado e o ar a minha volta parece rarefeito.

Quando Menos Imaginei Onde histórias criam vida. Descubra agora